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quarta-feira, maio 8, 2024

Anselmo Freitas quer seguir na presidência do Criciúma

Tiago Monte

Criciúma

Feliz e sorridente. Assim estava o presidente do Criciúma, Anselmo Freitas, no primeiro dia após as comemorações pelo acesso do clube à Série B do Brasileirão. Ele cumpriu uma exaustiva agenda de visita aos órgãos de imprensa para falar da conquista e dos planos para 2022. Anselmo não esconde: quer permanecer na presidência do clube. Porém, tudo passa por uma conversa com o Conselho Deliberativo. “Pela minha vontade, eu continuo. Mas eu tive um desgaste muito grande. Ainda não defini se vou continuar ou não como presidente, pois preciso do aval do Conselho Deliberativo, afinal terá eleição agora no final do mês. Até lá temos tempo para definir o que iremos fazer”, comenta o presidente.

Anselmo não descarta seguir no clube como vice-presidente, em alguma chapa, mas tem preferência de ser presidente. “Posso ser vice-presidente, sim. Estou vendo com o Conselho Deliberativo, pois a eleição foi chamada e será no dia 23 de novembro. Quero conversar com o Conselho para saber qual a ideia deles: se vão montar uma chapa, se não querem… não queremos deixar o clube acéfalo. Por isso, estamos tratando com eles”, diz.

A definição sairá nessa semana, porque as chapas precisam ser definidas até 10 dias antes da eleição – ou seja, no sábado, dia 13. Anselmo avalia também outras questões como a rotina familiar e também a administração das empresas que ele possui. “De qualquer forma, eu nunca saí do Criciúma: fui vice-presidente, agora, presidente, patrocinador, enfim… a gente sempre participou. A vontade (de continuar como presidente), com certeza, existe, mas temos que avaliar todas as situações: casa, família, as empresas… envolve toda a rotina. No meio dessa luta para subir, a gente acabou até comprando uma empresa em São Paulo, fechamos o negócio semana passada, e vamos ficar com seis fábricas, praticamente. Vai ser difícil para trabalhar tudo isso”, adverte.

Negociação com atletas e comissão técnica

Desde ontem, Anselmo já abriu negociações para as renovações contratuais e dispensas no atual elenco. Assim como uma definição pela permanência ou não do técnico Cláudio Tencati. Existe o interesse do clube para a sequência do treinador. O departamento de futebol seguirá comandado por Juliano Camargo. “Bati um papo rápido com ele (Tencati) hoje (ontem) pela manhã e, provavelmente, amanhã (hoje), vamos conversar com ele. Há um interesse do clube. Assim como gostaríamos que o preparador físico, o professor William (Hauptman) permanecesse. Vamos ver como ficam essas situações, mas acredito que nessa semana já definiremos tudo isso”, detalha Anselmo.

Jogadores como Silvinho, o goleiro Gustavo e os zagueiros Rodrigo e Marcel Scalese devem permanecer. O lateral esquerdo Helder deve ser procurado também para ficar. Pedro Rosa deve ser dispensado. “O Juliano Camargo está se reunindo com os atletas que não devem permanecer e outros que a gente quer que fique. O grupo é excelente. Nunca deu problema disciplinar para nós. Nunca tivemos problemas. O pessoal é cumpridor de horários, nunca precisamos dar penalidades”, comenta.

A missão de avaliar o elenco, conforme o presidente, é complicada, pois há um vínculo também sentimental com os atletas. “É bem difícil, mas já tínhamos feito algumas avaliações, aconteceram conversas preliminares com aqueles que a gente quer que permaneça. Então, já temos meio caminho andado em relação a isso”, pontua. A intenção é não repetir o que aconteceu neste ano. “O Criciúma não tinha presidente, jogadores, técnico e nada. Queremos deixar mais ou menos preparado”, detalha o presidente.

A emoção ao lado da torcida carvoeira

As mais de 24 horas de festa pelo acesso emocionaram o presidente. Ele, que já declarou sofrer em dobro quando o clube perde, admitiu que comemorou também dobrado. Para Anselmo, a presença da multidão no Majestoso, ainda no sábado à noite, foi o que mais impressionou. “O jogo terminou 19 horas e o pessoal começou a chegar no estádio . A gente foi abrindo os portões e deixando o pessoal pisando no gramado. No domingo, abrimos de novo, e tinha gente deitada na grama com toalha. A gurizada jogando bola. Tinha até cachorro lá dentro. O pessoal começou a cobrar pênaltis, eu tive que bater também”, diz.

Durante o jogo, nervoso com a situação, Anselmo evitou ter informações sobre o confronto. “Nós não tínhamos certeza de que ganharíamos o jogo e que o Botafogo iria perder para o Ituano. Para teres uma ideia, eu não acompanhei o jogo: liguei o rádio quando deu 90 minutos. Até celular desligado, tudo. Totalmente fora. Quando liguei, estava 1 a 0, aos 45 minutos do segundo tempo, e o juiz deu sete minutos de acréscimo. Aí, eu fiquei desesperado”, relembra.

A festa com a torcida reforça a ideia de gestão que ele tem para o clube. “O futebol é isso. Antes tínhamos uma empresa que geria o clube e o torcedor não se aproximava tanto. Agora, não. É uma gestão profissional, mas de uma forma que o torcedor entende que o clube é dele. Tudo o que eles pagarem de mensalidade é para investir no clube, o que os patrocinadores pagam é para investir no clube para a formação de elenco. Assim, o torcedor sente o Criciúma mais dele. Por isso, que o nosso lema, desde o início do ano, é: ‘O Criciúma é nosso’. Por isso que o nosso marketing desenvolveu esse tema para trabalharmos”, pontua.

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