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sexta-feira, março 29, 2024

Criciúma: Documentário sobre a imigração italiana é exibido na Unesc

Criciúma

O espaço multiuso da Universidade, constantemente usado para palestras, formaturas, eventos e apresentações artísticas, se transformou em uma sala de cinema. O auditório Ruy Hulse foi o local escolhido pelos idealizadores, para ser o palco da primeira exibição em Criciúma do filme documentário “AZAMBUZA – A Imigração Italiana no Sul de Santa Catarina”.

O longa-metragem, com 81 minutos, retrata a saga da imigração italiana da nossa região, que vai desde as promessas à realidade encontrada ao pisar em solo catarinense. A produção buscou, por meio de depoimentos de historiadores mesclados a cenas gravadas com atores locais em vários sets da região, apresentar a verdadeira história da colonização, iniciada em 1877, na então Colônia Imperial de Azambuja, hoje cidade de Pedras Grandes.

O diretor executivo do filme, Sandro Luiz Pagnan, da Ara Produções, estava satisfeito com a sessão de apresentação da obra dentro da Unesc. “Para mim é um grande orgulho poder estar aqui nesse momento, vivenciando este movimento aqui na Universidade, principalmente porque a Unesc fez parte da minha vida por cinco anos, quando cursei o curso de Engenharia de Agrimensura, com conclusão em 1997. É um prazer voltar aqui após 25 anos de formação, apresentando um filme que é um trabalho coletivo. Este documentário está sendo apresentado em toda a Itália e, em breve, será exibido nas escolas italianas. O filme é real e conta a verdadeira história dos nossos imigrantes que vieram para cá saindo do mundo completamente diferente para desbravarem o sul do Brasil. Estou realizado e feliz em estar no campus novamente. Tenho um passado aqui”, expressou.

A egressa do então curso de Educação Artísticas, atualmente Artes Visuais, Dori Búrigo, da turma de 1996, faz o papel principal, incorporando a personagem “Senhora Bertoni”. Uma imigrante italiana que viaja com o marido e com a filha, mas, durante o percurso o esposo fica muito doente e acaba falecendo no navio. “A dona Bertoni representa a força da mulher do século dezenove. Foi sofrido chegar até aqui, após 30 dias no mar, chegar com a filha e sem o companheiro, enfrentando todo tipo de adversidades e descobrir que não era aquilo que se havia prometido lá na Itália pelo agente. Ela sofreu muito e teve que se agarrar aos demais italianos como se fosse seus familiares, e ainda, sozinha, com uma filha e tendo que começar do zero em uma terra inóspita”, relatou.

Ação cultural e histórica muito rica

Para o diretor do filme-documentário, Josué Genuíno, foi uma grande honra produzir um trabalho que tem uma ação cultural e histórica muito rica. “Foi uma produção muito bacana, envolvendo 250 pessoas. Gravamos em mais de 10 cidades da região. Para nós, está sendo muito satisfatório o reconhecimento que estamos recebendo aqui no Brasil quanto na Itália que é onde o filme também está em exibição. Poder colaborar com a arte e com a história, é muito gratificante. O filme mostra a real história da colonização italiana na região, baseado em documentos oficiais. Os imigrantes foram enganados, mas mesmo assim eles deram a volta por cima e conseguiram sobreviver. Foram desbravadores e lutadores e construíram uma grande região”, destacou.

Representando a reitoria e a diretoria de Extensão, Cultura e Ações Comunitárias, a assessora Sheila Martignago Saleh, destacou a importância da parceria em prol da cultura da nossa terra. “A imigração italiana expressiva aqui na nossa cidade e região, está sendo mostrada nesse filme. Promover a cultura e valorizar os profissionais da nossa região. Este é o papel de uma Universidade Comunitária”, pontuou.

O projeto tem a realização da Ara Produções e a produção é da Genuíno Films. O filme documentário é patrocinado por meio da Lei de Incentivo à Cultura do Governo Federal, por meio da Secretaria Especial do Turismo, e pelas empresas Bistek Supermercados e Anjo Tintas do Brasil.

Trailer do filme:

https://www.youtube.com/watch?v=cTi-GBJnMmw

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