A decisão do ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), de decretar a anulação das condenações do ex-presidente Lula, era o que faltava para perturbar de vez o cenário nacional nesta catástrofe causada pela pandemia do coronavírus. Como se já não bastassem as intervenções inconstitucionais e absurdas da suprema corte, invadindo prerrogativas do Executivo e do Legislativo e alguns de seus ministros agindo como investigadores, promotores e julgadores, vem esta bomba política.

Não bagunçou apenas o noticiário político nacional. Provocou fortes reações no mercado financeiro, com dados impactantes que vão repercutir diretamente na vida de milhões de brasileiros. O novo aumento do dólar, por exemplo, vai ser pago pelos mais pobres na elevação dos preços da cesta básica.

Muito pior. A imagem do Brasil no exterior afunda ainda mais.  Que empresário sério vai investir no Brasil com esta insegurança jurídica, com esta decisão que, na prática, deixa a imagem de inocência do ex-presidiário, líder político do maior escândalo de corrupção da história?

Ainda mais grave. Vai atingir o moral do honesto cidadão brasileiro que, desacreditado da Justiça e com mais esta prova de monumental impunidade, perde as esperanças no futuro do país.

A confirmação desta escandalosa e extemporânea decisão poderá ter outra consequência altamente danosa ao Brasil e aos brasileiros: empresas e corruptos punidos requerendo indenizações.

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