Giovana Bordignon/Especial
Criciúma
A assistência a bebês prematuros – internados em UTIs neonatal – está comprometida pela falta de doação de leite materno no Hospital Materno Infantil Santa Catarina, onde o estoque está zerado. Segundo a enfermeira coordenadora do Banco de Leite Dr. Dino Gorini, Hariele Pinto Teixeira Barcelos, hoje, cinco bebês estão internados e dependem dessas doações.
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Geralmente a média de doadoras no banco de leite é de 30 a 36, outros bancos de grandes cidades contam com 50 mulheres. “Não temos um número mínimo de doadoras, por que somos porta aberta, então eu tenho que contar com elas. Vou depender muito da produção delas. Tem doadora que consegue me doar um frasco por semana, teve uma que me doava quatro. É bastante leite que eu perco ou deixo de receber referente a produção delas”, informa a coordenadora.
Hariele acredita que essa falta não tem tanta relação com a pandemia, mas sim com o período de férias. Ao entrar em contato com as doadoras frequentes, a enfermeira percebeu que a maioria das mulheres estava na praia, foi viajar ou que a rotina estava completamente mudada. “Em dezembro tinham 35 doadoras ativas, em janeiro reduziu pra 25, se formos analisar foi uma perca grande. O estoque não está estabilizado. Eu preciso de mais doadoras nesse momento pra poder reorganizar o estoque novamente”, informou.
Para alcançar mais pessoas, o banco conta, principalmente, com a mídia. Quando há divulgação da mídia, o alcance sempre é maior. Eles não possuem nenhum outro apoio, por isso não possível fazer campanhas de conscientização. Já tentaram conseguir parceria da prefeitura, mas é um trabalho que demora por ter todo um protocolo.
Porque doar
O leite materno é rico em nutrientes e proteínas que auxiliam na recuperação rápida dos prematuros e diminui o tempo de internação deles. “É uma melhora pra eles e pra família, que prepara a casa, cria aquela expectativa de levar o bebê embora, isso mexe muito com o psicológico das mamães”, salienta a enfermeira.
“Quando é extremamente prematuro, algumas mães não conseguem ordenhar o leite pro próprio bebê delas, por isso nós precisamos desse leite pasteurizado, ele é muito melhor do que a fórmula infantil”, completa.
Como doar
Para ser uma doadora, a mulher pode entrar em contato pelos telefones 9 33004083 (Whatsapp) e 34458780 (número do hospital) ou através do instagram @bancodeleitecriciuma, e pedir para falar com o ramal do banco de leite.
Durante as etapas após o primeiro contato, a mulher vai passar por uma pré entrevista com a técnica de enfermagem e uma coleta de exames para checagem de aptidão da possível doadora. Então a equipe do hospital vai até o domicilio e explica todos os procedimentos e como funcionará a coleta. Após todo esse processo, os frascos estéreis são entregues na casa da doadora e ela tem 15 dias para entregar a coleta.
Para ser uma possível doadora a mulher precisa: estar saudável; ter os exames em dia; não fumar; não beber e não usar drogas ou nenhum medicamento que interfira na amamentação.
