Criciúma
Edson Padoin
economia@tnsul.com
Com a finalidade de avaliar as condições do antigo pavilhão da Cecrisa Revestimentos Cerâmicos, a Prefeitura de Criciúma realizou uma visita com a equipe técnica da Administração Municipal, profissionais de entidades privadas e vereadores. Na última terça-feira, os vereadores do município aprovaram por unanimidade a compra do imóvel. Com cerca de 60 mil metros quadrados, a área pertence atualmente às Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc) e será comprada pelo município pelo valor de R$ 10,5 milhões. O processo da compra irá passar para aprovação da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc).
A compra é um passo crucial na busca por revitalizar uma parte significativa do patrimônio industrial da cidade. O pavilhão, que já foi vital para o desenvolvimento econômico da região, ganhará uma nova vida como um condomínio empresarial voltado para empresas de economia limpa.
Intervenção
O prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro, expressou sua gratidão à intervenção do governador Jorginho Mello e do deputado estadual Julio Garcia, cujos esforços foram fundamentais para a resolução do impasse com a Celesc. Salvaro ressaltou que a posse da área pela prefeitura, embora precária, permitirá intervenções imediatas, marcando o início de um projeto que transcende o âmbito governamental, tornando-se uma visão compartilhada para o desenvolvimento da cidade.
“Claro que é quase que uma unanimidade que este espaço deve abrigar empresas de tecnologia de alto valor agregado, empresas não poluentes. Acho que o governo também concorda exatamente com isso, porque nós estamos em um local totalmente habitado. Portanto, é o que nós pretendemos fazer. Mais do que um projeto de governo, este é um projeto de cidade”, detalhou o prefeito.

“Mamão com açúcar”
O terreno será parcelado para abrigar entre 20 e 30 empresas de tecnologia. Salvaro assegurou que a venda será feita nas mesmas condições da aquisição, facilitando o acesso dos empreendedores ao terreno.
“A prefeitura não é uma imobiliária. O nosso papel não é ganhar dinheiro comprando e vendendo terra. Nosso projeto é desenvolver a cidade e não queremos ter lucro com isto. A ideia seria vender nas mesmas condições em que a prefeitura está adquirindo, para pagar em 180 parcelas. De forma que vai ser muito facilitado, porque para o empreendedor ele já vai ter o próprio capital dele para investir no próprio negócio. O terreno vai ser mamão com açúcar para pagar”, completou.
O diretor de Desenvolvimento Econômico, Tecnologia e Inovação de Criciúma, Aldinei Potelecki, compartilhou a visão de tornar o local um centro de referência para empresas de economia limpa, inovação e tecnologia. Potelecki destacou que estão na fase inicial de definir quantas empresas serão alocadas e como será o layout do condomínio empresarial, possivelmente organizado em módulos e lotes.
“A ideia é que a gente possa fazer como se fossem módulos, lotes, condomínio empresarial. E isso é fato, nós teremos dentro daquele espaço empresas de economia limpa. Apesar disso, não consigo dizer quantas e de onde elas devem vir”, afirmou Potelecki.
Surpresa
As condições da estrutura do pavilhão surpreendeu negativamente o prefeito Clésio Salvaro. “Eu até achava que nós poderíamos aproveitar um pouco mais, mas por conta da ação do tempo, 100% do telhado não se aproveita. A estrutura metálica, apenas para sucata, para venda de ferro velho. As colunas e pilares também acho que não se aproveita, mas vamos poder reaproveitar parte do piso. O que poderia ser um problema também é uma solução”, salientou.
A expectativa é que a intervenção da prefeitura, que incluirá a demolição de parte das estruturas existentes, comece ainda este ano. “No primeiro momento vamos fazer uma limpeza e acabar com os moradores de ruas que moram aqui. Essa parte eu já espero que acabe na próxima semana. Se dependesse do prefeito eu tocava a máquina e demolia tudo hoje. Mas como é algo público, nós temos que construir o termo de referência para contratar uma empresa”, disse.
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