Tiago Monte
Criciúma
Anselmo Freitas está irredutível. Ele não concorrerá à presidência do Criciúma. Pelo menos, essa é a posição do mandatário até o começo desta terça-feira. Ele garante que não quer ser candidato, no pleito marcado para o dia 23, em função de diferenças com uma ala do Conselho na montagem da chapa. Na última sexta-feira, ele chegou a dizer que seria candidato, mas, já no sábado, voltou atrás e não mudou mais a decisão. “Eu não quero gerir um clube em cima de conflitos. Não quero. Eu sei que vão dizer: ‘pega aqui, Anselmo, a gente dá um jeito. Fica que a gente acerta’. Mas, daqui dois ou três meses, vai haver essa cobrança. E eu não quero. Claro que o Conselho tem que cobrar, óbvio, mas não vai ficar uma coisa legal. Para mim, quebraram-se os cristais”, diz.
A decisão oficial será comunicada aos diretores e vice-presidentes em uma reunião agendada para hoje. “A minha decisão está tomada. Vou conversar com os nossos diretores e vice-presidentes amanhã (hoje), mas eu estou muito triste e desgastado com tudo o que aconteceu. Como que um presidente vai administrar um clube que tem membros do Conselho Deliberativo que são contra? Não tem como. É difícil”, pontua.
O impasse aconteceu no momento da escolha do nome que ocupará a vice-presidência administrativa. Anselmo indiciou Pedro Paulo Canella – nome que foi vetado pela ala que comanda o Conselho. Em seguida, o presidente trocou Canella por Alexandre Farias, que também não foi aceito. A ala do Conselho queria colocar o nome de Clementino Bolan, que não foi admitido pela atual diretoria do Criciúma e apoiadores do presidente Anselmo Freitas. “Óbvio que eu estou com a minha diretoria. Não tem como ficar contra as pessoas que me apoiaram o ano inteiro”, garante Anselmo.
Intenção era fazer uma gestão compartilhada
O presidente do Criciúma tinha a ideia de fazer uma gestão compartilhada com a ala que comanda o Conselho. “A gente entregou duas posições para o Conselho Deliberativo. Isso para trazer eles para junto da gente, fazer uma gestão participativa e tudo mais. Mas essa ala do Conselho, não é o Conselho todo, apenas uma ala, não aceitou, e queria também, além dos dois cargos, a vice-presidência administrativa. Nossos diretores entenderam que é uma função estratégica e que deveria ser ocupada por um membro da diretoria atual”, diz.
Anselmo não cogita mudar de decisão e ser candidato. O último dia para inscrições de chapas à presidência do Criciúma é hoje. “Pensa comigo: como eu vou mudar agora? Eu poderia mudar, com um redirecionamento dessa ala do Conselho. Eu não vou conseguir administrar o clube como está hoje. Essa ala, me parece, comanda o Conselho. Para eu mudar a minha decisão, eles teriam que mudar a decisão deles. Na verdade, a gente mudou: de três nomes que eles nos deram, aceitamos dois nomes. Um apenas que a nossa diretoria não quis, achou que não seria interessante”, finaliza Freitas.
