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sexta-feira, março 29, 2024

Família de SC que teve sobrenome confundido com nazismo se manifesta

A Câmara de Vereadores de Urubici repudiou nesta terça-feira, dia 23, a reportagem do jornal Folha de S.Paulo que confundiu o sobrenome Heil com uma saudação nazista e alegou que “69% da população” do município teria relação com a ideologia fascista, baseando-se na votação das eleições de 2022.

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“Estamos atentos à expressões e atitudes desta natureza e não toleramos em nenhuma hipótese tais práticas”, destacou o presidente da Câmara de Vereadores, Fabrício Rodrigues de Brida (PL) em ofício.

Os integrantes da família Heil, cujo sobrenome pintado no telhado de casas em Urubici foi confundido com a saudação, também se manifestou sobre o tema na noite desta última terça-feira, dia 23.

“Por falta de informação e sem nenhuma explicação, da referida jornalista e do jornal, nos trouxe transtornos emocionais e psicológicos. Nossa família sempre prezou pela honestidade”, diz a publicação feita nas redes sociais.

“Trabalhamos muito para conquistar o que temos hoje, somos pessoas humildes, do bem, que correram atrás dos objetivos”, ainda segundo a publicação. Eles afirmam que tomarão “as medidas judiciais cabíveis”.

O advogado Salésio Buss, que representa os familiares, afirmou ao ND+ na tarde desta última quarta-feira, dia 24, que é “muito provável  que será ingressado com ação judicial”. O advogado ainda irá se reunir com os familiares para definir os próximos passos.

Entenda o caso

Na coluna publicada neste último domingo, dia 21, a escritora acusou erroneamente que o sobrenome dos parentes, pintado no telhado de quatros casas em Urubici, na Serra, é uma saudação nazista.

No texto intitulado “Fui surpreendida por uma saudação nazista”, a escritora narra a viagem feita com o filho para a cidade da Serra. Ela conta que caminhando pela estrada “repleta de araucárias” se deparou com o telhado tomada pela palavra “Heil”.

“Meus enteados […] perguntaram se aquilo era de fato uma alusão ao nazismo. Expliquei que possivelmente, já que Heil, Hitler (Salve, Hitler) era uma conhecida saudação nazista”, escreveu a colunista. O que nos fez pensar na conivência da comunidade à nossa volta. E na das autoridades. Por que a polícia não faz nada?”, segue o texto publicado na Folha.

A reportagem foi publicada às 6h do dia 21 de maio. Às 19h26 do mesmo dia, a Folha publicou uma correção. “É incorreto afirmar que a inscrição Heil no telhado dos imóveis “muito provavelmente” seja uma referência a uma saudação nazista, como publicado em versão anterior deste texto”, escreveu a empresa.

O título da reportagem foi corrigido, com a inclusão de um “possível”: “Fui surpreendida por uma possível saudação nazista”.

Caso foi discutido na Alesc

A confusão repercutiu nesta terça-feira, dia 23, na Alesc (Assembleia Legislativa de Santa Catarina). O deputado Sargento Lima (PL) afirmou que a Bancada do Partido Liberal acionou o MPSC (Ministério Público de Santa Catarina) para apurar a responsabilidade do jornal e da articulista que assinou a matéria.

Gerri Consoli (PSD) e Maurício Peixer (PL) também criticaram a postura da escritora. “Em palestra que fiz fora do estado fui indagado da cultura do nazismo em Santa Catarina”, registrou Consoli.

Segundo a Alesc, ele negou a existência dessa cultura, mas lembrou do caso de uma piscina com o desenho da suástica no fundo que foi alvo de ação do MPSC.

*Via ND+

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