Mais um caso de crime contra a vida motivado pela disputa entre facções criminosas resultou em condenação. Dois homens denunciados pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) por uma brutal tentativa de homicídio na Comarca de Brusque foram condenados a 13 e a 16 anos de prisão, em regime inicial fechado, pelo Tribunal do Júri. A denúncia da 4ª Promotoria de Justiça da Comarca de Brusque apontou que a morte da vítima foi decretada em um “tribunal do crime” realizado por por videochamada.
A ação penal relata que, no dia 9 de maio de 2023, por volta das 11h, a vítima foi abordada pelos réus quando andava na rua e levada para uma área de mata após o final da rua Florêncio Day, no Morro do Mocotó, bairro Azambuja. Ali, a vítima – um traficante de drogas – teve as mãos e pés amarrados com abraçadeiras de plástico. Os dois réus, acompanhados de um terceiro denunciado e de mais dois indivíduos não identificados, passaram a agredi-la com socos, coronhadas de revólver e facadas na região da cabeça, tronco e braços, causando-lhe uma série de lesões corporais.
Durante a sessão de espancamento, enquanto os réus e os comparsas golpeavam a vítima com a coronha de um revólver, o tambor da arma abriu e as munições caíram, o que obrigou os agressores a procurarem os projéteis para dar fim à vida da vítima. Nesse momento, o homem aproveitou a distração dos autores e, removendo as amarras que prendiam seus pés, fugiu pela mata até alcançar uma residência e pedir socorro, impedindo que ele fosse assassinado.
Enquanto isso, os pronunciados e os comparsas fugiram do local, mas deixaram uma série de provas, incluindo dois aparelhos celulares. Isso permitiu identificar os autores do crime, que foi motivado em função de o traficante ter adquirido drogas de um integrante de uma facção rival para revenda na cidade.
Como sustentado pelo Ministério Público, os réus foram condenados por homicídio qualificado por motivo torpe e por ter sido praticado sem possibilidade de defesa pela vítima. Para um dos réus, o que teve apena mais alta, também houve a qualificadora de meio cruel. Ambos também foram condenados por porte ilegal de arma de fogo.
Presos preventivamente no curso das investigações, eles não terão o direito de recorrer em liberdade. O terceiro denunciado pelo crime morreu em confronto com a Polícia Civil do Paraná.
Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social