
Após a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) reprovar a aplicação e importação de doses da Sputnik V, o Consórcio Conectar decidiu por paralisar as negociações para a compra das vacinas, que seriam distribuídas aos municípios brasileiros.
O anúncio foi feito pelo prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, que preside o consórcio.
Nesta segunda-feira (26), técnicos da agência disseram que o fabricante da Sputnik V não apresentou a análise de segurança da vacina por faixa etária, por comorbidades e para soropositivos para o SARS-CoV-2.
Além disso, a empresa também não teria demonstrado que controla de forma eficiente o processo para evitar outros vírus contaminantes durante a produção do imunizante. A decisão foi unânime entre os técnicos.
Segundo Gean, a negativa por parte da Anvisa gerou decepção aos municípios, já que o processo para aquisição das doses da vacina russa, junto ao Fundo Soberano, estava avançado.
“Nós estamos reforçando com o Fundo Soberano Russo a necessidade da celeridade nessas respostas. E, por enquanto, não avançamos nas negociações para a compra dessas vacinas, que já tínhamos aliado”, disse.
Além disso, o prefeito reforça que o Conectar também discute a compra de vacinas com outros laboratórios. Inclusive, o grupo terá uma reunião com a embaixadora da China nesta semana para tratar sobre uma possível compra de doses produzidas no país.
Fecam segue com as negociações
Outro grupo que também negocia a compra de doses da Sputnik V é a Fecam (Federação Catarinense dos Municípios). O objetivo é adquirir cerca de 3,6 milhões de doses para garantir a imunização de ao menos 1,7 milhão de pessoas no Estado.
Segundo o consultor jurídico da federação, Jorge Lacerda, a questão da reprovação só será discutida após a assinatura do contrato. Até lá, as negociações continuam. Além disso, a Fecam também aguarda decisão do STF (Supremo Tribunal Federal).
Vale ressaltar que uma medida cautelar do TCE-SC (Tribunal de Contas de Santa Catarina), determinou que a Fecam só poderá finalizar a compra se houver garantias jurídicas de que o pagamento será feito após o recebimento do imunizante.
A medida tem como objetivo garantir que a compra da vacina russa não repita o caso dos respiradores, quando o governo estadual comprou 200 equipamentos pelo valor superfaturado de R$ 33 milhões.
O que é o Conectar
O objetivo do Consórcio Conectar é oferecer suporte aos municípios caso o PNI (Programa Nacional de Imunização) não supra a demanda nacional. A ação reúne mais de 2,6 mil cidades interessadas em adquirir vacinas, medicamentos e insumos de saúde.
Loureiro, foi eleito o presidente do Conectar no dia 29 de março. Ao seu lado, outros 17 prefeitos compõem a diretoria da autarquia.
Os recursos para compra de vacinas pelo consórcio poderão ser de três formas: por meio dos municípios consorciados, de aporte de recursos federais e de doações nacionais e internacionais de fundações, instituições e empresas.
O consórcio também pode receber doações de insumos, vacinas, medicamentos e tudo que é necessário para o enfrentamento da Covid-19.
Vacina já foi aprovada em 62 países
Até o momento, 62 países no mundo aprovaram o uso da vacina russa Sputnik-V contra a Covid-19 segundo levantamento do jornal The New York Times. As informações são do R7.
Primeira vacina contra o novo coronavírus a ser registrada no mundo, ainda em agosto de 2020, a Sputnik V tem aprovação completa apenas na Rússia, onde foi desenvolvida pelo laboratório estatal Gamaleya.
Em todos os outros países, a autorização já obtida é a mesma que o fabricante buscava receber no Brasil, para uso emergencial, e que foi, nesse momento, reprovado.
Via ND+
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