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quinta-feira, março 28, 2024

Saúde do homem em evidência durante o Novembro Azul

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A saúde do homem entra em evidência neste mês. Tradicionalmente conhecida no país, a campanha Novembro Azul destaca a importância da conscientização e prevenção do câncer de próstata. Em Santa Catarina, conforme dados mais recentes, registrados no ano passado, 1.720 novos casos foram diagnosticados, colocando o Estado em 12º lugar no ranking nacional por número absoluto.

E os números alarmantes não param por aí. O câncer de próstata é o segundo tipo que mais causa a morte de homens em Santa Catarina desde 2010. Por isso, a importância da conscientização sobre a doença se torna cada vez mais indispensável.

“O câncer de próstata é o mais comum entre os homens, após o câncer de pele. Mas, de órgãos sólidos, é o principal. Conforme o envelhecimento masculino existe uma chance maior. Estima-se que 62% dos diagnósticos serão acima dos 65 anos. Nós vemos que, homens da raça negra têm chance maior, histórico familiar também aumenta o risco, homens obesos e sedentários”, explica o médico urologista criciumense, André Rodrigues.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), no Brasil, a cada dez homens que são diagnosticados, nove têm mais de 55 anos. Fatores de risco como sobrepeso, obesidade, alterações genéticas ou o próprio histórico familiar também podem contribuir com o aparecimento da doença.

Prevenção é indispensável

O câncer de próstata pode ser prevenido. Mas, o homem precisa estar atento a alguns fatores como, por exemplo, manter o peso corporal adequado, não fumar, evitar o consumo de bebidas alcoólicas, ter uma alimentação saudável e, se possível, praticar algum tipo de atividade física por 30 minutos, no mínimo, diariamente.

“Quando a gente fala de prevenção, temos que entender que não existe um remédio milagroso que vai ajudar a prevenir. É um contexto multifatorial. Sabemos que dependemos de uma saúde adequada, alimentação adequada e atividade física. Também é importante procurar um médico de confiança”, frisa o urologista.

Sintomas mais comuns

O câncer de próstata pode não apresentar sintomas, mas, quando eles aparecem, os mais comuns são: dificuldade e demora em começar e terminar de urinar, diminuição do jato de urina, necessidade de urinar mais vezes durante o dia e noite e sangue na urina.

“Caracteristicamente, a gente fala muito no Novembro Azul e do câncer de próstata para estimular o que a gente chama de diagnóstico precoce e rastreamento, porque o câncer em fase inicial não tem sintomas. Essa é a grande chave do diagnóstico para um tratamento adequado. A gente sabe que, o homem quando tratado no início da doença, tem uma chance de cura de mais de 90%”, enfatiza o urologista.

Em casos mais avançados e graves, o homem pode sentir dores no quadril, costas, coxas, ombros e, até mesmo, nos ossos. “A gente fala para os pacientes, não esperem ter sintomas. Na realidade, quando tiverem sintomas, podem estar relacionados à doença metastática, quando o câncer já saiu da próstata ou sinais de invasão local da próstata, invadindo a bexiga e a uretra. Esses sintomas seriam de uma doença muito avançada”, acrescenta Rodrigues.

Para detectar a doença, existem dois exames que podem ser realizados: o de toque retal e o PSA. No primeiro, o médico avalia o tamanho, forma e textura da próstata, introduzindo o dedo – protegido por uma luva lubrificada, no reto. Já no segundo procedimento, o sangue do paciente é coletado a fim de medir a quantidade de uma proteína produzida pela próstata. Se os níveis forem altos, o diagnóstico pode ser confirmado.

“De modo geral, aconselha-se que os homens acima de 50 anos procurem seu médico de confiança para fazer o rastreamento de forma anual. Porém, quando o homem é de raça negra ou tem histórico familiar, a gente aconselha que esse rastreamento comece a partir dos 45 anos”, finaliza o urologista.

Apoio e suporte

Em Criciúma, a Rede Masculina de Combate ao Câncer, instituída em 2015, atua no suporte aos cuidados com a saúde dos homens. Entretanto, devido à pandemia, os trabalhos foram paralisados por quase dois anos. “Até 2019, fizemos várias ações com empresas. Agora, estamos com um projeto para o ano que vem voltar mais fortalecidos e organizados também”, comenta o presidente voluntário da entidade, Márcio Nunes Mariano.

Fatores de risco: (box)

Idade: Homens acima de 50 – ou 45 se fizerem parte do grupo de risco, devem ir ao médico de confiança anualmente;

Histórico familiar: Se algum homem da família já teve câncer de próstata, a chance de desenvolver a doença é ainda maior;

Raça: Homens de raça negra têm mais casos diagnosticados de câncer de próstata;

Obesidade ou sobrepeso: Homens com sobrepeso ou obesos tem mais chance de contrair a doença;

Tabagismo e excesso de álcool: Consumo de álcool e de tabaco também é um fator de risco para os homens.

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