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sábado, setembro 30, 2023

Com lucro das drogas, empresários são presos durante ‘Operação Turrim’

Os dois envolvidos exerciam funções de liderança em um grupo criminoso, tendo ocorrido execuções de desafetos e de traficantes de uma facção rival

Dois empresários do ramo imobiliário e da gastronomia estão entre os principais alvos da ‘Operação Turrim‘ deflagrada na manhã desta terça-feira, dia 29, pela Polícia Civil e Ministério Público do Rio Grande do Sul. Conforme apurado, ambos exerciam funções de liderança em um grupo criminosa, tendo ocorrido execuções de desafetos e de traficantes de uma facção rival, justamente com o intuito de monopolizar a venda de entorpecentes na região litorânea gaúcha.

Segundo a investigação, com os lucros obtidos com a mercancia das drogas, essas lideranças, na posse das maiores quantias, sustentavam verdadeiras vidas de luxo, adquirindo veículos de alto valor agregado, residindo em apartamentos situados em bairros nobres, próximos ao mar, além de realizarem gastos com viagens e compras de terrenos e imóveis.

Conforme a Polícia Civil, um advogado criminalista também foi preso preventivamente. No total, 65 mandados de prisão estão sendo cumpridos, 48 mandados de busca e apreensão, 24 bloqueios de conta bancárias, cinco sequestros veiculares e três autorizações de uso provisório. A ação está acontecendo de forma simultânea no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, atingindo 18 municípios.

No RS: Porto Alegre, Cachoeirinha, Alvorada, Viamão, São Leopoldo, Nova Hamburgo, Lajeado, Campo Bom, Estância Velha, Capão da Canoa, Morrinhos do Sul, Torres, Três Cachoeiras e Mampituba.

Em SC: Praia Grande, Passo de Torres, Araranguá e São João do Sul.

De acordo com a 2° Delegacia de Repressão ao Narcotráfico, coordenada pelo Delegado Rafael Delvalhas Liedtke, juntamente com a Delegacia de Torres, coordenada pelo Delegado Marcos Vinicius Veloso, e Ministério Público do RS, a operação visa o combate à uma associação criminosa. 300 policiais do Denarc, DPI, e demais departamentos da PCRS foram envolvidos no caso. Além das equipes do Denarc e do Deic, ambos da PCSC, por parte do estado catarinense.

Até o momento: 52 investigados foram presos, além da apreensão de 21 armas de fogo, entre elas, pistolas, revólveres e espingardas. Foram localizados automóveis de luxo, munições intactas de calibre .380, .38 e .32. Drogas como maconha, ecstasy, cocaína, foram encontradas, junto com determinado valor financeiro, e aparelhos celulares.

Operação Turrim

A operação teve início, por volta das 5h, prendendo integrantes de Associação Criminosa Armada Interestadual, bloqueando contas bancárias, sequestrando veículos de luxo e apreendendo bens e valores em espécie, visando à descapitalização do grupo criminoso.

De acordo com os Delegados Liedtke (2° DIN/DENARC) e Veloso (DP DE TORRES), as investigações iniciaram há mais de doze meses, oportunidade em que os policiais civis efetuaram o cumprimento de mandado de busca e apreensão apreensão no interior de cela de detento de alta periculosidade, preso na Penitenciária Estadual de Montenegro.

A partir dessa diligência, após autorização judicial em cautelar representada pela Autoridade Policial, as diligências investigativas que se seguiram demonstraram a existência de uma Associação Criminosa Armada muito bem estruturada, especializada no cometimento dos crimes de Tráfico de Drogas, Homicídios Qualificados e Porte Ilegal de Munições e Armas de Fogo, com base no município litorâneo de Torres (e seus arredores – Mampituba, Três Cachoeiras e Morrinhos do Sul), mas com ramificações também no Estado vizinho – Santa Catarina (Passo de Torres, Praia Grande, Araranguá e São João do Sul).

Segundo o que se pode apurar, dois dos principais alvos da ofensiva policial deflagrada nesta terça-feira, dia 29, os empresários do ramo imobiliário e de gastronomia, exerciam funções de liderança no grupo criminoso, tendo ocorrido execuções de desafetos e de traficantes de facção rival, justamente com o intuito de monopolizar a venda de entorpecentes na região litorânea gaúcha.

Com os lucros obtidos com a mercancia das drogas, essas lideranças, na posse das maiores quantias, sustentavam verdadeiras vidas de luxo, adquirindo veículos de alto valor agregado, residindo em apartamentos situados em bairros nobres, próximos ao mar, além de realizarem gastos com viagens e compras de terrenos e imóveis.

Alguns dos meliantes que também se locupletavam do tráfico de drogas já se encontravam presos no sistema penitenciário (11), onde utilizam os lucros para obterem regalias nos estabelecimentos prisionais.

Além de todos esses graves fatos (pelo menos cinco homicídios consumados identificados e com autoria apontando para o grupo criminoso), sabe-se que parte dos valores auferidos com a venda de entorpecentes retroalimenta o próprio tráfico de drogas e de armas, inclusive tendo sido apreendidos pelos policiais civis no dia de hoje, 21 armas de fogo, munições intactas de vários calibres, veículos de luxo, maconha, ecstasy, cocaína e valores em espécie.

Um dos principais alvos da Operação, considerado o “gerente” do grupo criminoso, já se encontra preso na Penitenciária Modulada de Montenegro, o homem, de 34 anos, ostenta antecedentes policiais por seis indiciamentos por Homicídio Qualificado, Três associação para o Tráfico de Drogas, Coação no Curso do Processo, Corrupção de Menores, três Furtos qualificados, e duas ameaças. Mesmo estando no sistema penitenciário, nesta terça-feira, foi executado novo mandado de prisão preventiva em seu desfavor, dessa feita em decorrência da presente investigação.

As medidas cautelares executadas pelos policiais civis hoje foram expedidas pelo Poder Judiciário, após parecer favorável exarado pelo Promotor de Justiça do Ministério Público Estadual, oficiante perante aquele Juízo e com atribuição para o Feito.

Os investigados presos respondem ao Inquérito Policial n° 150/250122/2023, instaurado na 2° DIN/DENARC, que apura delitos de Tráfico de Drogas (artigo 33 da Lei n° 11.343/2006, pena máxima até 15 anos de reclusão); Associação para o Tráfico de Drogas (artigo 35 da Lei n° 11.343/2006 – pena máxima até 10 anos de reclusão); Posse e Porte Ilegal de Munições e Armas de Fogo (artigos 12, 14 e 16 da Lei n° 10.826/03, penas máximas até 12 anos de reclusão); Corrupção de Menores (artigo 244-B do Estatuto da Criança e do Adolescente – pena máxima prescrita de até 4 anos de reclusão). Já os Homicídios Qualificados (artigo 121, parágrafo 2°, do Código Penal – pena máxima até 30 anos de reclusão) estão sendo apurados em procedimento próprio, perante a Delegacia de Torres.

O Delegado Carlos Wendt, Diretor do DENARC, destaca a integração entre a Polícia Civil do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Ministério Publico, possibilitando a realização dos relevantes trabalhos na presente data.

Disque-denúncia do DENARC
08000 518 518

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