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Criciúma
terça-feira, abril 23, 2024

Um patrimônio histórico da região central de Criciúma

Tiago Monte

Criciúma

A Capital do Carvão tem diversos pontos turísticos: a Mina de Visitação Octávio Fontana, o estádio Heriberto Hülse, a Praça do Congresso e os parques Das Nações e Altair Guidi são alguns deles. Porém, um local muito visitado da cidade é o carrinho onde Vanderlei Inácio vence churros e pipoca. Ele está a 37 anos trabalhando no mesmo local: em frente à Catedral São José.

Nascido em Criciúma, o comerciante fica orgulhoso por ser considerado até mesmo um ponto turístico da cidade. “Eu sou criciumense e me sinto orgulhoso. Gosto da minha profissão e de conversar com as pessoas. Meu ponto aqui é bom e estou aqui desde 1985. Fico feliz com o reconhecimento das pessoas”, diz.

A história profissional de Vanderlei começou em 1982, ainda no antigo Terminal do Centro. A partir de 2 de janeiro de 1985, ele se estabeleceu na Praça Nereu Ramos e de lá não saiu mais. “O pessoal fica curioso para saber como eu estou aqui ainda (risos). Tem criciumense que vai morar no exterior e vem passear, em final de ano, principalmente. Então, eles vêm aqui, me encontram e dizem: ‘tu estás aí ainda?’. Eu respondo: ‘Estou, né?’”

O começo vendendo o famoso “torradinho”

Com apenas sete anos, Vanderlei já vendia amendoim nas ruas. O famoso “torradinho” era feito em casa pela mãe dele e levado às ruas pelo então pequeno menino. “Fui até os 15 anos. Depois, comecei também a vender espetinho no campo do Criciúma, depois que eu saía daqui (da Praça Nereu Ramos). Lá dentro mesmo, ao lado do bar, quando podia ainda. Foi a época em que eu mais ganhei dinheiro. O estádio lotava sempre e eu vendia bastante. Cheguei a ir até para São Paulo, junto com a torcida, para ver o jogo da Libertadores de 92”, lembra Vanderlei.

A comercialização é herança de família. “Minha mãe vendia pipoca. No início, eu e meus irmãos ajudávamos ela a descascar sacos de amendoim para torrar e depois entregar para nós vendermos. Um tempo depois, ela foi vender pipoca na rua também”, conta.

Registro de fatos históricos na Praça Nereu Ramos

Vanderlei lembra de períodos históricos do Centro de Criciúma. “Antigamente, na época dos cinemas Milanez, Ópera e Rováris, eu vendia muito também. As pessoas faziam filas e filas e eu vendia bastante”, diz. “Uma época tinha um chafariz aqui na praça, a rádio Difusora era ali na esquina. Essa praça lotava. Tinha muita, muita gente mesmo que vinha para cá. O pessoal das cidades da região vinha tudo para cá”, completa.

Alguns fatos tristes também não saem da memória de Vanderlei. “Já vi muita coisa. Eu peguei uma greve grande dos Mineiros, onde eles quebraram tudo aqui em volta. Tinha um muro grande, em volta da igreja, e eles quebraram tudo. Esses jardins da praça eram um festival de guerra”, conta.

*A matéria completa está no TN desta segunda-feira

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