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sábado, abril 20, 2024

FENAJ condena violência contra jornalistas brasileiros ocorrida em Roma

A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) divulgou nesta segunda-feira, 01, uma nota de repúdio ao ato de violência que ocorreu contra jornalistas brasileiros em Roma, na Itália. Os profissionais foram agredidos por seguranças – ou por policiais italianos (ainda existe dúvida sobre isso), enquanto acompanhavam o presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) em eventos da cúpula do G20 no país europeu. Em um dos momentos, o próprio Bolsonaro hostilizou um repórter do G1 como explica na nota.

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O diretor do Grupo SL de Comunicação, Edson da Soler – que administra o jornal Tribuna de Notícias e o Portal TN Sul, comenta sobre o fato e também repudia a atitude da equipe do governo federal . “Vivemos em um país democrático onde o político é nosso servidor. Pois é o povo que paga os seus salários. Não podemos admitir esse tipo de atitude onde um presidente não sabe receber críticas. Não importa o cargo que ocupa é necessário haver o respeito pelas pessoas. Isso vale do vereador ao presidente da República. Nós do Grupo SL Comunicação não admitimos esse tipo de prática, jamais”, enfatiza da Soler.

Confira a nota da FENAJ na íntegra:

“A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), representante máxima da categoria no Brasil, vem a público repudiar e condenar a violência contra profissionais brasileiros, ocorrida ontem, 31 de outubro, em Roma. Pelo menos três jornalistas foram agredidos fisicamente enquanto faziam a cobertura de uma atividade do presidente Jair Bolsonaro na capital italiana. As agressões, ao que tudo indica, foram cometidas por agentes de segurança do presidente, mas também pode ter ocorrido uma agressão por parte de policiais italianos. O presidente também hostilizou um jornalista. 

Os jornalistas acompanhavam a participação do presidente brasileiro na cúpula do G20. Ao final dos trabalhos, Jair Bolsonaro resolveu fazer um passeio na região da embaixada brasileira. Ao ser abordado pelo repórter Leonardo Monteiro, do G1, o presidente deu início aos ataques, dizendo: “É a Globo? Você não tem vergonha na cara?”, pergunta que foi repetida, diante da tentativa do repórter de seguir com a entrevista. Os seguranças começaram a empurrar os repórter e Leonardo Monteiro chegou a dizer ao presidente, que ignorou a reclamação.

O repórter Jamil Chade, do UOL, registrou parte dos ataques, até ele mesmo ser agredido. Ao perceber que ele estava filmando a violência contra os profissionais da imprensa, um segurança o empurrou, o agarrou pelo braço e tomou o celular de sua mão. Depois, o segurança jogou o celular num canto da rua.

Mais cedo, a repórter Ana Estela de Souza Pinto, da Folha de S. Paulo, havia sido empurrada e intimidada. Um agente que não quis se identificar (podendo ser um segurança ou um policial italiano) a empurrou e mandou que ela se afastassem do local.

A FENAJ reitera que a postura do presidente brasileira caracteriza uma institucionalização da violência contra jornalistas, que significa um atentado à liberdade de imprensa e, portanto, à democracia. Ao agredir jornalistas e ao permitir que seus auxiliares também o façam, o presidente comete um crime e deve ser responsabilizado por isso.

Amanhã, 2 de novembro, celebra-se mundialmente o Dia de Combate à Impunidade dos Crimes contra Jornalistas. A FENAJ espera que à luz da importante efeméride, todos os responsáveis por essas agressões sejam identificados e punidos. A impunidade é combustível para a violência.

Brasília, 1º de novembro de 2021. 

Federação Nacional dos Jornalistas.”

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