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Criciúma
terça-feira, outubro 3, 2023

Tigre vai do ostracismo à recuperação da hegemonia

Tiago Monte

Criciúma

Com ponto final na série de reportagens que retratam a história do Criciúma Esporte Clube, o jornal Tribuna de Notícias e o portal TNSul.com resgatam a última década do clube. Do último título do Catarinense, em 2013, passando pelo ostracismo e crises, no meio da década passada, até a recuperação da hegemonia no futebol estadual. A volta por cima do clube que é o orgulho da região.

O Criciúma começou a temporada de 2013 empolgado com a volta à elite do futebol do Brasil. Tudo indicava que o único representante de Santa Catarina na Série A de 2013 chegaria fácil às fases finais do Catarinense, mas o técnico Paulo Comelli encontrou muitos problemas na reformulação do time e foi demitido. A diretoria decidiu demitir também o gerente de futebol Rodrigo Pastana e o preparador físico Márcio Corrêa.

O substituto foi Vadão, que estava no Sport Recife, e Cícero Souza era o gerente de futebol. A estreia foi com derrota diante do Atlético de Ibirama, em casa, por 3 a 2. Porém, depois desse jogo, o Criciúma ficou invicto por sete jogos: quatro vitórias e três empates, culminando no título do returno e a classificação às semifinais do estadual depois do empate em 3 a 3 com o Metropolitano, em casa.

Nas semifinais, enfrentou o Avaí e perdeu o primeiro jogo por 3 a 2, em Florianópolis. No segundo jogo venceu por 1 a 0, no Majestoso e, por ter realizado uma campanha melhor que o time da capital, avançou à decisão do título contra a Chapecoense. No primeiro jogo, embalado por um público de 16.717 pagantes, o maior do Campeonato Catarinense de 2013, o Criciúma derrotou a Chapecoense por 2 a 0. No segundo jogo, perdeu por 1 a 0, mas a derrota no Oeste não tirou o título do Criciúma. Assim encerrou um jejum de oito anos sem vencer o Estadual.

No Brasileirão, o clube teve uma arrancada final e permaneceu na Série A. Foram seis jogos invictos: vitórias contra Náutico, Atlético Paranaense, Coritiba e São Paulo, e empates contra Ponte Preta e Vitória. O Criciúma se despediu do Brasileirão 2013 com derrota por 3 a 0 para o Botafogo, terminando a competição no 14º lugar, com 46 pontos.

Em maio de 2020, Dal Farra anunciou que estava deixando o clube. Nos últimos anos de gestão, o então presidente do clube precisou lidar com os resultados negativos dentro de campo e também com  protestos da torcida, como o rosto de Dal Farra espalhado em outdoors por toda a região Sul de Santa Catarina. O pedido da torcida era apenas um: “Fora Dal Farra”. O ano finalizou com o time escapando heroicamente do rebaixamento para a Série D.

Além dos outdoors, Dal Farra também conviveu durante diversas temporadas com os cânticos contra sua gestão durante os jogos no estádio Heriberto Hülse. Tudo isso e os resultados ruins fizeram que o mandatário do clube renunciasse. Dal Farra se associou à GA, que administrava o futebol do clube. O contrato com o Criciúma tinha duração até 2022.

Atuando de 2014 até janeiro de 2020, o goleiro Luiz é um dos grandes nomes do clube. Ele lembra com carinho do período que esteve no Criciúma, mesmo sem ter conquistado títulos. “Tive oportunidade de trabalhar no clube por quase seis anos. Foi uma oportunidade única para mim e só tenho ótimas lembranças. Infelizmente, não tive a oportunidade de conquistar um título, ou um acesso, mas tenho certeza que muita gente lembra do meu nome com muita alegria porque sempre respeitei as coisas do clube”, comenta Luiz. “Foi uma honra muito grande vestir a camisa e representar esse clube, o maior de Santa Catarina. O Criciúma, hoje, é referência no futebol brasileiro. É um clube que todo mundo deveria se espelhar”, completa.

Mesmo atuando no interior de São Paulo, Luiz segue acompanhando o Criciúma. “Vejo como as coisas mudaram. A torcida acompanhando em peso, no estádio, lotando e gritando pelo clube. O Criciúma está se reestruturando cada vez mais. O tempo vai passando e vai atualizando. Na minha época, era meio diferente, não tive a oportunidade de atuar em jogos com a capacidade máxima. Tínhamos alguns problemas extras que atrapalhavam, mas dentro de campo procurávamos fazer o melhor possível”, desabafa Luiz. “Estou torcendo muito para que o Criciúma suba. Merece subir. Minha família torce para o Criciúma, mesmo com minha saída, nunca deixei de gostar do clube”, completa o goleiro.

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