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terça-feira, abril 23, 2024

Turvo: Frei Egídio Moscini poderá ser canonizado

Turvo

Natural de Valentano, na Itália, frei Egídio Moscini, que por décadas atuou nos municípios de Araranguá e Turvo, no Extremo Sul de Santa Catarina (Amesc), poderá ter seu processo de canonização aberto. Neste mês, completa-se 100 anos da chegada do religioso ao Brasil. Uma missa em prol do reconhecimento do frade como servo de Deus, está marcada para o próximo dia 25 de agosto, às 19h, com a presença do bispo Dom Jacinto Inácio Flach.

“Frei Egídio Moscini foi um frade da Ordem dos Servos de Maria. Ele era italiano, chegou ao Brasil há exatamente 100 anos, fixou-se no Acre, onde trabalhou pelo povo local durante 12 anos. De lá, ele foi para o Rio Janeiro, onde ficou durante cerca de 14 anos, mudando-se para Araranguá em 1947 e depois para o Turvo em 1952. Ele faleceu no município em 1976, aos 92 anos”, explica o membro do grupo OSMeninos de Turvo, que dedica-se ao processo de canonização, Osni Rabelo.

Com entusiasmo, a comunidade se une para dar início ao pedido de canonização. “Começamos o processo de divulgação e obtenção de informações, dados e graças alcançadas pelo Frei Egídio a partir de 2015, a pedido de Dom Moacir Ghechi, arcebispo nascido em Turvo e que morou em Araranguá. Ele pediu-nos que tomássemos a frente dessa missão para divulgar o religioso e conseguir a sua canonização”, acrescenta Rabelo.

As etapas para dar início ao processo envolvem diversas áreas e, principalmente, precisam do apoio da população. “Há cerca de seis anos começamos essa divulgação, trabalhando junto à comunidade. Partimos do zero. Hoje, já estamos às vésperas de conseguirmos que o bispo Dom Jacinto, a qualquer momento, faça a abertura do processo de canonização. Na sequência, será enviado a Roma e teremos oportunidade de mostrar os milagres que estão registrados e devidamente comprovados do Frei”, enfatiza o membro do grupo.

No dia 25, data em que o religioso veio a óbito no município de Turvo, uma Santa Missa será realizada na Paróquia Nossa Senhora da Oração. “Comemoraremos os 100 anos do Frei Egídio no Brasil e lembraremos os 45 anos do seu falecimento. O povo todo aguarda com muita ansiedade que esse processo formal da canonização inicie-se, porque informalmente ele já é considerado um santo ainda em vida e nesses anos todos sempre foi lembrado”, ressalta Rabelo.

Para abertura do processo de canonização é necessário que se cumpra algumas obrigatoriedades. No âmbito da espiritualidade, são missas em honra ao Frei, bem como grupos de oração e testemunhos. Em ações concretas, um memorial – que já está em processo de construção, além da nomeação em uma rua e também toda a divulgação que envolve o religioso. Além disso, outro requisito é a identificação com o povo, neste caso, de Egídio como patrono da Agricultura Familiar e Imigrante Italiano.

“Estamos iniciando a construção de um memorial, na famosa mata do seminário, cidade de Turvo, onde ele viveu durante 24 anos. Na região de Criciúma, existem centenas de pessoas que o conheceram e que o invocam. Ele também representa o imigrante italiano, assim como milhares de pessoas da nossa região, e como patrono da Agricultura Familiar”, frisa Rabelo.

A canonização inicia-se com o bispo declarando Frei Egídio como servo de Deus. “Nas fases seguintes, para tornar-se beato, são necessários dois milagres a confirmar. Depois disso, aí sim, a canonização. Hoje, nós temos cerca de sete milagres devidamente comprovados, com documentos. Mas todo o processo é muito demorado, assim como na justiça normal. Depende muito da dedicação das pessoas. E a comunidade de Turvo, da região e até mesmo do Brasil está muito empenhada”, pontua Rabelo. “Ele sempre foi um ser admirado. De baixa estatura, magro, mas as pessoas ouviam com toda a atenção e carinho, porque ele sempre foi uma pessoa sábia, que primou não pelo discurso, mas sim pelo exemplo. Milhares de pessoas que o conheceram, o tem como um santo”, finaliza.

HISTÓRICO DO FREI EGÍDIO

1884 – Nasce Frei Egídio Moscini, em Valentano, na Itália.

1905 – Aos 21 anos, ingressa na Ordem dos Servos de Maria.

1921 – Após três meses de viagem, aporta em Rio Branco, no Acre.

1933 – Viaja para o Rio de Janeiro, onde serviu à causa de Jesus Cristo até 1947.

1947 – Freio Egídio chega a Santa Catarina, onde permanece em Araranguá até 1952.

1952 – Neste ano, mudou-se para a cidade de Turvo, onde residiu no Seminário da Ordem dos Servos de Maria.

1976 – Aos 92 anos, Frei Egídio morre em Turvo, onde seu corpo repousa no Cemitério Municipal.

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