Balneário Rincão
Alexandra Cavaler
cidades@tnsul.com
O dia 2 de fevereiro é lembrado com muita fé e devoção pelos fieis da igreja católica e da umbanda. A data é especialmente dedicada às padroeiras dos pescadores: Nossa Senhora dos Navegantes e Iemanjá, e cada segmento celebra a data de acordo com sua crença. Em Balneário Rincão, por exemplo, na paróquia São Francisco de Assis, igreja Nossa Senhora dos Navegantes, as celebrações iniciam nesta quinta-feira e encerram no domingo.
O padre Juliano Pacheco, fala da importância da data e revela a programação que será diferente neste ano, devido ao falecimento da jovem acólita Rafaela de Souza. “As celebrações voltadas à padroeira dos pescadores serão realizadas em quatro dias. Iniciamos hoje com a missa de abertura, às 20h, na igreja do Centro. Na sexta-feira e no sábado a missa será no mesmo horário, 20h, ou seja, no segundo e terceiro dia do trido. E domingo, às 8h e às 20h. A única diferença neste ano é que não teremos atividades e festejos no salão paroquial devido ao falecimento recente de nossa acólita, Rafaela, aos 16 anos. Ela foi acometida por um câncer, servia à igreja Matriz, os pais também servem conosco. Então, em comunhão e respeito a ela, neste ano, faremos só a parte religiosa”, explicou.
Convite
O pároco também deixa uma mensagem aos paroquianos e aos veranistas que, segundo ele, são suporte e bênçãos de Deus. “Durante o verão, de dezembro até o início de março, a nossa igreja, bem como as demais comunidades, recebe muitas pessoas que vêm de tantas cidades e até de fora do Brasil. Somente neste mês de janeiro nossas paróquias celebraram 107 missas e isso muito nos alegra, pois percebemos que o povo busca o encontro com Deus mesmo estando de férias; eles buscam o encontro com Jesus aos cuidados de Nossa Senhora. Então que Nossa Senhora dos Navegantes, possa interceder por todos os nossos veranistas, por todos aqueles que residem e moram aqui”, ressaltou o padre Juliano Pacheco.
Páscoa
A igreja está promovendo uma ação entre amigos que será sorteada na Páscoa. Cada bilhete tem o valor simbólico de R$ 5. Já os prêmios, do primeiro ao quinto, respectivamente, são: TV 43” Smart, bicicleta, air fryer (fritadeira), liquidificador e sanduicheira. O sorteio vai acontecer no 13 de abril, após a missa das 19h30.
Iemanjá é vista como uma grande mãe
“Iemanjá é a orixá mais popular aqui do Brasil e é cultuada pela umbanda, candomblé e outras religiões de matriz africana. Ela é a rainha dos mares e protetora dos pescadores”, quem explica é a devota Nicoli Martinazzo que também revela: “O significado do seu nome é a tradução de uma expressão em iorubá que significa “mãe cujos filhos são peixes”. Na mitologia iorubá ela teve 10 filhos, todos eles orixás. Por isso ela é vista como uma grande mãe. Ela representa a fertilidade, a maternidade, o amor fraterno”.
Ainda segundo Nicoli, as celebrações relacionadas ao dia de Iemanjá variam de acordo com cada terreiro. “Geralmente é feita uma festa para ela, com algumas oferendas e comidas típicas de Iemanjá como manjar, peixe no milho branco, arroz branco e canjica. Nessa celebração há incorporação dos guias que trabalham na linha de Iemanjá para abençoar os filhos de santo. Inclusive, alguns filhos fazem oferendas no quintal de casa, em altares, na própria praia. Isso ocorre de acordo com os fundamentos de cada casa de santo, alguns dão de presente barquinhos com espelhos e pentes; outros locais, por questão ambiental, não ofertam itens não perecíveis para não poluir os oceanos”.
Gira da semana
Entre as comemorações mais comuns está a *gira da semana de Iemanjá que, geralmente acontece na praia, à noite, quando os filhos de santo vão na beira do mar e é feito uma homenagem para a Orixá. “Os guias trabalham na areia de pés descalços. Aí existem diversos guias que podem vir nessa linha, alguns terreiros, por exemplo, recebem até “sereias”. Elas não têm ligação com os mitos e lendas de sereias dos filmes. São seres femininos que vivem em dimensões aquáticas regidas por Iemanjá, e às vezes por Oxum, Orixá das águas doces e Nanã, Orixá das águas paradas, dos pântanos e da terra úmida. Os guias que trabalham na falange de Iemanjá trabalham limpando os filhos de energias negativas”, explica a jovem universitária.
*Gira ou Jira (no idioma quimbundo, nijra, caminho). Na Umbanda, é a reunião, o agrupamento de vários espíritos de uma determinada categoria, que se manifestam através da incorporação nos médiuns. A gira pode ser festiva, de trabalho ou de treinamento.
Leia mais matérias completas na edição desta quinta-feira, dia 1°, do jornal impresso Tribuna de Notícias. Ligue para 48 3478-2900 e garanta sua assinatura.
