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sexta-feira, abril 26, 2024

Dia do Médico: A vocação para prevenir doenças e salvar vidas

Tiago Monte

Criciúma

Há mais de um ano e meio, o papel dos médicos tem sido cada vez mais importante para a sociedade. A pandemia do novo coronavírus evidenciou a profissão que é responsável pela promoção da saúde da população, incentivo a uma vida saudável, prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças. Hoje, 18 de outubro, é comemorado o Dia do Médico –  em relação com o Dia de São Lucas, tido como santo protetor dos médicos.

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Com a chegada da Covid-19, o medo tomou conta da população e a medicina passou a frequentar todas as rodas de conversas. Com isso, a importância dos profissionais ficou ainda maior. “As pessoas têm medo de morrer. E isso é um fato. Como a Covid-19 é uma doença nova, que as pessoas não sabem muito qual o tratamento, se existe ou não, se tem que internar ou não, se faz exame ou não, então, elas precisam de um direcionamento. Por isso, a importância de fazer uma consulta médica, primeiramente, para ver o que a gente direciona”, explica a médica Liege Souza, que é dermatologista, mas também atende em Prontos Atendimentos de Criciúma.

Ela ressalta que a gratidão das pessoas com os médicos, no Brasil, existe diariamente e não apenas no período de pandemia. “A gratidão existe diariamente. Não aconteceu com o Covid. Às vezes, o paciente é grato porque ele só quer um conforto, conversar e desabafar sobre algo. Nem é tanto pela doença em si: às vezes, é mais psicológico do que clínico”, diz. “Na parte da Covid em si, será mais grata aquela pessoa que saiu da UTI, lá de dentro. Aqueles sobreviventes mesmo. Então, eles vão agradecer a equipe médica inteira: médico, enfermeiro e equipe toda”, completa.

Nada substitui a faculdade de medicina

Atualmente, em função da internet e dos mecanismos de busca na rede, os pacientes chegam para as consultas com informações avançadas sobre as doenças. Isso, muitas vezes, complica o trabalho dos médicos. “Antigamente, o médico era endeusado. Era como se a nossa palavra fosse mais bem quista do que hoje em dia. Atualmente, as pessoas têm muito acesso ao Google e procuram o que é e o que não é. Então, acaba que o paciente já chega com uma opinião formada. Durante a consulta, a gente tem que dizer que, na verdade, informação é uma situação e conhecimento é outra situação. Nada vai substituir uma faculdade de medicina, de seis anos, mais uma especialização de três a seis anos também. Então, os pacientes estão muito informados e exigentes na parte médica. Eles já chegam com um diagnóstico pré-formado. Mas a gente, durante a consulta, acaba desmistificando tudo e explicando. No fim, o paciente entende que o Google não é tudo”, diz a médica.

Para Liege, a maioria dos médicos procura a profissão por vocação e não por status, como muitas pessoas presumem. “Durante a minha faculdade, e meus colegas que entravam e estavam na minha frente, a maioria era por vocação mesmo. Status acontecia mais antigamente. Hoje, acredito que não. Até porque somos um pais subdesenvolvido e, a maioria das pessoas, não tem dinheiro para custear uma faculdade que custa em torno de 300 mil reais. Então, acredito que seja vocação, sim”, comenta.

Ela acredita que a vocação auxilia e muito para o exercício da profissão. “Precisa ter um feeling também. O paciente vai falando e a gente já vai fazendo os diagnósticos diferenciais. A gente pode ter várias hipóteses diagnósticas. Então, eu acredito que isso também é uma vocação, como em qualquer profissão”, comenta.

Para a médica, os médicos jamais perderão a importância na sociedade, embora a informação esteja disponível aos pacientes. “A gente ainda não perdeu a importância junto às pessoas e acredito que jamais perderemos, mas como têm muitos médicos, hoje em dia, antigamente era mais raro, a palavra do médico era muito importante. A parte do Google leva as pessoas a terem informação e até questionar o conhecimento do médico: “porque tu destes esse diagnóstico e não o outro”. Essas situações assim”, pontua.

A busca pela qualidade de vida

Um dos desafios da medicina é ser preventiva. A médica considera que o trabalho é árduo, junto aos pacientes, mas a mudança é possível. “Vacina é uma forma de prevenção, a gente eliminou várias doenças que, no século passado, matavam milhares de pessoas. A medicina preventiva é o ideal. Podemos considerar a atividade física como uma medicina preventiva contra a obesidade, infarto e derrame, por exemplo. É de pouquinho em pouquinho que a gente vai mudando os hábitos das pessoas”, diz.

Hoje médica, a carreira de Liege começou com a enfermagem. “Cursei até a quarta fase e vi que não tinha vocação para ser enfermeira. Eu não gosto dessa parte administrativa, porque o enfermeiro fica muito na parte administrativa. Então, veio uma ‘luz’ e eu resolvi fazer medicina. Então, cheguei em casa, falei com a minha mãe, ela concordou e foi tranquila. E aqui estamos”, finaliza.

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