11.5 C
Criciúma
quinta-feira, abril 18, 2024

Fé e devoção marcam homenagens à padroeira do Brasil

Siderópolis/ Treze de Maio

Um dia marcado por orações, fé e agradecimentos à padroeira do Brasil. Para os católicos, 12 de outubro é uma data especial, dedicada a Nossa Senhora Aparecida. No Sul, milhares de devotos aproveitam a oportunidade para demonstrarem o amor e gratidão à Santa. No município de Siderópolis, a Matriz realiza uma programação repleta de celebrações. Em Treze de Maio, religiosos se reúnem para visitar a imagem da mãe, no Alto do Morro, na comunidade de São João de Urussanga Baixa.

Em Siderópolis, as celebrações e novenas iniciaram ainda em setembro e se estendem até o dia de Nossa Senhora Aparecida, em 12 de outubro. Na data, as homenagens à padroeira do Brasil iniciam cedo, às 7h, com benção dos carros, e, posteriormente, uma transladação com a imagem da Santa. As ações continuam durante todo o dia, encerrando somente às 18h30, com a oração do terço.

Moradora de Siderópolis e frequente assídua da Igreja Matriz, Dilma Da Soler Rossa, de 85 anos, não perderá as celebrações em honra a Nossa Senhora Aparecida. A devoção à Santa iniciou cedo, quando a paróquia, ainda capela, à época, tinha como padroeiro São João Batista. Inclusive, nessa ocasião, a senhora esteve presente e tem a data marcada na memória, já que se tornou um marco para o município.

Dilma conta que, quando tinha 15 anos, padre Agenor Neves Marques foi ordenado pároco em Criciúma e designado pelo bispo Dom Jacinto Domingues de Oliveira, de Florianópolis, a transformar a Capela São João Batista em Paróquia Nossa Senhora Aparecida, localizada em Siderópolis. Mas, a decisão vinha com um dilema, já que toda a comunidade orava e tinha o Santo como intercessor do município.

“O Padre Agenor foi até Florianópolis para resolver isso, já que era Capela de São João Batista e não de Nossa Senhora Aparecida. Ele apresentou a situação ao bispo e ele respondeu que isso seria obra do Espírito Santo e o pároco teria que resolver, se virar com a situação. O padre conta que veio rezando no ônibus, da Capital até Siderópolis, para saber o que iria fazer. No fim, passou para Nossa Senhora Aparecida e deu tudo certo. Foi uma festa muito grande e linda”, explica.

A moradora de Siderópolis conta que só soube desta história quando foi à missa de 50 anos da Paróquia. “Nesse dia, foram buscar o padre Agenor para rezar a missa, foi aí que ele contou tudo isso. Depois de cinco décadas. Mas nunca ficou nada registrado. Eu sei por que eu estava na missa e escutei ele falar, mas hoje ninguém mais sabe. Antes de o padre Agenor morrer, a minha intenção era escrever essas informações e levar para ele assinar e deixar registrado. Não foi possível. Mas, a minha intenção é tornar isso público”, enfatiza Dilma.

A fé da sideropolitana na padroeira do Brasil iniciou há sete décadas, e, desde então, só aumenta. Cada vez mais. “Sempre fui devota de Nossa Senhora Aparecida, desde a primeira festa em honra à Santa, há 70 anos”, acrescenta Dilma. O exemplo é familiar, já que os pais e o irmão também frequentavam a igreja. “Todos eram católicos e vinham à paróquia”, completa.

Dilma foi líder das romarias à Aparecida do Norte, em São Paulo, por mais de 15 anos. Antes da pandemia, visitava anualmente o local. “Nossa Senhora é tudo para mim. Tenho fé, carinho e amor. Já ouvi sobre milagres lá. Aqui, ouço muitas histórias de bênçãos e orações, porque o pessoal tem muita fé na padroeira. Em Siderópolis, o povo acolhe muito a Paróquia”, finaliza a devota.

Fiéis se deslocam à colina

Tradicionalmente, milhares de fiéis visitam a imagem de Aparecida, na Colina de São João de Urussanga Baixa, em Treze de Maio. Para muitos, essa já é uma tradição que vem sendo mantida há anos. Com 13 metros de altura, a Santa fica no alto do morro e possui uma subida íngreme e um trajeto de meio quilômetro.

A estrutura foi erguida em 1990. O escultor da imagem foi Afonso Pereira da comunidade de Pindotiba, de Orleans. Durante as homenagens a Nossa Senhora Aparecida, o local já chegou a receber a visita de 50 mil fiéis durante os dias de celebrações.

História de Nossa Senhora Aparecida

Dom Pedro de Almeida, governante da capitania de São Paulo e Minas de Ouro, passava por Guaratinguetá, em São Paulo, quando viajava para Vila Rica, Minas Gerais. A população organizou uma festa para receber o conde de Assumar. Para prepararem a comida, pescadores foram para o rio Paraíba com a difícil missão de conseguirem peixes para a comitiva do político, mesmo não sendo tempo de pesca.

Domingos Garcia, Filipe Pedroso e João Alves, sentindo o peso de sua responsabilidade, fizeram uma oração pedindo a ajuda da Mãe de Deus. Depois de tentar várias vezes sem sucesso, na altura do Porto Itaguaçu, já desistindo da pescaria, um deles lançou a rede novamente. Não pegou nenhum peixe, mas apanhou a imagem de Nossa Senhora da Conceição. Porém, faltando a cabeça.

Emocionado, lançou de novo a rede, e, desta vez, pegou a cabeça que se encaixou perfeitamente na pequena imagem. Esse fato já foi considerado um grande milagre. Mas, após esse achado, eles apanharam tamanha quantidade de peixes que tiveram que retornar ao porto com medo de a canoa virar. Os pescadores chegaram a Guaratinguetá eufóricos e emocionados com o que presenciaram e toda a população entendeu o fato como intervenção divina.

 

Últimas