O naufrágio do famoso navio Titanic completa 110 anos nesta quinta-feira, 14. O navio considerado “inafundável” pelos engenheiros da época foi objeto de muitos estudos pelo mundo, assunto de vários documentários e inspiração para o filme de James Cameron, vencedor do Oscar de 1998. O R7 separou sete curiosidades sobre o naufrágio da embarcação.
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O Titanic foi construído em 1909 para ser o navio mais seguro de sua época. Além disso, havia um grande interesse da companhia britânica White Star Line de vencer o prêmio “Fita Azul”, que contemplava o navio de passageiros que fizesse em menor tempo o trajeto entre a Europa e os Estados Unidos.

Em meio ao grande fluxo migratório entre a Europa e os Estados Unidos no início do século 20, as pessoas se interessavam em viajar em um navio rápido e grandioso, o que atribuía um aspecto comercial e social à embarcação moderna.
“Era a viagem de uma vida, em que as pessoas não tinham passagem de volta e queriam que a travessia fosse memorável”, ressalta Assis.
Os aposentos dos passageiros a bordo eram divididos em três classes: a primeira, com representantes da alta sociedade; a segunda, composta de passageiros em emergência econômica; a terceira em sua maioria levava imigrantes e trabalhadores.
Para conseguir concretizar o objetivo de conquistar a “Fita Azul”, o navio deveria chegar aos Estados Unidos em uma velocidade recorde, portanto no menor tempo possível. Segundo o professor da UFRJ, esse aspecto foi um dos principais para o naufrágio da embarcação.
As autoridades da época ligadas à companhia britânica White Star Line não autorizaram o comandante Edward Smith a diminuir a velocidade quando receberam a notícia de que um grande iceberg estava próximo.
“Um navio em alta velocidade enfrenta grande dificuldade para conseguir desviar de um obstáculo. Quando viram o iceberg era tarde demais”, explica Assis.
A colisão provocou um rasgo de mais de 100 metros no casco da estrutura, que demorou menos de três horas para afundar completamente.

“A premissa errada foi imaginar que se a água entrasse, atingiria poucos compartimentos, mas na realidade o rasgo no casco foi tão grande que atingiu vários. Com a grande entrada de água, a embarcação perde espaço de flutuação e afunda.”
Para ele, mesmo se a tecnologia estivesse presente em todo o navio, poderia não conseguir conter a gravidade dos danos causados no casco.
Além das questões relacionadas à construção do navio, a tecnologia da época era muito limitada em relação à que temos atualmente. Com a ajuda de radares, o iceberg seria detectado com bastante antecedência. Os navios modernos são muito mais preparados para situações de risco, assim como a tripulação recebe treinamento intenso.

Outro aspecto importante em relação ao naufrágio é o número de botes no navio. De acordo com a Reagan Library Education, o Titanic tinha apenas 20 botes salva-vidas, número insuficiente para salvar todos os passageiros. Havia cerca de 2.200 pessoas na viagem, mas os botes tinham espaço para apenas 1.178 pessoas.
Além de terem espaço insuficiente, essas embarcações adicionais foram lançadas ao mar com poucos passageiros, um deles com 20 pessoas, sendo que a capacidade era de 65. Entre os passageiros, 706 conseguiram sobreviver ao naufrágio.
“A grande tecnologia do navio fez com que as autoridades da época reduzissem a quantidade necessária de botes salva-vidas, o que foi um grande erro. As pessoas que estavam fora dos botes morreram de hipotermia, já que a temperatura da água do mar estava muito baixa.”

A cena do filme de James Cameron em que vários passageiros se seguram na proa do navio quando a embarcação está afundando verticalmente se tornou um clássico do cinema. Entretanto, o professor afirma que o acontecimento não é possível.
Assis acredita que a proa do Titanic pode ter levantado um pouco acima do nível do mar, mas logo depois se romperia. Além disso, a proa foi encontrada muito longe da popa, o que comprova que o naufrágio vertical não ocorreu.
“Não é possível retirar o Titanic do mar, porque ele está em uma profundidade muito grande. Além disso, sua estrutura não resistiria à remoção e iria se desmanchar. Nos últimos dez anos a deterioração foi muito grande, a corrosão que a água do mar causa aos metais fará o navio desaparecer em alguns anos. Muitas partes que encontraram em 1985 já viraram pó.”
*Via R7