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quinta-feira, março 28, 2024

Estados do Sul concentram 25,7% dos profissionais home office no Brasil

Dados coletados pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) com base na PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) e no IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostraram que a região Sul do Brasil concentra 25,7% dos teletrabalhadores de todo o Brasil, ou seja, dos profissionais home office.

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A região fica atrás apenas da Sudeste, que lidera o ranking com 27,7% dos trabalhadores em home office do Brasil. Em terceiro lugar vem o Centro-Oeste, com 23,5%. Na sequência a região Nordeste, com 18,5% e por fim a região Norte do país, com 17,4% dos profissionais.

Os dados são sustentados pelo caráter técnico das profissões, visto que nas regiões Sudeste e Sul há maior percentual populacional com ensino superior completo. Ainda, as regiões estão acima da média nacional, delimitada em 24% pelo estudo.

Com isso é possível verificar o impacto da educação formal na elevação do potencial do home office brasileiro. O estudo indicou que, para que o país como um todo passe da barreira de 24%, é necessário que maiores investimentos sejam feitos na escolarização do Norte e Nordeste.

O mercado de trabalho

Segundo a análise, 20,4 milhões de trabalhadores encontram-se em posições que poderiam ser realizadas de forma remota.

O número diz respeito a 24,1% de toda população brasileira efetivamente ocupada. O contingente é responsável ainda por 40% do rendimento total do país, mostrando assim que essas profissões possuem ganho efetivo maior do que a média.

Os números fazem sentido ao pensar que ocupações operacionais não podem ser executadas remotamente.

Características do profissional em home office

Segundo a análise, 58,3% das ocupações são preenchidas por mulheres. 60% deles são de cor branca. 62,6% tem ensino superior completo ou pós-graduação e 71,8% possuem idade entre 20 a 49 anos. Pelos números, fica claro que poucos profissionais são elegíveis a modalidade de trabalho.

A falta de ensino médio completo, realidade de mais de 50% da população brasileira, dificulta o processo de trabalho à distância, visto que 95% das vagas de trabalho remoto foram preenchidas por profissionais com pelo menos ensino médio completo.

Ao que diz respeito ainda à raça e à cor dos profissionais, percebe-se ampla heterogeneidade. Isso porque, enquanto os indivíduos pretos ou pardos são maioria no teletrabalho potencial nas macrorregiões ao Norte do país, a situação muda no Sul e Sudeste do Brasil.

Nesse recorte, os dois extremos são justamente as regiões Norte e Sul – na primeira, mais de 70% das pessoas em teletrabalho potencial se identificam como negras, enquanto, na segunda, mais de 80% dessa população se autodeclara branca.

Sobre a escolaridade, o quadro é o mesmo, com maioria das pessoas com nível superior completo em todas as macrorregiões. Com os dados, é possível perceber como o teletrabalho é afetado pelas desigualdades sociais presentes em todo o Brasil.

Zona urbana ou rural

O potencial de home office na zona urbana é quatro vezes maior do que na zona rural. Nas cidades, 26,6% dos postos têm potencial de teletrabalho, ao passo que apenas 6,4% dos empregos do campo possuem o benefício. Vale ressaltar que o Nordeste apresenta o maior potencial absoluto para o teletrabalho rural, com 243 mil postos.

Com informações de Virgilio Marques do Santos, CEO da FM2S Educação e Consultoria

 *Via ND+

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