Ex-governador Moisés avalia ação arquivada sobre respiradores

O inquérito contra o ex-governador no caso dos respiradores foi arquivado pela Terceira Turma Revisora do Conselho Superior do MPSC na terça-feira, 16

Foto: Peterson Paul/Secom

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O ex-governador Carlos Moisés avalia o inquérito civil contra ele, arquivado pela Terceira Turma Revisora do Conselho Superior do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) nesta terça-feira, 16, como descabido. Para ele, a decisão foi tardia. A reportagem do portal ND+ conversou com o ex-governador, que ainda destacou os prejuízos causados pela ação.

Moisés destaca que o arquivamento era o único caminho possível da ação. “Ela era absolutamente indevida, descabida, sem justa causa”, avalia. Para o ex-governador, a ação foi “maquinada durante a votação do processo de impeachment para causar confusão na população”.

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“Mas tudo bem, já passou, com alguns prejuízos obviamente, mas acreditamos que a verdade sempre prevalece. Às vezes a verdade vem um pouco tardia, mas veio. Tudo é aprendizado e amadurecimento da democracia, das escolhas”, avalia.

Justiça tardia

Na última terça-feira, 16, em uma rede social, Moisés fez uma publicação com uma frase Ruy Barbosa.  “‘Justiça atrasada não é Justiça, senão injustiça qualificada e manifesta.’ Ruy Barbosa, em Oração aos Moços, 1921.”.

Sobre a publicação, o ex-governador destacou que se referia a decisão, mas que a mensagem também cabe a outras pessoas que passam por situações em que a Justiça não chega a tempo, que sofrem ações indevidas, exposições e perseguições em todos os ângulos.

“Isso tem que vir sempre no tempo certo, não atrasada, como essa decisão é de fato atrasada”, destaca. O ex-governador ainda acrescenta que “a Justiça para ser feita, precisa ocorrer de acordo com a Lei e dentro do tempo certo”.

Para Moisés, a decisão do arquivamento veio corrigir um erro, que não poderia ter sido cometido.  “Isso nos traz uma reflexão do quão importante é você ter instituições permanentes de Estado, órgão de controle, com cada vez mais pessoas entendendo o seu papel, que são garantidores de que as normas, as leis e a própria Constituição estão sendo cumpridas”, comenta.

Impactos

Moisés pontua que, de certa forma, a ação causou impactos, tanto na vida pessoal quanto na carreira política. Contudo, não se mostra abalado, pois para ele não é possível refazer a história. Além disso, destacou que preferiu salvar vidas do que garantir a popularidade.

“Acredito que tudo o que aconteceu tinha que acontecer. Primeiro compromisso nosso era cuidar da vida dos catarinenses, para isso eu pagaria qualquer preço, inclusive não ser reeleito. Eu fiz escolhas, fiz a escolha de levar o enfrentamento da pandemia a sério, de acreditar na ciência, de fazer com que as pessoas entendessem que era uma doença grave; de aplicar medidas restritivas que viessem trazer segurança sanitária aos catarinenses, mesmo que essas medidas fossem impopulares”, comenta.

A ação também teve, em parte, um peso nas eleições, mas ele acredita que o fato não foi preponderante para o resultado final do processo eleitoral. “Acredito que em parte sim, mas em parte eu penso que os resultados não mudariam, em hipótese alguma. Isso, por conta da onda, daquilo que me levou lá em 2018 [ao cargo] e que se repetiu [nas eleições passadas]: polarizações; eleições de nós e eles; direita e esquerda; muita violência nas redes sociais. Acredito que o resultado estava ali e faz parte do processo de amadurecimento”, pontua.

O ex-governador ainda salienta que o resultado da eleição deve ser aceito, pois faz parte da democracia.  “Pode até lamentar, mas tem que aceitar com serenidade. O que a gente não aceita são notícias falsas, de tentar iludir as pessoas e isso está sendo corrigido agora, mesmo que tardiamente, mas está sendo corrigido”, diz.

“Saí de pé. Ganhar e perder eleições é algo muito natural do jogo e aceitamos com serenidade. O que não podemos é aceitar movimentos para destituir governo, por não aceitarem o resultado das urnas. Costumo brincar que somente temos um caminho: ou é a democracia, ou é a democracia”, acrescenta.

Esforços para recuperar valores

Moisés ainda disse que a questão dos respiradores foi algo muito caro para a gestão mas que o Governo, ao tomar conhecimento, buscou recuperar os valores. “Temos R$ 39,5 milhões bloqueados para cobrir os R$ 33 milhões dos respiradores, sendo que R$ 14,5 milhões já entraram nos cofres públicos”, fala.

“Na verdade, quando se tentou enganar o Estado, digamos assim, a nossa gestão foi para cima, entrou com ação, temos toda uma linha do tempo no portal da transparência, onde as pessoas podem acompanhar tudo que foi feito”, explica Moisés, que ainda salientou que não houve má-fé por parte do Governo.

O ex-governador de Santa Catarina também destacou que além do enfrentamento da pandemia, o Governo teve que lidar com a vontade, de algumas pessoas, em lesar os cofres públicos. “Não existe Estado a prova de golpe, o que existe são gestores que quando diante do golpe tem que reagir para proteger os cofres públicos, foi exatamente o que fizemos”, pontua.

Para ele, a atual decisão pelo arquivamento do inquérito veio para coroar também todo o trabalho do Governo, feito para recuperar esses valores.  Além disso, Moisés destaca que o trabalho dos órgão responsáveis foi fundamental para a recuperação dos valores.

O ex-governador avalia que há boas pessoas trabalhando no MPSC e na Justiça . “O ativismo político não deve acontecer dentro de órgão nenhum. Acho que é um atentado contra a própria democracia. Nós temos que ter pessoas isentas trabalhando”, acrescenta.

*Via ND+

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