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quinta-feira, abril 25, 2024

Casa da Acolhida: há 10 anos proporcionando amor e solidariedade

Letícia Ortolan
Criciúma

Maria Edite, de 63 anos, mora em Blumenau e acompanha o filho há quase um mês no Hospital São José, em Criciúma. Vítima de um infarto, ele está sendo tratado na unidade. Desde então, a mãe está hospedada na Casa da Acolhida, uma organização social sem fins lucrativos, localizada em Criciúma, no bairro Operária Nova.

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Para Maria Edite, a Casa da Acolhida está sendo muito mais do que um lar temporário. “Aqui é muito bom. Somos muito bem tratados e ganhamos toda assistência necessária. É como estar em um espaço com uma família”, disse.

Fundada em 2012, a associação beneficente é destinada a familiares de pacientes internados em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), para hospedagem temporária enquanto o tratamento é realizado. Cerca de 700 pessoas já passaram pelo espaço que diariamente, está de portas abertas.

Assim como Maria Edite, todas as pessoas que passam pela casa, ficam por tempo indeterminado. Os dias podem virar meses e desta forma, grandes laços são construídos. “Conheci pessoas maravilhosas aqui dentro. Mesmo sendo um momento de fragilidade, todos que já passaram são gente de bem”, explicou a hospede.

A casa acolhe até 15 pessoas ao mesmo tempo. A estrutura possui três quartos, uma sala ampla, cozinha e duas garagens. O local fica situado a cerca de 350 metros do Hospital Materno Infantil Santa Catarina (HMISC). “Nós abrigamos pessoas de todos os hospitais de Criciúma, exceto Unimed. Qualquer pessoa que seja de outro lugar e não tenha condições de pagar hospedagem, está apto para ficar no nosso lar”, explicou o coordenador e fundador da instituição, Adilson da Silva.

Encaminhamento

Tanto o Hospital São José quanto o HMISC, possuem uma assistente social responsável por fazer o encaminhamento do familiar do paciente internado, que precisam de um abrigo temporário. As profissionais entram em contato com a coordenação da Casa da Acolhida e emitem uma declaração. Para a hospedagem ser liberada, é necessário realizar um cadastro que fica salvo no banco de dados da instituição.

“Realizamos esse protocolo por questão de segurança. Recebemos famílias de diversas cidades do Estado. O empenho é bem grande, mas temos que olhar com carinho para essas pessoas, na maioria das vezes elas não tem nem o apoio de quem é próximo”, destacou Silva.

Atendimento gratuito

A hospedagem, assim como a alimentação dentro do lar, é oferecida de forma totalmente gratuita. Já a preparação da comida, fica sob responsabilidade do hospede. “Nós tínhamos uma cuidadora que trabalhava na casa, preparava o alimento, limpava o espaço. Porém, depois da pandemia do coronavírus, as coisas ficaram difíceis. Não temos mais dinheiro para pagar uma funcionária”, explicou o coordenador.

Doações

A Casa da Acolhida se mantém apenas com doações. A Cruz Vermelha e algumas redes de supermercados de Criciúma são as maiores fontes de apoio da instituição. Porém, Adilson da Silva ressalta a importância do local receber uma atenção especial da população. “Depois da pandemia, tudo ficou mais difícil. Hoje em dia eu sou a única pessoa que ainda está ali dentro, trabalhando e fazendo acontecer”, salientou.

Os interessados em contribuir de alguma forma com o lar ou conhecer a estrutura, devem entrar em contato pelo telefone (48) 3438-4316. Doações solidárias de valores em dinheiro podem ser feitas de forma digital, através da conta: C/C 509-7, agência 2225, operação 013, da Caixa Econômica Federal.

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