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Criciúma
segunda-feira, março 18, 2024

Vereadores de Criciúma divergem sobre uso facultativo de máscara

Érik Borges
Criciúma

Um assunto que gerou ampla discussão nesta semana em Criciúma, também foi discutido na Câmara de Vereadores em sessão ordinária na noite desta segunda-feira: o uso facultativo de máscaras em locais externos a pessoas já imunizadas. A vereadora Giovana Mondardo falou sobre isso e disse que, na condição de sanitarista, afirma que se vê na obrigação de questionar o decreto municipal assinado pelo prefeito Clésio Salvaro.

“Não podemos colocar em risco a vida das pessoas, porque eu acho que é muito cedo tomar essa medida de não utilização de máscaras e enquanto sanitarista é meu dever defender isso. Criciúma não é uma ilha. E isso nos leva a pensar que 400 mil pessoas no Estado ainda não completaram o esquema vacinal”, declara Mondardo, do PCdoB.

Ela solicitou ao prefeito Clésio Salvaro para que ele pare de construir peças publicitárias para agradar uma parcela da população. “Como é que nós vamos conseguir fiscalizar essa situação? Não há possibilidade”, diz Mondardo.

O requerimento que ela levou à Câmara, não foi colocado em votação. De acordo com a assessoria da Câmara, alguns requerimentos, por questão de tempo regimental, não entraram em discussão/votação, como neste caso.

A tendência é que isso entre em discussão e votação na próxima sessão, marcada para hoje. Os principais questionamentos da vereadora se dão para saber qual a base científica utilizada para justificar a falta de obrigatoriedade do uso de máscara e também quais fiscalizações e controle que serão adotados para garantir que apenas pessoas que se enquadrem nos critérios estipulados pelo decreto deixem de usar a máscara nos espaços previstos.

Vereadores apoiam decreto municipal

O vereador Nicola Martins, do PSDB, avalia que o prefeito tomou uma medida bastante acertada e com base na ciência. Ele destacou a fala de Jamal Suleiman, do Instituto de Infectologia Emilio Ribas, onde falou que se pode discutir a retirada das máscaras em locais abertos quando atinge 70% do público vacinado.

“Criciúma passou de 70% com dose dois ou dose única e está com 92% da primeira dose. O próprio secretário de Saúde do Estado, André Motta Ribeiro respondeu em uma entrevista que com o transcorrer da imunização era preciso discutir a volta de eventos e o uso das máscaras em ambiente aberto. Há um entendimento que com um percentual de 70% ou 75% a gente pode discutir o fato de a máscara ser opcional nos ambientes externos”, diz Martins.

Foi aprovado ontem também, o envio de requerimento do vereador Jair Augusto Alexandre, do PL, ao governador Carlos Moisés, solicitando informações sobre a obrigatoriedade do uso de máscaras. Tendo em vista que aproxima-se de 70% da população catarinense foi vacinada com a segunda dose da vacina, o vereador quer saber se existe algum planejamento do Estado para o uso facultativo da máscara, ao menos ao ar livre.

“Clésio Salvaro tomou uma atitude de um prefeito corajoso e sincero. Porque existe muita hipocrisia nisso. Pessoas que são contra, mas ficam em ambientes sem máscara, mas no meio do povo fazem papel de hipocrisia. Quero elogiar o prefeito pela transparência e coragem”, declara Alexandre.

Ele cita uma lei federal nº 13.979 e afirma que ela delega poder ao prefeito para que possa redigir um decreto de acordo com a realidade do município.

“Hoje em Criciúma temos mais de 70% com a segunda dose. Então quem tem que se cuidar é aqueles que não se vacinaram. Porque tiveram a mesma oportunidade que todos tiveram. Lógico que hoje nós temos esse hábito de usar álcool em gel em todos os lugares. O não uso de máscara em ambiente aberto nos dá uma noção da normalidade que temos que voltar”, acrescenta Alexandre.

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