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sexta-feira, abril 26, 2024

Doença viral deixa pais da região em alerta

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Uma doença viral e com alto grau de transmissibilidade tem deixado pais e escolas em alerta. A síndrome mão-pé-boca (SMPB), caracterizada por lesões vesiculares no corpo e sintomas como febre e mal-estar, acomete, principalmente, crianças com idade abaixo de cinco anos. Alguns municípios da Região Carbonífera, entre eles, Criciúma, Nova Veneza e Morro da Fumaça, tiveram que interromper as atividades de creches para higienização dos locais.

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De acordo com o presidente do Colegiado de Saúde da Amrec, Murilo Debiasi, a maioria dos municípios registrou essa disparada dos casos da síndrome mão-pé-boca. “Percebemos, nas ultimas semanas, o aumento dessa transmissão geral, inclusive, aumentaram os atendimentos com crianças com esses sintomas nos hospitais”, afirma. Quem também tem lidado diretamente com esse diagnóstico é a pediatra criciumense, Nathália Loch.

Segundo a profissional, a transmissibilidade da doença acontece de forma fecal, oral e respiratória. “Geralmente, acomete as crianças menores de cinco anos, e acaba fazendo lesões vesiculares na boca, língua e palmas de mãos e pés. Pode, também, acometer a região da genitália e nádega. Os pacientes apresentam febre, dificuldade em se alimentar, e, por isso, é importante manter uma dieta pastosa e fria”, explica a pediatra.

Assim que confirmado o diagnóstico, é imprescindível que o paciente faça isolamento, e, sobretudo, que evite o contato com outras crianças. “Como é um vírus oral, fecal e respiratório, é ideal fazer isolamento, conforme orientação médica. No retorno, ter bastante higiene a cada troca de fraldas e limpeza após as evacuações. Durante o período de atestado, é necessário permanecer isolado da escola e do convívio das demais crianças”, pontua Nathália.

Conscientização e prevenção são essenciais para evitar a proliferação do vírus. “Acho bem legal orientar os pais, que se a criança começou com febre, para deixar o paciente em casa e fazer uma avaliação médica, porque estamos tendo muitos casos. Evitar levar para a creche até ter o diagnóstico é bem interessante, para não ter essa propagação e surto como está acontecendo”, finaliza a pediatra.

Há duas semanas, uma creche com 60 alunos, em Morro da Fumaça, precisou ser fechada temporariamente para higienização dos espaços. Isso porque, houve registros da doença mão-pé-boca entre as crianças. Para a secretária de Saúde, Greicy Zaccaron, o trabalho de conscientização foi fundamental para quebrar o ciclo de contaminações no município.

“A síndrome mão-pé-boca foi controlada porque nós fizemos um intenso trabalho com os nossos professores, zeladores que cuidam da limpeza e os pais. Sempre encaminhando informativos aos pais para eles estarem observando os sintomas nos seus filhos, principalmente, se tiver aparecimento de manchas vermelhas no corpo da criança”, pontua a secretária.

Caso a criança chegue com algum sintoma característico da síndrome, a creche do município aciona um profissional da saúde para prestar atendimento. “Quando há mais de um caso suspeito, também vem junto a Vigilância Sanitária. Com isso, a gente conseguiu ter controle. Mas de duas semanas para cá, não constatamos mais nenhum caso”, finaliza Greicy.

Em Criciúma, a doença também foi registrada nas unidades. A coordenadora do Departamento de Educação Infantil da Afasc, Andreza Dagostim, relata que, no início de setembro, quando iniciaram os casos na região, os profissionais da associação já ficaram em estado de alerta.

“Imediatamente reforçamos ainda mais os cuidados que já estavam intensificados devido à Covid-19”, lembra Andreza. Ela ainda conta que todos ficaram atentos ao aparecimento de qualquer sintoma para avisar, o mais rapidamente, os pais.

A coordenadora acrescenta que, desde o surgimento dos casos, a criança com diagnóstico positivo deve permanecer em casa enquanto durar o atestado. Já os pais dos demais alunos da sala de aula são aconselhados a monitorar o aparecimento dos sintomas em seus filhos.

“E também seguimos a orientação de avisar a Vigilância Epidemiológica, caso haja mais de dois casos na mesma turma”, acrescenta Andreza. “Mas a conscientização dos pais sobre a necessidade de deixar o filho em casa, no caso de aparecimento de sintomas, é de suma importância para eliminarmos o contágio”, observa a coordenadora.

Saiba mais sobre a doença

A doença raramente acomete adultos e é mais comum durante a primavera e o verão. A transmissão se dá pelo contato fecal-oral e também com secreções respiratórias, sendo o período de incubação usual de 3 a 7 dias. O diagnóstico é característico e geralmente são dispensados exames complementares.

Quanto ao tratamento, o paciente que contrair a doença precisa fazer repouso, manter uma alimentação leve e ingerir líquido. A febre, por sua vez, deve ser controlada com o antitérmico prescrito pelo pediatra. Além disso, é importante informar aos familiares que a virose é autolimitada, ou seja, tem regressão espontânea. Em poucos casos,quando as lesões da boca comprometem a ingestão de líquidos , faz-se necessária a hidratação endovenosa.

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