Criciúma
Alexandra Cavaler
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Levantamento preliminar da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) aponta prejuízos de R$ 129.617.385,77 em 25 dos 27 municípios da região Sul de Santa Catarina. O relatório engloba 12 cidades pertencentes à Associação dos Municípios da Região Carbonífera (Amrec) e 13 da Associação dos Municípios do Extremo Sul (Amesc). Os dados estão relacionados às chuvas intensas que atingem todo o estado desde o dia 3 de outubro. Na primeira quinzena, a precipitação foi maior do que o dobro esperado para todo o mês. Dos 295 municípios catarinenses, 145 tiveram danos. Destes, 125 decretaram situação de emergência.
Entre as lavouras mais afetadas estão as de fumo, arroz e milho. O plantio de fumo obteve maior dano, totalizando R$ 58.909.002,24, em 11 municípios. Sete deles no Extremo Sul e quatro na Região Carbonífera. Já as lavouras de arroz tiveram prejuízos de R$ 42.507.974,60 em propriedades de nove municípios, enquanto que as plantações de milho foram afetadas em 12 cidades, causando perdas de R$ 8.165.089,92. Já o número de propriedades afetadas chega a 2.918, até o momento.
Urbano e rural
Edson Borba Teixeira, gerente Regional da Epagri, assinala que os danos da chuva na área agrícola são diferentes dos que ocorrem no meio urbano. “Esses números, que são preliminares, ainda vão aumentar porque os estragos causados pela chuva no meio rural são diferentes dos causados em áreas urbanas, ou seja, nas regiões centrais da cidade ou nos bairros ocorrem alagamentos em ruas e residências; já no interior, no meio rural, temos situações de alagamento, por exemplo, em áreas de cultivo de arroz que já estão há alguns dias com o nível de água bastante elevado, e isso, geralmente, causa prejuízos. Além disso, temos o encharcamento do solo que está afetando as lavouras, tanto na quantidade produzida, quanto na qualidade do produto.

Em relação às atividades mais afetadas, o gerente regional ainda elenca a produção de leite. “Sobre as atividades mais atingidas podemos destacar a questão do milho, do arroz e do fumo. E também algumas propriedades com danos na produção de leite em função do solo encharcado, pois isso gera pouco desenvolvimento das pastagens e pastagens alagadas. E também temos lavouras que vão ter que ser ressemeadas. Podemos afirmar que praticamente todas as atividades, em maior ou menor escala, foram prejudicadas”.
Ainda sobre as 25 cidades afetadas pelas condições climáticas, sete deles tiveram as plantações de fumo, arroz e milho prejudicadas: Ermo, Jacinto Machado, Maracajá, Meleiro, Timbé do Sul, Urussanga e Içara. A última, entre todos os municípios do Sul foi a que contabilizou maiores perdas econômicas, contabilizando prejuízos de R$ 34.653.147,23, em 400 estabelecimentos afetados.
Governo do Estado já estuda ações
Em comunicado enviado à imprensa, o Governo de Santa Catarina, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura informa: em resposta às convocações do Secretário de Estado da Agricultura, Valdir Colatto, através de reuniões extraordinárias realizadas pelo Comitê de Crise do Agro/SC, representantes da SAR, Epagri e Cepa; Cidasc; Ceasa; Ocesc; Faesc; Fetaesc; Icasa; Sindicarne, SAQ, IMA, Superintendência do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Coordenadoria do Mistério do Desenvolvimento Agrário e Familiar (MDA), em união de esforços, apresentaram relatórios prévios sobre os prejuízos causados no campo agropecuário. A reunião ocorreu nesta segunda-feira. Ressalta-se que o levantamento de dados e o monitoramento da atual situação de todos os municípios do Estado estão concentrados na atuação efetiva da Epagri e Cidasc, através do Sistema de Monitoramento de Perdas.
Ações
O documento ainda revela que a partir destas informações está sendo realizado o mapeamento de quais regiões, municípios, comunidades, atividades, propriedades, animais, lavouras, equipamentos e demais produções foram afetadas. Destaca-se que a partir da formalização oficial destas informações será possível identificar quais as principais ações, mensurar os prejuízos causados e as providências cabíveis de acordo com as demandas reais de cada município.
E, por fim, sugerir as providências a serem executadas para a viabilização de recursos para o replantio, aquisição de máquinas, reestruturação das estradas e propriedades, seja através dos Programas e Projetos da Secretaria de Estado da Agricultura ou das Empresas vinculadas, somado as ações que já estão sendo realizadas por todos os Órgãos, Instituições, Sindicatos, Cooperativas e Entidades envolvidas, cada qual no âmbito que lhes compete, aponta o documento.
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