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Criciúma
sábado, abril 20, 2024

Criciúma: investimentos federais em transportes seguem abaixo da demanda

De acordo com dados do Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos), 60% da movimentação de cargas no país em 2020 foi executada pelo modal rodoviário, o equivalente a 1.071 bilhões de toneladas por quilômetro útil (TKUs). No entanto, os investimentos federais em infraestrutura viária não acompanham essa demanda. O assunto foi pauta da reunião de diretoria da Associação Empresarial de Criciúma (Acic) nessa segunda-feira, 7.

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“O Governo fala que investe em rodovias, em ferrovias, mas investe pouco. Nunca é o suficiente. Para nós que estamos enfrentando isso diariamente, é sempre pouco o que o Governo investe”, relata Sil Citadin, empresária do segmento de cargas e uma das diretoras da Acic.

Conforme levantamento da Confederação Nacional do Transporte (CNT), dos cerca de R$ 8 bilhões investidos no ano passado, R$ 5 bilhões foram para a malha viária. Entre os investimentos realizados e autorizados para este ano, há aportes em rodovias do Estado, mas não alcançam o nível demandado.

“Os R$ 8,58 bilhões que serão investidos este ano será um investimento ainda menor do que foi em 2021. Não é o necessário para fazer um transporte adequado e de ponta. É sempre preciso fazer mais a tarefa de casa para compensar as condições precárias das nossas rodovias”, aponta a empresária.

Ela ressalta que, ao se analisar o investimento autorizado em transporte, como porcentagem do Produto Interno Bruto (PIB) entre 2001 e 2020, percebe-se um patamar baixo ao longo dos anos.

“Mesmo considerando o pico da série, de 0,52% em 2012, está significativamente abaixo do investimento federal realizado em infraestrutura de transporte observado. Em meados da década de 1970, ficou próximo a 2% do PIB. Além disso, de 2015 a 2020, essa proporção tem se mantido abaixo da média da série histórica, cerca de 0,30%”, salienta.

Desafios e crescimento

Outro grande desafio enfrentado pelo setor é o aumento nos custos. “A inflação no transporte de cargas é a maior em 25 anos. Só o diesel aumentou 49,4% no ano passado. Não tem tabela de frete que alcance os números para ter rentabilidade. As empresas estão perdendo rentabilidade de forma muito forte e precisam ser muito criativas para se manter no mercado”, afirma Sil.

Mesmo com as dificuldades impostas ainda pela burocracia, carência de mão de obra qualificada, falta de incentivos públicos, entre outras, o setor segue em crescimento, no número de empresas em atividade, faturamento e geração de empregos, tendo o Sul a segunda maior participação do país.

Na região, são cerca de 109 mil empresas em operação, atrás apenas do Sudeste, onde há 262 mil, segundo o Mapa de Empresas, que leva em consideração as informações do Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CPNJ). Na Região Carbonífera, estão registradas 287 microempresas, 40 empresas de pequeno porte e 44 entre médias e grandes empresas, totalizando 371 transportadoras ativas.

“Essas discussões promovidas pela Acic são importantes para perceber o que temos na região, os trabalhos que são realizados pelas empresas. Nossos empresários têm uma visão de crescimento muito forte, o que reflete no desenvolvimento socioeconômico de toda a região”, considera o presidente da Acic, Valcir José Zanette.

A reunião de diretoria também teve entre os assuntos expostos os impactos da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e o Diferencial de Alíquota do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

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