Criciúma
As principais rotas de escoação da produção catarinense precisam de atenção. Por isso, uma iniciativa da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) em parceria com o Grupo ND, busca apresentar demandas e soluções referentes às rodovias federais. Na noite de ontem, representantes de entidades e lideranças regionais participaram de um encontro que trouxe à tona melhorias para o Sul. O evento foi realizado na sede da Associação Empresarial de Criciúma (Acic).
“Esse é um assunto de extrema relevância. Se tem um aspecto que Santa Catarina não pode se vangloriar é a questão das nossas rodovias para transportar as riquezas e a população catarinense. Nós temos, infelizmente, um índice vergonhoso para o Estado, que é o número de acidentes e vítimas fatais nas rodovias. Além disso, a nossa economia cresce acima da média brasileira, mas tem essa dificuldade de transportar suas riquezas e este é um fator que inibe o crescimento do Estado”, comenta o presidente da Fiesc, Mário Cezar de Aguiar.
A intenção é mobilizar Santa Catarina em prol do objetivo de lutar por melhorias às rodovias federais catarinenses. “A mesorregião do Sul é riquíssima, tem um potencial extremamente importante para o Estado. Para a região Sul, colocamos aqui como duas prioridades, a BR-101 e a BR-285, que são importantes rodovias que podem incrementar a movimentação do Porto de Imbituba”, reforça o presidente da Fiesc.
Um extenso trabalho de pesquisa, com índices econômicos e técnicos foi levantado pela Federação para embasar a necessidade das rodovias federais. “Nós, Fiesc, junto à Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), determinamos o custo logístico catarinense. Para nossa desagradável surpresa, o valor do Estado é maior que a média brasileira. No último dado que nós levantamos, o custo de logística de Santa Catarina é na ordem de R$ 0,14 centavos por real faturado. É bastante elevado”, explica De Aguiar.
Se o custo logístico diminuir, há possibilidade de atender outras demandas com o valor empenhado. “Considerando o PIB de 2018, nós geraríamos uma economia de R$ 2,8 bilhões, deixamos de perder esse dinheiro para investir nas nossas empresas. Se nós melhorarmos a nossa infraestrutura, aumentaremos a competitividade da indústria catarinense. Por isso, é importante que a gente tenha essa ação conjunta”, enfatiza o presidente da Fiesc.
É aí que entra a campanha “BRs – SC Não Pode Parar”. A iniciativa busca mobilizar lideranças, empresários e a população catarinense através de um abaixo-assinado digital, que apresenta propostas e ações ao Governo Federal, relacionadas à segurança e fluidez das rodovias federais. “Se nós melhorarmos a nossa infraestrutura, nós aumentamos a competitividade da indústria catarinense. Hoje não existe um planejamento integrado dentro da macro logística catarinense para um curto, médio ou longo prazo. Por isso, a importância de unirmos todos os setores para que possamos cobrar investimentos na nossa infraestrutura”, pontua o presidente da Fiesc.
Segundo o secretário executivo da Câmara e Transporte e Logística da Fiesc, Egídio Antônio Martorano, foram feitos estudos técnicos sobre o âmbito econômico, além de demandas e intervenções necessárias em todas as rodovias do Estado. “Estamos promovendo uma grande mobilização. Não há nenhuma demanda vazia e por isso a importância deste abaixo-assinado que iremos levar ao Governo Federal, com toda a legitimidade e embasamento”, pontua.
Para a região Sul, ainda, a campanha prevê investimentos para rodovias estaduais, através de um programa de restauração, manutenção e conservação das SCs: 100, 108, 290, 370, 390, 435, 436, 441, 443, 445, 446, 447 e 449. O valor estimado para é de R$ 50 milhões, anualmente.
DEMANDAS DE INVESTIMENTO EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES EM SC:
ESFERA | INVESTIMENTO TOTAL | INVESTIMENTO ANUAL |
FEDERAL | R$ 1 BILHÃO | R$ 250 MILHOES |
ESTADUAL | R$ 994,4 MILHOES | R$ 248,6 MILHOES |
PRIVADO | R$ 3,4 BILHÕES | R$ 850 MILHOES |
TOTAL | R$ 5,4 BILHÕES | R$ 1,34 BILHÃO |
Fonte: Federação das Indústrias de Santa Catarina. Valores são correspondentes de 2021 a 2024