Prefeitos paralisam negociações da Sputnik V após rejeição da Anvisa

Importação e aplicação da vacina russa foi reprovada por falta de documentos e possíveis riscos na saúde por técnicos da Anvisa nesta segunda-feira (26)

Foto: Vladimir Gerdo/ TASS/ Reuters/ Direitos Reservados

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Após a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) reprovar a aplicação e importação de doses da Sputnik V, o Consórcio Conectar decidiu por paralisar as negociações para a compra das vacinas, que seriam distribuídas aos municípios brasileiros.

O anúncio foi feito pelo prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, que preside o consórcio.

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Nesta segunda-feira (26), técnicos da agência disseram que o fabricante da Sputnik V não apresentou a análise de segurança da vacina por faixa etária, por comorbidades e para soropositivos para o SARS-CoV-2.

Além disso, a empresa também não teria demonstrado que controla de forma eficiente o processo para evitar outros vírus contaminantes durante a produção do imunizante. A decisão foi unânime entre os técnicos.

 

Segundo Gean, a negativa por parte da Anvisa gerou decepção aos municípios, já que o processo para aquisição das doses da vacina russa, junto ao Fundo Soberano, estava avançado.

“Nós estamos reforçando com o Fundo Soberano Russo a necessidade da celeridade nessas respostas. E, por enquanto, não avançamos nas negociações para a compra dessas vacinas, que já tínhamos aliado”, disse.

Além disso, o prefeito reforça que o Conectar também discute a compra de vacinas com outros laboratórios. Inclusive, o grupo terá uma reunião com a embaixadora da China nesta semana para tratar sobre uma possível compra de doses produzidas no país.

Fecam segue com as negociações

Outro grupo que também negocia a compra de doses da Sputnik V é a Fecam (Federação Catarinense dos Municípios). O objetivo é adquirir cerca de 3,6 milhões de doses para garantir a imunização de ao menos 1,7 milhão de pessoas no Estado.

Segundo o consultor jurídico da federação, Jorge Lacerda, a questão da reprovação só será discutida após a assinatura do contrato. Até lá, as negociações continuam. Além disso, a Fecam também aguarda decisão do STF (Supremo Tribunal Federal).

Vale ressaltar que uma medida cautelar do TCE-SC (Tribunal de Contas de Santa Catarina), determinou que a Fecam só poderá finalizar a compra se houver garantias jurídicas de que o pagamento será feito após o recebimento do imunizante.

A medida tem como objetivo garantir que a compra da vacina russa não repita o caso dos respiradores, quando o governo estadual comprou 200 equipamentos pelo valor superfaturado de R$ 33 milhões.

O que é o Conectar

O objetivo do Consórcio Conectar é oferecer suporte aos municípios caso o PNI (Programa Nacional de Imunização) não supra a demanda nacional. A ação reúne mais de 2,6 mil cidades interessadas em adquirir vacinas, medicamentos e insumos de saúde.

Loureiro, foi eleito o presidente do Conectar no dia 29 de março. Ao seu lado, outros 17 prefeitos compõem a diretoria da autarquia.

Os recursos para compra de vacinas pelo consórcio poderão ser de três formas: por meio dos municípios consorciados, de aporte de recursos federais e de doações nacionais e internacionais de fundações, instituições e empresas.

O consórcio também pode receber doações de insumos, vacinas, medicamentos e tudo que é necessário para o enfrentamento da Covid-19.

Vacina já foi aprovada em 62 países

Até o momento, 62 países no mundo aprovaram o uso da vacina russa Sputnik-V contra a Covid-19 segundo levantamento do jornal The New York Times. As informações são do R7.

Primeira vacina contra o novo coronavírus a ser registrada no mundo, ainda em agosto de 2020, a Sputnik V tem aprovação completa apenas na Rússia, onde foi desenvolvida pelo laboratório estatal Gamaleya.

Em todos os outros países, a autorização já obtida é a mesma que o fabricante buscava receber no Brasil, para uso emergencial, e que foi, nesse momento, reprovado.

Via ND+

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