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sexta-feira, abril 19, 2024

Polícia alerta sobre golpe do “nude” na região

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Uma troca de conversas, atualmente, pode evoluir para um pesadelo na vida das pessoas. Isso porque, criminosos têm atuado no denominado golpe do “nude”. As mensagens começam despretensiosas, mas logo tomam um rumo diferente, com assuntos mais picantes e sexuais, quando ocorre o envio de fotos íntimas. Depois, a vítima é extorquida, com a promessa de não ter as imagens divulgadas ou não ser denunciada por um suposto crime de pedofilia.

“Eles [criminosos] usam fotos de uma menina aparentemente bonita, atraente e adicionam as vítimas se passando por essa mulher. Aí, começam a puxar conversa. Em poucos minutos, pedem o WhatsApp,  e provocam, com assuntos mais picantes. Quando vai evoluindo, eles já têm as fotos íntimas dessa pessoa, aparentemente uma menina jovem, 16 anos eles usam como média, e aí mandam essas imagens, peladas e em cenas sexuais”, explica o delegado Antônio Márcio Campos Neves.

À medida que a conversa evolui, a vítima fica mais à vontade e acaba se excitando. ”Em determinado momento, o golpista pede para que a pessoa também encaminhe uma foto. Geralmente no outro dia, os supostos familiares dessa menina entram em contato, dizendo que descobriram o fato, que aquilo seria pedofilia e que se a vítima não pagasse dinheiro, eles iriam denunciar ou divulgar as fotos da pessoa na internet”, enfatiza o delegado. “Aí, começa a extorsão. Eles querem dinheiro para não divulgar as imagens”, completa.

Também ocorre, segundo Neves, outra modalidade do golpe, onde os criminosos fingem ser delegados, muitas vezes até simulam mandados de prisão, para tentarem corromper a vítima. “A partir dessa pressão psicológica, dessa ameaça de fazer o mal grave, injusto, divulgando fotos da vítima, ou até dizendo que vai denunciá-la por pedofilia na internet, é que eles acabam conseguindo dinheiro”, pontua o policial. “O golpe é muito fraco. Mas, para as pessoas que não são da área, acaba sendo eficaz”, completa.

É importante ressaltar, segundo o delegado, que só é crime de pedofilia quando a criança é menor de 14 anos. Nesse caso, inclusive, é estupro de vulnerável. “Nos golpes, as mulheres são apresentadas como adolescentes de 15, 16 anos. Então, se ela fez porque quis, com essa idade, não teve crime nenhum, mesmo que se fosse verdade o fato de ter essa troca de “nudes” com alguém. O que não pode é programa antes dos 18 anos e nada abaixo dos 14”, exemplifica Neves.

A recomendação da polícia, portanto, é evitar trocar fotos sensuais com pessoas desconhecidas. “A polícia tem conseguido identificar, mas, claro que não todos. Às vezes precisa de uma investigação com mais tempo e dedicação, e aí, a polícia consegue pegar”, explica. “Alguns casos são registrados, mas muitas vítimas não registram, apenas fazem uma consulta por meio de advogado para ver o que podem fazer”, finaliza.

É comum que os criminosos atuem em grupos, e, geralmente, as fotos, são de alguma pessoa da quadrilha ou da própria internet.

Como funciona o golpe

Tudo tem início a partir da criação de perfis falsos na internet, com fotos de mulheres bonitas e atraentes. Depois disso, os golpistas utilizam as redes sociais dessa suposta jovem, geralmente com idade a partir de 16 anos, para atrair potenciais vítimas. De mídias como Instagram e Facebook, os criminosos migram para aplicativos de mensagens, onde as conversas de cunho sexual serão realizadas. Após a troca de fotos íntimas, os criminosos começam a extorsão, alegando que houve crime de pedofilia e, para não divulgarem, pedem dinheiro.

Dicas para evitar cair nos golpes:

  • Não compartilhe fotos íntimas pela internet e com desconhecidos;
  • Evite e desconfie de solicitações de amizades de desconhecido nas redes sociais;
  • Não forneça dados como nome completo, CPF, RG, endereço, conta bancária e senha para estranhos em ligações telefônicas, mensagens SMS ou WhatsApp;
  • Cuide com operações bancárias (depósitos, pix ou transferências em dinheiro) para pessoas do círculo familiar ou de amigos, principalmente em solicitações pelo WhatsApp;
  • Evite conversar com prefixos telefônicos desconhecidos;
  • Se for vítima de algum golpe, registre ocorrência em uma Delegacia de Polícia.

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