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quinta-feira, abril 18, 2024

Aeroporto Diomício Freitas é reaberto em Forquilhinha

Estrutura passou por uma revitalização nos últimos meses e, agora, está apta a receber voos executivos. Decolagens comerciais dependem da aquisição de uma estação meteorológica

Um dia histórico para o Sul de Santa Catarina. O Aeroporto Diomício Freitas, em Forquilhinha, reabriu nesta quarta-feira (11). A estrutura, que passou por uma revitalização nos últimos meses e promete alavancar a economia da região, foi reinaugurada oficialmente durante um ato na sede do local, no bairro Santa Líbera.

Serviços realizados

Recuperação asfáltica da pista de pouso e decolagem, taxiway, acesso aos hangares, pátio de estacionamento de aeronaves, readequação da faixa de pista, cerca patrimonial e implementação de via de inspeção foram os trabalhos realizados no Aeroporto de Forquilhinha. Neste primeiro momento, o espaço deve operar apenas voos executivos.

Sede fica no bairro Santa Líbera. – Foto: Frame/NDTV

“Depois de muito trabalho, muita luta, idas e vindas, nós estamos concretizando esse sonho”, comenta o prefeito de Forquilhinha, José Cláudio Gonçalves, o Neguinho.

O gestor destaca que para o retorno dos voos comerciais é necessária a aquisição de uma estação meteorológica, que deve se concretizar por meio de investimentos do Governo do Estado.

“A partir do momento da compra da estação, nós acreditamos que o Diomício Freitas pode voltar a ser um grande vetor de desenvolvimento para Forquilhinha, para Criciúma, para a Região Carbonífera, além do Vale do Araranguá e de todo o Sul de Santa Catarina”, acrescenta Neguinho.

O prefeito ainda lembra que o Aeroporto Diomício Freitas já teve decolagens diretas para São Paulo e para Brasília. “É importante que a gente possa sonhar com a volta dos voos comerciais. Nós temos a intenção de, assim que for adquirida a estação, a gestão possa ser transferida para o município de Forquilhinha”, pontua Gonçalves.

O Aeroporto Diomício Freitas encerrou as operações de voos comerciais em 2016 e, desde então, recebia apenas decolagens e pousos executivos.

Gestão é do Governo de SC

A administração da estrutura, neste primeiro momento, será feita pelo Governo de Santa Catarina por meio de uma empresa terceirizada. No entanto, o acordo com a Secretaria de Portos, Aeroportos e Ferrovias é de que a gestão seja de responsabilidade do município de Forquilhinha a partir de março do ano que vem.

“A primeira etapa era o aeroporto reaberto. Nesse primeiro momento, apenas diuturnamente porque temos que recuperar equipamentos para recompor o Diomício Freitas e, o mais breve possível, ter voos noturnos”, disse o secretário de Portos, Aeroportos e Ferrovias, Beto Martins, durante a coletiva de imprensa na manhã desta quarta-feira.

Sede do Saer no aeroporto

“Já estamos conversando com as bancadas para que haja outro esforço comum para vir a estação meteorológica e, também, a sede do Saer“, acrescenta Beto. O Serviço Aeropolicial, atualmente, fica em Criciúma num espaço locado. Por ano, o aluguel custa R$ 200 mil.

A licitação para construção do Saer no Aeroporto Diomício Freitas deve ser lançada pelo Governo de Santa Catarina até o ano que vem.

Sobre a compra da estação meteorológica

A estação meteorológica, que deve impulsionar o retorno dos voos comerciais, custa cerca de R$ 3,5 milhões. “Ela vai facilitar o pouso e a decolagem sob neblina. Aí, a gestão passa ao município de Forquilhinha de forma compartilhada com um grupo de empresários que tem identidade com as cidades da região”, ressalta o prefeito.

O projeto para revitalização do Aeroporto Diomício Freitas foi custeado por um grupo de empresários de Criciúma e região. Ricardo Brandão, um dos investidores, afirma que o estado deplorável da pista provocou a união dos empreendedores em prol da reforma.

“Eu comprei um jato em 2019 e, em seis meses de operação nessa pista, eu tive que trocar o eixo do trem de pouso dianteiro porque ele estava fora da tolerância de vibração. Um equipamento que custa R$ 35 milhões. A deterioração desse aeroporto se dá ao fato de que nos últimos 20 anos as empresas que administraram ele não se preocuparam com a manutenção preventiva”, comenta Brandão.

O objetivo é que o grupo de empresários, a partir de quando a gestão for do município de Forquilhinha, passe a fiscalizar de perto a manutenção da estrutura. “Nós não podemos, daqui 20 anos, estar com os mesmos problemas”, ressalta Brandão. “Nós doamos o projeto para acelerar esse processo”, completa.

Aeroporto nas palavras de quem acompanhou o início

Helder Martins foi um dos pilotos que trabalhou no Aeroporto Diomício Freitas. “Eu comecei a voar com frequência, em Forquilhinha, entre 1992 e 2011, quando vim trabalhar na Eliane, que tinha aviões e táxi-aéreo”, relembra o profissional.

“Era bem diferente. Tinham mais hangares em 1992. O avião executivo era muito maior. Eu posso até afirmar que, proporcionalmente ao tamanho da cidade e a quantidade de voos, daríamos para comparar com São Paulo”, relembra o piloto, que tem mais de 30 anos de experiência.

Investimento milionário

O investimento para as melhorias no Aeroporto Diomício Freitas foi de R$ 17 milhões. Em dezembro de 2022, as obras foram paralisadas porque a empresa que iniciou os trabalhos anunciou desistência. Os serviços foram finalizados pela Setep Construções, após recusa da segunda colocada na licitação.

*Via ND+

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