Geórgia Gava
Timbé do Sul
No radar de muitas lideranças, as obras na barragem do Rio do Salto, em Timbé do Sul, deve sair do papel até 2022. Após a Audiência Pública realizada em julho, a equipe do Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) fez a análise do Estudo de Impacto Ambiental e encaminhou um pedido de complementação para a Casan, que tem até 120 dias para responder as indagações do documento, enviado no início de setembro.
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Conforme o projeto, a barragem será implantada em Timbé do Sul, sendo parte integrada a um conjunto de obras concebidas para regularização das vazões do Rio do Salto, que busca o aproveitamento com múltiplo uso, como o abastecimento público e a irrigação de lavouras. O sistema adutor beneficiará 70,7 mil pessoas de Turvo, Meleiro, Ermo, Morro Grande e parte de Araranguá, com uma rede de 40,7 mil metros. O complexo também tem o intuito de regularizar o regime de vazões dos rios Amola Faca, Manoel Alves e Araranguá.
“A barragem do Rio do Salto tem a sua maior utilidade para os rizicultores da região, mas também vamos acabar utilizando para abastecimento de água. O governador Carlos Moisés, quando anunciou o planejamento hídrico do Estado, de R$ 1,7 bilhão ele incluiu essa barragem. Então, ela está como meta do Governo. Só estamos dependendo do licenciamento ambiental”, explica a presidente da Casan, Roberta Maas dos Anjos.
A construção de uma barragem no Extremo Sul é um assunto tratado há décadas, mas que ainda está sem solução. “É uma questão antiga, mas na nossa gestão, trouxemos como uma prioridade. Então, um pouco antes da pandemia, conseguimos a autorização do IFAM e, partir dessa autorização, poderíamos marcar a Audiência Pública. Só que, logo na sequência, teve a pandemia e conseguimos fazer no dia 15 de julho de 2021”, acrescenta.
Atualmente, a Casan trabalha para responder o IMA e, assim, dar continuidade às tratativas. “Estamos respondendo os questionamentos para receber a Licença Ambiental Prévia, e aí, licitar a barragem. O custo dela é quase 200 milhões, lembrando que é um projeto do governo do Estado, mas é a Casan que está executando”, pontua Roberta. “A obra é importante para a região e envolve vários municípios, apesar de que está em uma cidade que não é da Casan, mas o Estado vai atender porque existem outros municípios que são beneficiados, principalmente, o agronegócio com os rizicultores”, finaliza.
Em nota, o IMA afirma que está acompanhando as movimentações sobre a barragem. “Depois de serem encaminhadas as respostas pela Casan, será feita a análise para fins de elaboração do parecer que subsidiará conclusão quanto ao deferimento ou indeferimento da emissão de Licença Ambiental Prévia (LAP). A Casan tem um prazo de 120 dias para resposta do pedido de complementação. No entanto, se a empresa necessitar, poderá, mediante justificativa, solicitar dilação de prazo”, diz o documento.