Tiago Monte
Criciúma
Sede da prefeitura, rodoviária, Praça do Congresso, igreja Nossa Senhora da Salete, no bairro Próspera, Catedral São José, Monumento aos Mineiros e a sede da Satc, esses são alguns pontos bem conhecidos dos criciumenses e que tem algo em comum: tiveram a parte arquitetônica desenvolvida por Fernando Jorge da Cunha Carneiro. Aos 90 anos, ele reconhece a importância das obras para a modernização da cidade. “Não tenha dúvida. Eu me formei em 54 e todo mundo dizia: o que tu vais fazer como arquiteto em Criciúma? Eu respondi que iria ajudar a melhorar a cidade”, diz.
Fernando lembra como eram as primeiras construções de Criciúma.“Aqui, inicialmente, se copiava tudo das revistas de Buenos Aires para fazer as casinhas. Ainda tem muitas de pé, mas a maioria já derrubaram. Eu acho um absurdo demolirem”, comenta.
Natural de Araranguá, mas com título de cidadão criciumense, ele reconhece o gosto pelas obras, mas também faz algumas exigências em relação a elas. “Não gosto que o pessoal se meta e reforme. A não ser que eu permita. Eu briguei com vários arquitetos, que se meteram nas minhas obras, mas ajudei muitos outros”, pontua.
A obra favorita de Fernando é a igreja do bairro Próspera.“ Por dentro, eu desenhei aquele vitrô da frente. Eu desenhava e mandava fazer em São Paulo. Eles davam uma ajeitada. Eu coloquei o trigo, a uva e o peixe na fachada principal. Depois, um vendaval acabou derrubando. Eu tinha orientado como era para fazer, mas não fizeram. A ventania pegou por dentro e levantou”, diz.
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