Thais Borges/Especial Tribuna de Notícias
Araranguá
A história de Araranguá não pode ser contada em poucas linhas quando já são 142 anos de história da cidade. Em 1880, foi criado o município, mas em 1728, além dos índios carijós que já viviam na região, foi aberto o Caminho dos Conventos, um trajeto utilizado por tropeiros e que ligava a parte litorânea de Santa Catarina e subia a serra até Curitiba, no Paraná, gerando interesse de comércio.
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Após isso, surgiram as primeiras construções religiosas. Uma foi a capela na localidade de Canjicas, inaugurada em 1816 em devoção ao São Bom Jesus da Coluna. Em 1848, foi criada a freguesia de Nossa Senhora Mãe dos Homens. 1864 foi o ano em que o primeiro templo de madeira foi levantado, na praça Hercílio Luz. Nessa época, já existia um povoado em Capão da Espera que, ao passar dos anos, se deslocou para o centro da cidade.
A imagem de Nossa Senhora Mãe dos Homens é considerada o maior patrimônio cultural do município. Ela é de madeira e foi entalhada na Bahia, tendo passado pelo Rio de Janeiro antes de chegar ao seu destino final, em 1872. A partir disso, ela foi definida como padroeira da região.
Uma petição de moradores surgiu em 1878 para a emancipação do local, que anteriormente pertencia a Laguna. Só em 1880 o pedido foi atendido e, então, o município foi criado e desmembrado de Laguna. “Com o passar do tempo, a cidade instalada começa a se desenvolver em torno do seu centro e ela passa a se desenvolver principalmente com as suas novas vias”, relata o professor Daniel Bronstrup, mestre em história pela Udesc e graduado na Unesc. Em 1930, os trilhos da Ferrovia Tereza Cristina chegaram à cidade. Para Bronstrup, isso se tornou de extrema importância para a mobilidade da população até o final dos anos 60. “Essa mesma que passa por Criciúma e outras regiões, ela chegava no bairro Barranca”, conta o professor sobre a ferrovia.
Com a descoberta do carvão na década de 1920, Criciúma se emancipou de Araranguá. “Muitas vezes as pessoas não sabem que Araranguá foi a mãe de Criciúma”, confirma. Outros municípios se separaram, como é o caso de Turvo, em 1948, de Sombrio, em 1953, e de Maracajá, em 1967. Dos anos 70 em diante, a cidade cresceu mais ainda. A criação e o asfaltamento da BR-101 e a abertura de vias que ligam o município ao Rio Grande do Sul a fez receber muitos turistas. Além disso, o território atraiu investidores.
Economia
Atualmente, com uma população estimada em aproximadamente 69 mil moradores, a cidade mostra o seu potencial no litoral sul. Não são só as belezas naturais que atraem turistas, mas também a economia que a fortalece. Antes dessa conquista, o comércio aliado ao turismo foi a chave para que Araranguá chegasse ao que é hoje.
Na parte de agricultura, o alimento mais cultivado de Araranguá inicialmente foi a mandioca no início do século 20. Depois disso, o arroz começou a ganhar força perto dos anos 90. Já o setor empregatício, gerou renda para os cidadãos. “O setor calçadista foi um grande empregador no início dos anos 90”, avalia Daniel Bronstrup.