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Criciúma
quinta-feira, abril 25, 2024

Número de farmácias instaladas em Criciúma cresce assustadoramente

Já faz algum tempo que ao circular por Criciúma se observa o número crescente e assustador de novas farmácias abertas ou prédios em reforma onde outras vão funcionar. O aumento também é percebido na região. A diferença no valor dos medicamentos também é gritante. Das distribuidoras ao consumidor final pode ter diferença de até 1000%, de acordo com a equipe do Consórcio Intermunicipal de Saúde da Amrec (Cisamrec). Neste ano, a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) publicou resolução estabelecendo

Sobre o crescimento da abertura de farmácias o presidente do Sindicato de Farmácias de Santa Catarina, Sérgio de Giacometti, esse cenário também está acontecendo em todo o país e muitas farmácias que não são de rede sofrerão um baque grande nos próximos anos. “A situação é que no Brasil, as grandes redes começaram a sair de seus estados com projeto novo, ou seja, abrindo lojas com estacionamento. Se você olhar, praticamente todas aquelas lojas que não tinham estacionamento estão fechando e no lugar delas surgem as que oferecem mais comodidade ao cliente, e estacionamento privativo é um dos exemplos, explica, acrescentando: “Vamos ter uma grande transformação nestes próximos dois ou três anos; e também muita farmácia fechando, as que não são de rede terão um baque muito forte”.

Ainda neste contexto o psicólogo Julio Bittencourt diz entender que as pessoas ficaram mais doentes durante e pós-pandemia, mas não foge ao seu escopo explicar se esse aumento se dá por esse fator. “É uma pergunta que foge do meu escopo. Mas posso, sim, dizer que as pessoas adoeceram mais na pandemia. Mas não consigo afirmar se há necessariamente essa correlação com essas novas farmácias abertas”. Conforme o diretor de Desenvolvimento Econômico de Criciúma, Aldinei Potelecki, o município tem hoje 170 farmácias e drogarias abertas.

A diferença do valor na distribuidora ao consumidor final

A equipe administrativa do CISAMREC levantou a questão na variação de preços dos medicamentos adquiridos nas distribuidoras até chegar ao consumidor. Eles afirmam que a diferença pode chegar a 1000%. Por isso a redação fez uma pequena consulta em uma rede de farmácias da cidade para avaliar os números. A Azitromicina 500mg, com cinco comprimidos, custa R$27,33, por comprimido o valor é de R$ 5,46. O mesmo produto (um comprimido) é adquirido pelo consórcio por R$ 0,35. O clonazepam 0,5mg (30 comprimidos) por R$7,81 (R$ 0,26 por comprimido), na pelo CisAmrec, o valor é de R$ 0,06; e, por fim, o clonazepam gotas custa na farmácia consultada R$10,10 e pelo consórcio R$ 2,58.

 

“Um dos focos do CISAMREC é justamente a aquisição de forma compartilhada dos medicamentos e insumos de saúde para os municípios consorciados, visto como o caminho mais viável para se obter ganhos de escala. Além de tantas vantagens na compra compartilhada, destacamos a compra de Medicamentos Judiciais e de Alimentos Especiais e Fórmulas Infantis, que para os municípios consorciados gera uma economia gigantesca, pois licitamos em grande quantidade, desta maneira reduzindo custo e evitando uma possível compra direta dos municípios”, declarou Roque Salvan – diretor-executivo da AMREC.

“Nós conseguimos uma diferença de até mais de 1000% devido ao grande volume de compra nosso; a logística, uma vez que o laboratório entrega num lugar só; e entregou a gente paga a vista; são mecanismos que usamos para barganhar preço. Esses preços que negociamos é o mesmo que grandes redes de farmácias também conseguem, porque algumas tem mais de mil, de duas mil filiais, ou seja, eles também tem um poder de compra gigante. Os preços praticados pelas farmácias, além de serem muito altos, também há uma discrepância. No caso da Accu-chek aclive 50, as tiras para glicemia, por exemplo, nós compramos por R$ 15,00 a caixa e tem farmácia vendendo a R$106,69. Se trata do mesmo produto, a mesma marca e mesmo quantitativo”, concluiu Salvan levantando à reflexão.

Programa Farmácia Popular

O programa Farmácia Popular, uma iniciativa do Governo Federal, objetiva complementar a disponibilização de medicamentos na rede de atenção primária à saúde. Atualmente, em torno de 35% das farmácias em Criciúma são credenciadas. A informação é do Observatório da Assistência Farmacêutica. “Funciona em parceria com as farmácias e drogarias da rede privada. Então, além das Unidades Básicas de Saúde, das farmácias públicas e dos serviços públicos, os cidadãos também podem retirar os medicamentos nessas credenciadas”, fala Larissa Oliveira de Batista, farmacêutica que atua na Secretaria Municipal de Saúde.

Existe uma lista de remédios gratuitos padronizados no programa que os pacientes podem ter acesso. Entre eles estão os de diabetes, asma e hipertensão. “De forma subsidiada, para rinite, Parkinson, osteoporose, glaucoma, contraceptivos e fraudas geriátricas. Nos casos do co-pagamento, o Ministério da Saúde paga normalmente até 90% do valor de referência e o cidadão paga o restante de acordo com o valor praticado na farmácia”, confirma Larissa.

Texto e reportagem: Alexandra Calaver, TN Sul

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