Sem conseguir andar, vendedor ambulante precisa de próteses em Criciúma

Cirurgia está garantida, mas Alberto de Oliveira Ramilo está organizando paella para arcar com outros custos que podem chegar a R$ 70 mil

Foto: Nilton Alves/TN

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Alberto de Oliveira Ramilo está impossibilitado de trabalhar. Há pelo menos um ano está parado em casa por conta de uma condição em seu quadril que o impede de caminhar normalmente. Ele está usando bengalas e sua maior vontade é voltar ao ofício de vendedor de picolés e doces. ‘Beto da Cocada’, como é conhecido, precisa de aproximadamente R$ 70 mil para arcar com os custos da prótese recomendada para o seu caso e procedimentos após cirurgia, como a fisioterapia. Para levantar esse valor, o vendedor está organizando uma paella beneficente.

O médico especialista em quadril que o atendeu, ofereceu a cirurgia de forma gratuita pelo consultório de ortopedia em que trabalha. As próteses necessárias custam por volta de R$ 17 mil cada e os demais gastos incluem o pós-operatório. Ramilo está na lista de espera do Estado de Santa Catarina pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas como o processo se torna burocrático e demorado, optou por buscar outra alternativa e se consultou em uma clínica. “Estou fazendo a paella para comprar a prótese, porque ganhei do médico a cirurgia. Teria que arrecadar de R$ 40 mil a R$ 60 mil para a prótese. O médico disse que devo fazer até junho. Depois tem uma grande chance de eu ficar dependendo das bengalas”, relata Alberto de Oliveira Ramilo.

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Com o auxílio de Fernando Lupselo, cirurgião especialista em quadril que atendeu Ramilo no consultório de ortopedia em que trabalha, o ambulante tenta conquistar a prótese o quanto antes. “Essa fila (do SUS) demora uns três anos para conseguir fazer a cirurgia. Tô tentando ajudar para ver se ele consegue fazer de uma forma mais rápida. No setor privado ele conseguiria mais rápido”, comenta. “A gente procura ajudar ele. Sabemos que tem uma condição financeira bem complicada e problemas de saúde. Está bem ruim do ponto de vista funcional. Me comprometi a tentar ajudá-lo. Falei para ele que, dependendo do dinheiro que ele levantar, se for o suficiente para pagar a parte de hospital e internação, fiquei de conversar com o pessoal que serve material de prótese para nós para ver se conseguem fornecer em um valor melhor, fazer como se fosse uma doação a preço de custo. Vou ajudar naquilo que puder”, completa Lupselo.

A paella está marcada para começar às 20h do dia 10 de junho, no Centro Comunitário da Santa Luzia. Cada ingresso custa R$ 30. A bebida não está inclusa e terá show ao vivo.

Como ajudar?

Para comprar os ingressos da paella, os interessados podem entrar em contato com o número (48) 99822-8384. Além disso, doações espontâneas podem ser enviadas no pix  48 996305262 no nome de Roselene Lopes da Rosa Ramilo.

Casa em situação precária e calote de pedreiro

Em março de 2022, o Tribuna de Notícias esteve na casa do vendedor, mas para tratar de outro assunto. Na época, a residência foi condenada pela Defesa Civil de Criciúma e a família de Ramilo, esposa e mais três filhos, não tinham para onde ir. Por vezes passavam o mês somente com cestas básicas através de ajuda da comunidade em que vivem.

Através de uma rifa que sorteou valores em dinheiro, eletrodomésticos, um relógio e uma bicicleta, conseguiram em torno de R$ 10 mil. Além disso, também conquistaram mais R$ 4 mil em uma feijoada solidária. O dinheiro serviu para pagar pendências financeiras da família e comprar materiais para a reconstrução do imóvel, além da mão de obra, porém Ramilo comprou os materiais e contratou um pedreiro, mas o prestador de serviço trabalhou por apenas alguns dias e sumiu. Depois disso, a família do ambulante passou a morar na casa da mãe, que fica ao lado da sua, depois de ela ter falecido. “Com o valor que conseguimos, demos uma segurada na nossa vida. Limpei o nome da minha esposa. Guardei um pouco para a mão de obra. Sofremos um calote de R$ 3,5 mil. Ele pediu R$ 7 mil. Dei R$ 3,5 mil e ele disse que o resto eu poderia pagar parcelado, R$ 500 por mês. Depois, sumiu”, fala.

Pouca renda para muita gente

Hoje, quem garante a renda da família é a esposa de Alberto de Oliveira Ramilo. Um dos seus filhos também trabalha, mas a quantia ainda não é suficiente para sustentá-los, por isso, Ramilo quer voltar a trabalhar dignamente. “Eu gosto de estar na rua com o meu carrinho vendendo”, confessa. Ele ainda precisa de um andador e muletas para o pós-operatório.

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