Tiago Monte
Criciúma
A vacinação contra a Covid-19 avança em todo o país. Obviamente, não é diferente nos 12 municípios da Associação dos Municípios da Região Carbonífera (Amrec). Porém, o dado preocupante fica a cargo dos “fujões da vacina” – como popularmente estão sendo chamadas as pessoas que não retornaram para receber a segunda dose e completar o esquema vacinal.
Somando os números de todas as cidades integrantes da Região Carbonífera, são quase três mil pessoas que não retornaram às unidades de saúde, dentro do prazo estimado, para receber o imunizante complementar contra a Covid-19.
Em Criciúma, o número é crescente. Até a primeira quinzena de julho eram cerca de mil pessoas em atraso com a segunda aplicação. “Só que este número aumentou cerca de 50% na última semana, o que nos assusta, porque pode comprometer a eficácia da vacina e o controle da doença. Hoje já são mais de 1,5 mil pessoas que não compareceram para tomar a segunda dose”, destaca o gerente de Vigilância em Saúde de Criciúma, Samuel Bucco.
Conforme o secretário de Saúde, Acélio Casagrande, além do chamado que está sendo feito diretamente a essas pessoas, as Agente Comunitárias de Saúde (ACS) também farão busca ativa nos endereços de quem tomou a primeira dose e não voltou às unidades de saúde. “Temos segunda dose para todas as pessoas que fizeram a primeira aplicação. Eles podem procurar o mesmo local e completar a imunização. Só assim podermos avançar no combate à pandemia”, afirma o secretário.
Içara diminui o número drasticamente
Em um trabalho intenso, liderado pela Secretaria de Saúde, Içara reduziu quase pela metade o número de “fujões da vacina”. No dia 13 de julho, eram 1.022 pessoas sem tomar a segunda dose da vacina contra a Covid-19. Nesta semana, o número caiu para 660 moradores da cidade. “De lá até aqui, fizemos um trabalho de busca ativa e conseguimos reduzir essa quantidade. Mas, seguimos com este trabalho, esperando reduzir ainda mais. Reforçamos para que as pessoas não faltem a segunda dose da vacina, para que assim tenham uma imunização completa”, declara Sandro Ressler, Secretário de Saúde de Içara.
O terceiro maior número informado é de Morro da Fumaça. Até o momento, são 337 os fumacenses que já deveriam ter recebido a segunda dose, mas não foram à uma unidade de saúde. “Os números de casos vêm caindo e isso se deve, em grande parte, à vacinação. Então, é fundamental que as pessoas não deixem de tomar a segunda dose”, comenta a secretária do Sistema de Saúde de Morro da Fumaça, Marijane Felippe.
Ao tomar a primeira dose, os fumacenses recebem um cartão específico da vacinação contra o coronavírus, nele é apontado tipo de vacina e a data que a pessoa deve retornar para receber a segunda. “O meu pedido é que quando chegar a sua vez, vacine-se. Quem ainda não tomou a segunda dose, confira o seu cartão e não deixe passar o período para completar a sua imunização”, salienta Marijane.
Cidades entram em contato com os moradores
Assim como em Içara, cidades como Urussanga e Treviso entram em contato diretamente com as pessoas que estão aptas a fazerem a segunda dose. “Temos esse relacionamento próximo com as pessoas. A gente divulga o calendário para a primeira dose. Para realizar a segunda dose, nós ligamos para as pessoas e lembramos. Desta forma, o número de pessoas que não voltam é muito baixo. As agentes de saúde ligam para cada pessoa”, informa a Prefeitura de Urussanga, através de comunicado assinado pela assessoria de imprensa.
Até o fechamento da reportagem, as cidade de Lauro Müller não informou o número de pessoas que ainda não receberam a segunda dose da vacina contra a Covid-19.
Confira o número de “fujões” por cidade:
Balneário Rincão: 49 pessoas
Criciúma: 1.500 pessoas
Cocal do Sul: 40 pessoas
Forquilhinha: 56 pessoas
Içara: 660 pessoas
Lauro Müller: Não informado
Morro da Fumaça: 337 pessoas
Nova Veneza: 22 pessoas
Orleans: 80 pessoas
Siderópolis: 220 pessoas
Treviso: 24 pessoas
Urussanga: Não informado