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terça-feira, abril 23, 2024

Casas do Exército devem virar Vila das Etnias em Criciúma

Autoridades da região estiveram reunidas com representantes do Exército Brasileiro para discutir o assunto

Criciúma
Edson Padoin
cidades@tnsul.com

Em um movimento para enriquecer o patrimônio cultural e gastronômico de Criciúma, autoridades municipais lideradas pelo prefeito Clésio Salvaro estão empenhadas em incorporar ao patrimônio da cidade as oito casas atualmente pertencentes ao Exército Brasileiro na Praça do Congresso, no Centro. O objetivo é transformar o local em uma Vila das Etnias, celebrando a diversidade histórica dos povos que contribuíram para a formação da cidade (africana, portuguesa, alemã, polonesa, árabe, espanhola e italiana).

Na reunião realizada nesta segunda-feira no Quartel-General Integrado do Comando Militar do Sul, em Porto Alegre, estiveram presentes o prefeito Clésio Salvaro, o presidente da Fundação Cultural (FCC), Marcos Mendonça, o presidente da Acic, Valcir Zanette e o pró-reitor da Satc, Luciano Bilessimo. Juntos, discutiram a transferência das oito casas para a administração municipal com o General de Brigada José Luiz Araújo dos Santos.

O prefeito apresentou a proposta ressaltando a relevância histórica das casas para a cidade, e o general comprometeu-se a encaminhar o processo à Secretaria do Patrimônio da União (SPU). A SPU é vinculada ao Ministério de Gestão e Inovação em Serviços Públicos, e é responsável pela gestão do Patrimônio do Governo Federal.

Espaço das etnias

O presidente da Fundação Cultural de Criciúma (FCC), Marcos Mendonça, destaca a intenção de revitalizar as casas militares, transformando-as na Vila das Etnias. Das oito casas, algumas estão em más condições, sendo uma delas até mesmo sem teto. A proposta é que cada casa represente uma etnia específica, abrigando um restaurante com iguarias típicas da região, além de um memorial contando a história da respectiva etnia.

Casas ficam localizadas ao lado da Praça do Congresso, no Centro do município, e estão em negociação entre o Município e Exército Brasileiro – Foto: Nilton Alves/TN

“Cada casa irá representar uma etnia específica com um restaurante com iguarias daquela determinada região. Além dos restaurantes, queremos ter um memorial em cada casa para contar a história das etnias”, salienta.

Atualmente em estado deteriorado, as casas não podem passar por grandes reformas devido ao status de bens tombados. A intenção é que, após a aprovação do processo e a revitalização, os espaços sejam colocados em licitação para serem destinados à iniciativa privada. A tradicional Festa das Etnias também teria seu local na Praça do Congresso, fortalecendo a proposta cultural e gastronômica do projeto.

“Essas casas hoje estão feias, deterioradas. Como são bens tombados, o exército não pode fazer grandes reformas. Hoje, elas são insalubres para os militares morarem, mesmo que por pouco tempo. Após esse processo ser aprovado e da revitalização, a ideia é colocar os espaços em licitação para a iniciativa privada. Queremos que a tradicional Festa das Etnias seja naquela rua na Praça do Congresso. É importante destacar que os representantes das etnias não devem querer ficar responsáveis pelo espaço, por isso será destinado a iniciativa privada”, compartilha o presidente.

Reunião com autoridades foi realizada em Porto Alegre – Foto: Tiago Silva/Divulgação

Prefeitura terá que dar algo em contrapartida

Vale ressaltar que, como os imóveis são de responsabilidade da Secretaria de Patrimônio da União, a demanda será encaminhada para essa instância. Além disso, a obtenção das casas do Exército para a Vila das Etnias implica em contrapartida para a União. O Exército solicitou para o município residências para seus militares em trânsito, e segundo o presidente, Salvaro assegurou que isso não será um problema, comprometendo-se a oferecer um espaço mais adequado para a estadia temporária dos militares.

Com relação ao estado atual dos imóveis, o General de Brigada José Luiz Araújo dos Santos demonstrou surpresa ao saber do estado deteriorado de algumas casas e, nas próximas semanas, representantes do Exército deverão visitar Criciúma para avaliar o local. Contudo, ainda não há um prazo definido para a conclusão do processo.

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