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quinta-feira, abril 18, 2024

Crimes contra a mulher representam 80% dos inquéritos em Araranguá

Números são referentes aos registros feitos na Delegacia de Proteção à Criança, à Mulher, ao Adolescente e ao Idoso (DPCAMI) no ano de 2023. No fim de semana, um homem foi preso por agredir e ameaçar de morte a companheira

Araranguá
José Adílio
policia@tnsul.com

O número de casos registrados de violência contra a mulher em Araranguá preocupa as forças de segurança. Somente neste ano de 2023, quase 300 inquéritos policiais foram abertos na Delegacia de Proteção ao Adolescente, à Mulher, à Criança e ao Idoso (DPCAMI). Destes, 80% são referentes a ocorrências de violência contra mulheres.

Para conscientizar a população da importância da luta para combater a violência contra a mulher, a delegada responsável pela DPCAMI de Araranguá, Eliane Chaves, implantou um memorial com a exposição de 53 pares de sapatos vermelhos, representando os 53 feminicídios em Santa Catarina neste ano.

Outra vítima

No fim de semana, mais um caso de violência contra a mulher foi registrado no município. Uma mulher, de 45 anos, foi agredida pelo parceiro, de 38 anos, no domingo, dia 17. O autor foi preso pela Polícia Militar (PM), por volta das 15h25min. A vítima levou um tapa no rosto após uma discussão com o marido.

Segundo a vítima, o companheiro realizou ameaças de morte e após a intimidação, realizou a agressão. De imediato, a PM entrou na casa e abordou o suspeito. O homem enfrentou os policiais, falando que só sairia sem vida do local. Diante da recusa de ir para a delegacia, foi necessário força por parte dos militares para conter o agressor.

Advogado alerta para números alarmantes neste ano

Uma pesquisa recente conduzida pelo Observatório da Mulher contra a Violência revelou dados preocupantes sobre a violência doméstica no Brasil. De acordo com o estudo, 30% das mulheres no país já foram vítimas de algum tipo de violência doméstica ou familiar, sendo que 76% delas sofreram violência física.

Esses números refletem uma realidade alarmante que não se limita apenas ao cenário nacional, mas também atinge Santa Catarina. De janeiro a novembro de 2023, foram abertos 4.158 processos relacionados à violência doméstica e foram concedidas 11.435 medidas protetivas e 53 foram vítimas de feminicídio durante esse período.

Cenário

Diante desse cenário, a sociedade se vê desafiada a encontrar soluções para combater essa violência. O advogado criminalista Diego Campos Maciel, especializado em casos de violência doméstica, compartilha sua visão sobre esse grave problema. “Essa alta incidência de casos pode ser atribuída a diversos fatores, incluindo a cultura patriarcal, o silêncio das vítimas e a falta de estrutura para lidar com essas situações. É importante que as mulheres conheçam seus direitos e busquem ajuda legal assim que se sentirem ameaçadas”, falou.

O advogado ressalta a importância da denúncia e do acompanhamento jurídico adequado. “Existem leis e medidas protetivas que podem ser aplicadas para garantir a segurança da mulher e a punição do agressor. A denúncia é o primeiro passo para interromper o ciclo da violência. Além disso, é essencial contar com profissionais especializados para orientar as vítimas perante a justiça”, completa.

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