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quinta-feira, março 28, 2024

Leilão da Cooperminas não recebe ofertas

Forquilhinha

O drama vivido pelos mineiros da Cooperminas, sediada em Forquilhinha, continua sem solução. O leilão marcado para a tarde desta segunda-feira, dia 23, não teve nenhuma oferta apresentada. A notícia trouxe frustração aos ex-funcionários, que há anos aguardam o pagamento das dívidas trabalhistas, avaliadas em mais de R$ 35 milhões.

A empresa já foi a leilão outra vez. Mas, o lance ficou muito abaixo do valor mínimo. “Esse leilão, no dia, teve só uma oferta de R$ 3 milhões, sendo 30 parcelas iguais de R$ 100 mil. Só que esse valor não paga praticamente as rescisões de 30 funcionários. Isso para nós é inaceitável. Se vendesse pelo lance mínimo, que é R$ 23 milhões, já pagava pelo menos 75% das dívidas trabalhistas”, desabafa o presidente Associação dos Trabalhadores Celetistas e Credores da Cooperminas, Célio Roberto Nicolau.

Atualmente, a Cooperminas é uma das 100 empresas que mais deve para a previdência no Brasil. “Nós, como mineiros, ao longo desses anos de trabalho, ficamos de mãos atadas, decepcionados. Sabemos que grandes empresários estão querendo comprar a cooperativa, mas querem praticamente levar ela graça. Isso é injusto, existem mais de 400 famílias que dependem ainda da empresa”, acrescenta Nicolau.

A situação está cada vez mais insustentável para os mineiros, segundo o presidente da Associação. Isso porque, no dia 31 de agosto, os títulos minerários podem ser caducados. “Com isso, o patrimônio pode voltar para União. E, se retornar, vai complicar ainda mais a situação dos trabalhadores”, enfatiza. “Para nós, se isso acontecer, será uma derrota muito humilhante. A gente vê as outras empresas crescendo e trabalhando, e a nossa dessa forma”, completa.

Conforme o presidente, agora, os trabalhadores irão buscar outra maneira de não saírem prejudicados. “Nós já estamos conversando com os nossos advogados, cada um com as suas ações. Vamos sentar e nos organizar para fazermos uma proposta para nós mesmos, os mineiros, darmos um lance final nesses títulos minerários em troca das nossas rescisões trabalhistas”, explica Nicolau. “É a última esperança que a gente tem. Nós mesmos pegarmos as nossas indenizações e assumirmos a parte da Cooperminas. Isso seria trabalhar em cima do rejeito e, futuramente, embaixo do subsolo”, acrescenta.

Junto aos advogados, os mineiros devem avaliar se é viável a troca das dívidas trabalhistas pelos títulos minerários. ”A nossa intenção, como funcionários, no início, é trabalhar na parte de superfície da empresa. Organizar a casa. Quando tiver tudo pronto, nós vamos fazer um trabalho correto com base nas normas”, frisa Nicolau. “Todos os mineiros, praticamente, estão abraçando essa causa. É um título que vai ficar para nós”, complementa.

Nicolau afirma que a intenção não é que os mineiros assumam a empresa, mas escolham as pessoas para fazerem isso. “Vamos ter auxílio dos advogados, dos engenheiros e do próprio Ministério Público. Será tudo certinho para não nós atrapalharmos lá na frente. Quem conhece a história da cooperativa sabe que sempre foi de luta e batalha. Não queremos perder essa essência do mineiro. Nós vamos fazer uma equipe bem instruída na parte de administração, com acompanhamento de pessoas capacitadas para não errarmos da mesma forma que a Cooperminas tem feito por vários e vários anos”, finaliza o presidente da Associação.

 

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