Geórgia Gava
Criciúma
Desde o início da pandemia, todos os setores econômicos sentiram o impacto das atividades paralisadas. Desde as grandes capitais às pequenas cidades do interior, a dificuldade em gerar emprego e renda foi um desafio a ser superado. Após mais de um ano, com o suspiro trazido pelo início da vacinação contra Covid-19, os números são otimistas e trazem alento aos municípios.
Na Região Carbonífera, a projeção do Valor Adicionado – que mede a compra e venda de mercadorias -, para os 12 municípios da associação, aponta um crescimento de 16,34% neste ano. “Em 2020, nós tivemos a situação econômica muito represada, principalmente, nos dois principais municípios, que são Criciúma e Içara”, explica o coordenador do Movimento Econômico da Amrec, Ailson Piva.
O destaque, em toda a região, fica para o setor de agronegócio. “No ano passado, com a pandemia, o que mais se vendeu foram alimentos. Em 2021, esses produtos foram bem inflacionados, por exemplo, a carne. Automaticamente, a cidade agrega mais valor, porque o produto fica mais caro”, frisa Piva. O crescimento projetado, portanto, é pautado, principalmente, pela alta de valores no mercado.
“Temos que estar cientes disso. O crescimento na região, no ano passado, estava nos municípios especificamente do agronegócio. Em 2021, ele já está distribuído em todas as cidades”, enfatiza o coordenador do Movimento Econômico. “O agronegócio despontou. Na região, o crescimento está mais na recuperação econômica de Criciúma e Içara, que tiveram as atividades mais impactadas. Na Amrec, os dois quase não têm agronegócios. Com a retomada econômica, essas duas cidades que estavam represadas tiveram bons desempenhos”, completa Piva.
Além da indústria do agronegócio, na região, destacam-se também a química e a plástica. A projeção do crescimento econômico, embora esteja abaixo da média estadual, ainda é um número relevante e expressivo para a Amrec. O município à frente é Orleans, com 38,81%, seguido de Balneário Rincão, com 27,17%; Morro da Fumaça, com 24,54%; Treviso, 23,74%; Siderópolis, 21,91%; Cocal do Sul, 21,75%; Nova Veneza, 20,46%; Içara, 18,13%; Urussanga, 13,74%; Lauro Müller, 12,57%; Criciúma, 11,90% e Forquilhinha, 4,60%.
“Está acima do esperado. O nosso problema, se olharmos de uma forma mais abrangente, é que Santa Catarina cresce, em média, 17%. Então, mesmo com uma projeção de quase 16,5%, não estamos crescendo como o restante do Estado. Isso quer dizer que a nossa região não acompanha a média de crescimento do Estado. Embora, seja um número muito bom, ainda é um pouco abaixo de Santa Catarina”, pontua Piva.
O que é Valor Adicionado?
O Valor Adicionado é utilizado para mensurar os valores adicionados ocorridos nos estabelecimentos inscritos em cada município e dos valores a ele atribuídos pelos contribuintes. É apurado anualmente com base no movimento econômico (vendas das empresas, vendas da produção agropecuária, consumo de energia elétrica, serviços de telecomunicação”.
“De forma geral, o valor adicionado é usado para calcular o retorno de ICMS para os municípios, ou seja, quanto maior o Valor Adicionado, mais retorno para as cidades. Para arrecadar mais, tem que crescer mais que o estado. Isso quer dizer que, embora a gente tenha crescido 16,34%, a projeção é que nós ainda diminuímos a arrecadação de ICMS”, finaliza o coordenador do Movimento Econômico da Amrec.
PROJEÇÃO CRESCIMENTO ECONÔMICO NA AMREC/ POR MUNICÍPIO:
MUNICÍPIO | PROJEÇÃO VALOR ADICIONADO |
BALNEÁRIO RINCÃO | 27,17% |
COCAL DO SUL | 21,75% |
CRICIÚMA | 11,90% |
FORQUILHINHA | 4,60% |
IÇARA | 18,13% |
LAURO MULLER | 12,57% |
MORRO DA FUMAÇA | 24,54% |
NOVA VENEZA | 20,46% |
ORLEANS | 38,81% |
SIDERÓPOLIS | 21,91% |
TREVISO | 23,74% |
URUSSANGA | 13,74% |
PROJEÇÃO CRESCIMENTO ECONÔMICO NA AMREC:
AMREC | 16,34% |
PROJEÇÃO CRESCIMENTO ECONÔMICO NO ESTADO:
SANTA CATARINA | 17% |