Criciúma
Edson Padoin
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Há três décadas, o Brasil deu um importante passo em direção à inclusão social ao promulgar a Lei de Cotas para Pessoas com Deficiência (8.213/91), que completou 32 anos em julho. Esta legislação exige que empresas com 100 ou mais funcionários reservem vagas para pessoas com deficiência, estabelecendo proporções crescentes de contratação à medida que o número de empregados aumenta. Esta medida tem o objetivo de garantir a igualdade de oportunidades no mercado de trabalho, respeitando os direitos individuais e promovendo a diversidade nas organizações.
De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2022, a população com deficiência no Brasil é estimada em 18,6 milhões de pessoas com dois anos ou mais, representando 8,9% da população dessa faixa etária. Esses números reforçam a importância da inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho para garantir oportunidades igualitárias.
Empresas da região Sul do Brasil têm se destacado na promoção da inclusão de pessoas com deficiência em seus quadros de funcionários. Elas não veem a inclusão apenas como uma obrigação legal, mas como um compromisso social e uma oportunidade de valorizar a diversidade em seus ambientes de trabalho.
Compromisso
Conforme o gerente de gestão de pessoas da Librelato, Jabio Pita, a empresa possui um sério compromisso com a inclusão. “Temos buscado trabalhar a inclusão a partir da valorização do indivíduo e assegurar a construção e manutenção de um ambiente diversificado. Por isso, nossas vagas ofertadas hoje são inclusivas, sendo abertas a todos os públicos. O principal objetivo é construir uma cultura onde diversidade, equidade e inclusão estejam presentes em todos os ambientes e níveis da organização de forma natural, gerando oportunidades de trabalho dignas para o público PCD porque acreditamos na valorização e na garantia dos direitos individuais”, enfatizou.
Com deficiência visual em um dos olhos, o colaborador da Librelato, Jan Cleberson Antunes Salvador, está há quase 20 anos na empresa. Ele destaca o apoio da Librelato desde o início de sua carreira e como acabou proporcionando oportunidades de crescimento pessoal e profissional. “Sempre tive vontade de trabalhar aqui e teve um dia que eu fiquei esperando o presidente na frente da empresa. Depois de conversar com ele e falar que eu queria trabalhar, ele me deu a oportunidade na hora e no outro dia eu já fiz o teste. Quando eu entrei na empresa já era deficiente visual. O que aconteceu comigo foi um descolamento de retina quando eu tinha 18 anos”, revelou.
O trabalho
Salvador ressalta ainda o trabalho que é realizado dentro da empresa e como isso ajudou no seu crescimento. “Depois que eu perdi a visão de um olho, a Librelato foi meu primeiro emprego. Sempre fui muito bem acolhido por todos na empresa. Às vezes eu pensava que não ia conseguir fazer o trabalho, mas eu consegui. A empresa sempre me deu o suporte que eu precisava. Tudo que eu conquistei foi por conta da Librelato. Encontrei pessoas maravilhosas aqui”, completa.
Tradição
O Grupo Empresarial Jorge Zanatta, que compreende as empresas Canguru e Imbralit, transformou a inclusão em parte de sua cultura. Segundo a gerente de Recursos Humanos do Grupo, Kellin Perucchi Zanatta, um comitê de inclusão foi criado na empresa para adotar práticas inclusivas que vão além das cotas estabelecidas por lei. “A consequência disso tudo foi uma mudança cultural que ainda está acontecendo, mas já houve uma virada de chave muito grande. Hoje as pessoas são parte da empresa como qualquer outro funcionário. Os outros colaboradores passaram a se interessar em melhorar a comunicação com quem tinha algum tipo de deficiência”, enfatiza.
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