Santa Catarina tem 779 pessoas esperando na fila por um transplante de rim, procedimento realizado pelo apresentador Fausto Silva, o Faustão, nesta última segunda-feira, dia 26, em São Paulo. Os dados foram confirmados pela Secretaria de Saúde de Santa Catarina nesta quinta-feira, dia 29.
O número brasileiro é ainda maior. Segundo o Sistema Nacional de Transplantes, há 38,9 mil pessoas aguardando por um rim no Brasil.
Para realizar o procedimento, segundo o Ministério da Saúde, o paciente pode receber o órgão de pacientes vivos ou não, diferente de outros transplantes como o de coração, por exemplo.
Afinal, Faustão furou a fila?
De acordo com a Secretaria do Estado de Saúde de São Paulo, Faustão era o 13° da lista de espera por um transplante de rim.
Essa prioridade foi estabelecida considerando que o apresentador já havia passado por um transplante de coração há seis meses, o que justificou sua necessidade iminente do procedimento renal.
De acordo com a nota divulgada pela Central de Transplantes do Estado de São Paulo, Fausto Silva foi incluído na lista de espera em 6 de fevereiro e, seguindo os critérios estabelecidos pelas resoluções estaduais, foi submetido ao transplante de rim na última segunda-feira.
A resolução estadual SS nº 6, de fevereiro de 2019, estabelece critérios específicos de priorização para transplantes, levando em conta situações como impossibilidade total de acesso à diálise, histórico de transplante prévio de outro órgão e pós-doação renal.
Além disso, é imprescindível que haja compatibilidade genética e sanguínea entre doador e receptor, bem como uma faixa etária adequada.
Confira o boletim médico do artista após a cirurgia:

Fala após procedimento
Nesta quarta-feira, dia 28, Faustão deu uma declaração veiculada pelo jornal O Globo, em que relata que está em processo de recuperação e espera retornar ao seu lar na próxima semana.
“Em mais uma semana estarei em casa, liberado. Para alguém que já passou por um transplante cardíaco, o de rim é comparativamente mais tranquilo”, afirmou.
Como funciona o transplante de rim?
De acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia, no caso de doadores falecidos, os rins são removidos após o diagnóstico de morte encefálica e a autorização dos familiares.
Para receber um rim de um doador falecido, é necessário estar registrado na lista única de receptores de rim da Central de Transplantes do estado onde será realizado o procedimento.
Em situações envolvendo doadores vivos, são realizados exames para garantir que o doador possui rins saudáveis e não possui nenhuma condição que possa ser transmitida ao receptor.
O sangue do doador é cruzado com o dos receptores, e o rim é alocado para o paciente mais compatível, minimizando o risco de rejeição. Tanto parentes quanto não parentes podem ser doadores, desde que haja uma autorização judicial.
A Sociedade Brasileira de Nefrologia destaca que as condições necessárias para ser um doador vivo incluem expressar um desejo espontâneo e voluntário de doar o órgão.
Como funciona a fila de transplante no Brasil?
O processo de transplante de órgãos é crucial para salvar vidas e oferecer esperança a quem necessita. No Brasil, a lista de espera por um órgão é única, valendo tanto para pacientes do SUS quanto para os da rede privada.
A distribuição dos órgãos é baseada em critérios técnicos, como compatibilidade sanguínea e gravidade da condição do paciente.
Quando os critérios técnicos são similares, a ordem de chegada na lista de espera é considerada. Pacientes em estado crítico recebem prioridade devido à urgência de sua situação.

Além disso, certas condições graves podem acelerar o processo, como a impossibilidade de realizar diálise para pacientes renais ou a necessidade de assistência circulatória para pacientes cardiopatas.
O Sistema Nacional de Transplantes é responsável por coordenar todo o processo de doação e transplantes no país. A doação de órgãos é permitida por lei e segue regulamentos rigorosos para garantir a segurança dos receptores e dos profissionais de saúde envolvidos.
O que devo fazer para me tornar um doador?
Para se tornar um doador de órgãos, é importante comunicar sua decisão à família, para que ela possa autorizar a doação após a sua morte. Não é necessário registrar formalmente essa decisão, mas é crucial que os familiares estejam cientes do seu desejo.
Após o diagnóstico de morte encefálica, a família é consultada e orientada sobre o processo de doação.
Os órgãos doados são destinados a pacientes na lista de espera por transplante, sendo distribuídos de acordo com a urgência e a compatibilidade com o receptor.
O objetivo é garantir que os órgãos sejam alocados da maneira mais justa e eficiente possível, para que mais vidas sejam salvas todos os anos.
*Via ND+