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sexta-feira, abril 19, 2024

Cerca de 300 casos de estelionatos são registrados por mês em Criciúma

Maíra Rabassa
Criciúma

Os golpistas resolveram mirar suas artimanhas para a população criciumense. Ao menos é o que apontam os dados de registros de boletins de ocorrência de estelionatos na cidade. A 1ª Delegacia de Polícia – responsável pela apuração dos casos – recebe uma média de dez registros por dia, cerca de 300 por mês, sobre crimes envolvendo golpes em Criciúma. “Desde que assumi a delegacia, todos os dias atendo ocorrências relacionadas a golpes”, revela o delegado Jorge Giraldi.

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O público-alvo dos marginais são pessoas da terceira idade. Conforme o Fórum Nacional de Segurança Pública em Santa Catarina houve um aumento nos últimos meses de mais de 195% em golpes eletrônicos, o que equivale a mais de 2,4 mil casos entre 2020 e 2021. “Só na 1ª DP, 50% dos casos registrados são de estelionatos. Entrego uma média de três a cinco inquéritos por dia”, aponta o delegado.

Ingenuidade
Giraldi também explica que as vítimas estão perdendo para os bandidos por conta da ingenuidade. “As pessoas acreditam em qualquer coisa. E não é por falta de informação. Os crimes virtuais são os mais frequentes. Não sabem com quem conversam. E chegam a ‘pagar’ para liberar empréstimos. Isso não existe. Ou então, saem fazendo PIX porque receberam o pedido de um parente e nem verificam antes para saber se é a pessoa. Já saem depositando. Hoje não precisa mais usar da violência para tomar dinheiro de alguém”, destaca o delegado.

Vítimas ficam no prejuízo

Em muitos dos casos não é possível reaver o dinheiro depositado. Muitos dos golpistas já sacam os valores na hora, usando conta de laranjas (terceiros) e trocam o real por dólar, difi cultando ainda mais o rastreio do dinheiro. Os prejuízos chegam a variar de R$ 1 mil a R$ 100 mil. “É importante ter mais atenção. Não crer em qualquer oferta que veja na internet, pois o bandido sempre vai oferecer todas as vantagens para garantir o golpe. Se quer um empréstimo? Vá até uma agência física na sua cidade. É muito mais seguro. Além disso, orientar bastante os parentes idosos para não caírem em armadilhas”, conclui Giraldi.

Golpes mais comuns:

Perfil falso no WhatsApp: Os criminosos vinculam uma imagem de perfil da vítima, geralmente retirada do seu próprio perfil de WhatsApp ou redes sociais. Com uma conta falsa, eles se passam pela vítima e solicitam dinheiro para amigos, familiares e conhecidos.

Falso empréstimo: Os criminosos fazem anúncios em redes sociais se passando por instituições financeiras de crédito rápido com ofertas tentadoras. Após contato da vítima, os criminosos solicitam o pagamento de uma taxa para a liberação do empréstimo; são solicitados diversos pagamentos.

Falso sequestro: Os criminosos ligam para a vítima se passando por algum familiar. Com voz de choro, o suposto familiar diz que foi sequestrado e que os criminosos vão tirar a sua vida. A vítima, assustada, acaba informando o nome de familiares aos criminosos, informação utilizada por eles para dar mais autenticidade ao golpe; os criminosos solicitam o depósito de valores em algumas contas ou pedem que coloquem créditos em alguns números telefônicos

Troca do cartão: Os criminosos entram em contato com a vítima se passando pela instituição financeira do cartão de crédito e alegam que houve uma compra duvidosa. Com isso, solicitam que a vítima ligue no número indicado no verso do cartão para efetuar o seu cancelamento. O golpista continua na linha, coloca uma música similar àquela utilizada pela instituição bancária e solicita algumas informações. Sem perceber a vítima repassa dados pessoais e a senha do cartão; de posse do cartão, efetuam diversas transações bancárias.

Clonagem do WhatsApp: Os criminosos possuem diversas formas de obter o número de telefone das vítimas, mas o mais usual é que seja retirado de anúncios em plataformas de sites de compras ou anúncios públicos em redes sociais. O golpista se passa por funcionário da plataforma de anúncio e solicita à vítima para que informe seus dados pessoais (nome, RG, CPF, endereço) e um código de 6 dígitos que receberá no telefone. Esse código, na verdade, é uma verificação do WhatsApp, ou seja, a partir do fornecimento dessa chave o golpista desviará o WhatsApp da vítima para o aplicativo dele.

Bilhete premiado: A vítima é abordada por uma pessoa que pede algumas informações, dizendo ter um bilhete de loteria premiado. Então, ele sugere que a vítima fique com o bilhete premiado, mas, em contrapartida, repassa algum dinheiro para o suposto ganhador. Eles acompanham a vítima até uma agência bancária para o saque.

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