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quinta-feira, maio 9, 2024

Araranguá: Aciva quer solução para questão energética

Associação Empresarial de Araranguá e do Extremo Sul Catarinense agenda reunião com a Celesc e aumenta o tom de cobranças sobre capacidade de energia na região

Tiago Monte

Araranguá

Um problema antigo, e que incomoda os empresários e a população de Araranguá, deve ganhar um novo encaminhamento. Representantes da Associação Empresarial de Araranguá e do Extremo Sul Catarinense (Aciva) agendaram uma reunião com a presidência da Celesc, para tratar da capacidade energética da reunião. O encontro acontecerá em Florianópolis no dia 10 de abril – quarta-feira da semana que vem.

Em pauta, a data de conclusão da nova Subestação na cidade. O empreendimento se localizará na rodovia de acesso ao Balneário Arroio do Silva. “A ideia é mobilizar todas as entidades de classe e deputados, aqueles que representam uma parcela da nossa população, para mostrar que tem a demanda. O nosso objetivo é chamar a atenção do presidente da Celesc e tentar conseguir uma data de conclusão da obra, que está parada há algum tempo. Queremos sair de lá com uma data garantida”, destaca Alberto Sasso de Sá, o Beto, membro do Conselho Deliberativo da Aciva.

O início da obra aconteceu em 2021 e houve uma evolução em 2022. Porém, o prazo para que a estação estivesse em funcionamento e energizada era este ano. Para Sasso, não é o que está se apresentando. “Queremos uma data e que nesse mandato do atual governo do Estado seja concluída, de forma energizada. Precisamos, o quanto antes, ter essa obra finalizada e partir para outras demandas”, destaca Beto.

Prejuízo também para a população

Atualmente, o fornecimento de energia, por parte da Celesc, está no limite. Isso prejudica o desenvolvimento de Araranguá e da região. “Cobramos a obra da subestação, pois sabemos que atualmente Araranguá e as cidades que fazem divisa com o município, e que dependem da Celesc, sofrem ainda com a oferta de energia. Ou seja, enquanto outras regiões e municípios podem trazer uma indústria, a nossa região, infelizmente não pode por conta do fornecimento. Se uma grande empresa quiser se instalar em Araranguá, ou outras cidades da região que não tenham cooperativas, precisa construir uma subestação. Isso nos faz perder competitividade na busca por novas empresas”, destaca.

Sasso também comentou o impacto que terá essa subestação para a população em geral. “O numero de quedas de energia diminuiu, é verdade. As obras da Celesc até aconteceram, mas com a nova subestação, a entrega de energia iria aumentar em torno de 50% na região. Isso favoreceria também o cidadão comum, além dos empresários. Muitas vezes, no verão, quando tem uma demanda maior de energia, existem quedas e as pessoas têm perdas de eletrodomésticos, mas sequer vão à Celesc reclamar, pois sabem que não serão ouvidas”, comenta Beto.

Linha de transmissão em circuito duplo

A nova subestação da Celesc, na região de Araranguá, contará com uma linha de transmissão em circuito duplo, instalação de um transformador de 26.600 quilovolt-amperes (kVA) e quatro saídas para alimentadores de distribuição. Com isso, a subestação atenderia, simultaneamente, a área central de Araranguá e a região do campus da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) no município, além de abastecer diretamente a cidade de Balneário Arroio do Silva e a região turística do Morro dos Conventos.

Sasso destacou que a mudança no Governo do Estado também atrapalhou a obra. “A gente sabe que, muitas vezes, o presidente da Celesc que entra nem sabe da demanda. A troca de governo atrapalha isso. A gente depende da Celesc, um serviço público, dependemos também da força política para que eles voltem a olhar para a nossa região e terminem essa obra que iniciou com a compra do terreno, desmembramento e licença ambiental”, ressalta Beto.

Para membro do Conselho Deliberativo da Aciva as obras públicas são difíceis de serem entregues no tempo determinado. “Então a data de entrega mais realista seria para 2024, porém estamos em 2024 e, infelizmente, não vai ser entregue neste ano. Pelo menos, não é o que estamos vendo”, comenta.

Aumento no consumo de energia

O aumento da população, em Araranguá e região, também é um argumento para acelerar a obra. “A obra vai sair, porque vai chegar um momento que vai voltar a ter muita queda e a pressão vai ser muito maior. A população da cidade e da região só aumenta. Então, a demanda é cada vez maior. Se o Vale do Araranguá não se mobilizar, a gente vai ficando cada vez mais para trás, em relação a outras regiões. E quando a gente fala de indústrias e empresas, não necessariamente está defendendo o empresário, na verdade isso vai refletir para toda a população”, finaliza.

A reportagem do Tribuna de Notícias fez contato com o Departamento de Engenharia e Planejamento do Sistema Elétrico da Celesc, em Florianópolis, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.

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