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segunda-feira, maio 20, 2024

Jornal: um documento histórico

No dia 23, o Tribuna de Notícias completa cinco anos e, até lá, uma série de reportagens retratará a importância do veículo de comunicação

Tiago Monte

Criciúma

Em 23 de abril de 2019, circulava a primeira edição do jornal Tribuna de Notícias. Há quase cinco anos, a união de forças do A Tribuna com o Diário de Notícias deu origem ao maior jornal do Sul de Santa Catarina. Forte, cada vez mais comprometido com a verdade e no mesmo padrão dos maiores jornais do Estado, o TN, como é carinhosamente chamado, está cada dia mais consolidado na região.

Até o final deste mês, uma série de reportagens destacará a importância deste veículo de comunicação. Para começar, nada melhor do que contextualizar a história do jornal impresso em Criciúma, Brasil e mundo.

O jornal é um veículo de informação utilizado há mais de 2 mil anos, tendo início com o imperador romano Júlio César (100 – 44 a.C). Ele criou a “Acta Diurna”, onde eram divulgadas as suas conquistas militares, esta ata foi considerado o primeiro jornal do mundo. As informações dispostas ali eram escritas em tábuas e fixadas nos muros das principais localidades do império. 

Na China, no final da Dinastia Han, circulava na corte o Tipao, que reuniam as principais informações sobre o governo.  Entre 713 – 714 d.C, foi publicado o “Kaiyuan Za Bao” – jornal da corte – cuja escrita era realizada na seda de forma totalmente manual. Contudo, foi somente com a invenção da Prensa de Gutenberg, no século XV, que foi possível o surgimento dos jornais como conhecemos. Mesmo com diversos relatos de atividades jornalísticas, e de imprensa, anteriores à prensa, é só a partir dela que se torna possível a produção em massa dos jornais impressos.

Foi só na primeira metade do século XVII, que os jornais começaram a surgir como publicações periódicas. Os primeiros jornais modernos nasceram em países da Europa Ocidental como Alemanha, França, Bélgica e Inglaterra. A maior de parte de suas publicações traziam notícias da Europa e raramente incluíam informações da América ou Ásia. Os jornais ingleses costumavam relatar derrotas sofridas pela França e os franceses relatarem os escândalos da família real inglesa.

Tudo começou em 1808 no Rio de Janeiro

No Brasil, a história do jornal se iniciou em 13 de maio de 1808 na cidade do Rio de Janeiro, com a chegada da família real portuguesa, que trouxe junto uma imprensa, que era denominada, na época, de Imprensa Régia. Ela foi a primeira editora brasileira e teve a finalidade, inicialmente, de imprimir papeis diplomáticos, a legislação e impressos para a propagação de notícias. Hoje, ela é conhecida como Imprensa Nacional. 

Até o momento, era proibida no país qualquer tipo de trabalho de imprensa, seja de livros ou jornais. Com a chegada da Imprensa, em 10 de setembro de 1808, o primeiro jornal brasileiro surgia: “Gazeta do Rio de Janeiro”. O jornal era o órgão oficial do governo português, que havia se refugiado na colônia americana, tendo todas suas publicações um caráter favorável ao governo. 

No mesmo ano Hipólito José da Costa, que se encontrava exilado em Londres, lança o “Correio Braziliense” no dia 1 de Junho. Por ser produzido em Londres o jornal só desembarcou na cidade do Rio de Janeiro em outubro de 1808. O papel do jornal era surgir como voz da oposição criticando entre outras coisas, os problemas administrativos. Mesmo se declarando conservador, o jornal por conta de seu conteúdo foi proibido no Brasil.

Censura e Liberdade de Imprensa

Além da proibição ao Correio Braziliense, a Imprensa Régia também sofria uma certa censura  prévia, tendo todas as suas publicações analisadas por uma comissão. Assuntos que fossem contra a religião, governo e bons costumes, eram barrados de serem veiculados. Em 28 de agosto de 1821 acontece a extinção à censura prévia por conta da deliberação das Cortes Constitucionais de Lisboa. 

Em 1824 com a Promulgação da primeira Constituição do Brasil surgia a total Liberdade de Imprensa no Brasil. No entanto, a censura voltaria a atacar a Imprensa muitos séculos depois com a Ditadura Militar de 64. Em especial com a promulgação do Ato Institucional AI-5 de 1968, que previa censura prévia e perseguição aos veículos de imprensa que opusessem ao governo militar.

A censura da Ditadura Militar caiu com a promulgação da Constituição de 1988 que mais uma vez definia a total Liberdade de Imprensa no Brasil.

O começo em Criciúma nos anos 50

Um dos primeiros jornais impressos em Criciúma surgiu em 02 de maio de 1955, com o nome de Tribuna Criciumense. Ele era um jornal semanal, ou seja, era distribuído uma vez por semana às pessoas do município. A Tribuna Criciumense deixou de existir em 2000 e passou a se chamar Jornal A Tribuna. Ainda nos anos 60, existia o Jornal de Criciúma.

Outros jornais também surgiram no município, como o Jornal da Manhã, fundado em 1983, e o Diário de Notícias, em 2011. O Jornal da Manhã suspendeu suas atividades no ano de 2017, e o Diário de Notícias juntou-se ao Jornal A Tribuna em 2019. Da junção entre os dois jornais, surgiu o atual jornal impresso de Criciúma, chamado de Tribuna de Notícias. Esses jornais são muito importantes para Criciúma, pois ajudaram a contar a história do município.

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