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sábado, abril 27, 2024

Pontos de ônibus são construídos por moradores em Maracajá

Gustavo Milioli
Maracajá

Os moradores da comunidade de Sangão Madalena, em Maracajá, estão construindo pontos de ônibus em ruas por meio de uma parceria firmada com a prefeitura. O poder público local lançou duas licitações para encontrar empresas interessadas em executar as obras. O problema é que ambas resultaram em certames desertos. Com a demora para encontrarem uma solução, a Associação de Moradores do bairro propôs ao Governo Municipal que, se tivessem os materiais necessários, davam conta da mão de obra. O acordo foi assinado.

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“Em novembro do ano passado, chamamos o prefeito para uma reunião. Pedimos pavimentações de ruas, melhorias em estradas, iluminação pública e três paradas de ônibus para o transporte escolar. O projeto dele era construir 20 paradas destas, mas não apareceu nenhuma empresa para fazer o serviço. Na ocasião, um dos nossos diretores disse que, se a prefeitura desse o material de construção, a gente se viraria com mutirões para construir. O prefeito gostou da ideia”, explica Gilvan de França, presidente da Associação de Moradores.

Materiais
No final de abril, os materiais foram enviados. Os trabalhos começaram no início de maio, na rua João Inácio Leandro, com a primeira das três paradas a serem erguidas. Os moradores se reuniam aos sábados pela manhã para tirar do papel a vontade antiga, seguindo o projeto que a prefeitura forneceu. “No começo, éramos de cinco a oito pessoas. Fizemos a base. Quando chegou a hora de levantar as paredes, como são de tijolo à vista, não há como dois pedreiros trabalharem. Tinha que ser um só. Então, se deixássemos para trabalhar só aos sábados, iria levar muito mais tempo. Resolvemos contratar um pedreiro”, revela.

O profissional costumava cobrar R$ 200 por dia de serviço. Como era um trabalho de interesse comunitário, para a associação do bairro, ele definiu um preço especial e topou realizar a obra inteira por R$ 1,5 mil. O outro ponto custaria R$ 1 mil, por não ser duplo como o primeiro.

Para conseguir os recursos para fazer o pagamento do pedreiro, a Associação de Moradores lançou uma rifa. A terceira construção prevista ainda não foi iniciada. As três paradas do bairro serão utilizadas por crianças e adolescentes do primeiro ao nono ano do ensino fundamental. As instalações ficarão nas ruas João Inácio Leandro e Dolvino Antônio Thomaz e na rodovia Sebastião Leandro.

Todos unidos pela mesma causa
Apesar de a ação partir da diretoria da associação de moradores, alguns vizinhos sem relação com a obra decidiram arregaçar as mangas e ajudar nos trabalhos. “Pessoas que nem tem filhos que usam o transporte escolar se envolveram. Carregaram concreto, pintaram, participaram. A rifa, mesmo, foi fácil de vender. Se tivéssemos colocado 400 números, teríamos vendido tudo”, destaca Gilvan.

“É como diz o ditado, a união faz a força. A nossa comunidade é muito unida, pega junto em todas as atividades, principalmente as relacionadas à igreja. O pessoal da catequese é muito atuante, há um envolvimento grande para que as tradições que já duram mais de 50 anos sejam mantidas. É muito bonito de ver”, salienta.

Dias de chuva
Na última semana, com o tempo instável na maior parte dos dias, a construção dos pontos de ônibus cobertos atestou a sua importância. Por volta das 7h e das 13h, dezenas de estudantes se juntaram abaixo das telhas para aguardar o transporte e chegaram secos à escola.

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