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sexta-feira, abril 26, 2024

Nas margens do Rio Araranguá, um exemplo de conscientização

Araranguá

Às margens do Rio Araranguá, mais precisamente ao lado da balsa, um exemplo de conscientização e responsabilidade ambiental que merece destaque. Antenor Crepaldi, popularmente conhecido como Teno, possui residência na localidade há mais de 12 anos e, junto à família e amigos, especialmente Ricardo Prado, recolhe lixos que são despejados de maneira irregular para posteriormente encaminhá-los a uma empresa de reciclagem, contratada pelo próprio morador.

Teno é aposentado, mas há mais de 20 anos dedica-se à pesca esportiva e artesanal. Inclusive, foi daí que veio a preocupação com a natureza. “Isso tudo começou por causa dessa atividade. A gente vê muita sujeira nos rios, mas muita mesmo. Aquilo que encontrávamos, às vezes, eram sacos de 50 litros que o pessoal enchia de lixo ou, até mesmo, um animal morto, e jogava nas águas. Nós colocamos as sujeiras dentro do barco e trazemos para casa”, comenta.

O morador de Araranguá cuida com carinho de toda a propriedade e dá exemplo de conscientização para os mais jovens da família. “As crianças vêm para cá e já recolhem os lixos que estão na beira do rio. Hoje, as coisas mudaram muito. Essa conscientização, na minha opinião, já está presente nos pequenos. Isso por causa do colégio e das ações que são realizadas. Esse desrespeito ao meio ambiente é mais dos adultos”, acrescenta Teno.

Há algumas semanas, o morador reuniu parte família para uma ação de retirada dos lixos que estavam às margens do Rio Araranguá. O resultado foi impressionante: mais de oito sacolas, de 50 litros, foram utilizadas para remoção do entulho. “No dia em que estávamos recolhendo, tinha um número maior de pessoas, todo mundo com a mão na massa. Foi bem legal e interessante, sem planejamento, mas com bons resultados,” enfatiza.

Apesar dos bons resultados até o momento, o trabalho deve ser contínuo, uma vez que há muita sujeira levada pela correnteza. Entre os itens que mais são vistos e recolhidos pela família estão garrafas pets, embalagens de agrotóxicos e de produtos em geral, lâmpadas, seringas. Mas, Teno garante que outros muitos piores já foram encontrados, como televisões, restos de construções que foram destruídas e, até mesmo, uma geladeira.

Com o objetivo de contribuir com a localidade e vê-la menos poluída, Teno paga mensalmente por um serviço de recolhimento de lixos que serão, posteriormente, reciclados pela empresa responsável. Hoje, além de um lixeiro da prefeitura que fica em frente à residência do morador, há mais dois que são cedidos pelo estabelecimento contratado. Os locais estão à disposição de todos que passam pela localidade.

“Eu tenho um contrato e eles recolhem, pegam o lixeiro, separam o lixo e pesam o valor que deu para mim”, pontua Teno. “A ideia seria conscientizar a família e, agora com os lixeiros em frente à propriedade, que as pessoas joguem ali os rejeitos de forma apropriada. Eu já avisei os pescadores, porque têm dias que está cheio aqui, que eles descartem nos lixões, já que está sendo pago por mês para utilizar o serviço”, completa.

O morador pretende desenvolver o projeto para alcançar mais pessoas e contribuir com a limpeza da área. “Meu objetivo é deixar essa região bonita”, frisa. “Tem uma ONG aqui no Morro dos Conventos e eu comentei com eles, se precisassem de apoio estou à disposição, e vice-versa. A minha ideia é expandir isso, talvez, para os colégios, e fazer um projeto em parceria com as instituições”, finaliza.

Além disso, Teno pretende distribuir sacos de lixo para os pescadores que frequentam a localidade, com o intuito de incentivar o recolhimento dos despejos que encontrarem nas margens ou no próprio Rio Araranguá.

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