Dia da Mulher: Irmãs quebram paradigma e conduzem oficina de chapeação

Vencendo a desconfiança, elas conquistaram espaço em um universo restrito aos homens

Foto: Guilherme Cordeiro/ TN

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Criciúma

Elas colocam a mão na massa. Há quatro anos as irmãs Jucilane e Juliana Frasson são as responsáveis por todas as atividades de uma oficina de chapeação no distrito de Rio Maina, em Criciúma. Tudo o que se pode imaginar é realizado por ambas: polimento, pintura, funilaria, revitalização e muito mais.

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As ‘Irmãs Frasson’ jamais imaginaram trabalhando no ramo antes de assumirem o empreendimento. Jucilane atuava na área de moda e Juliana fazia parte do setor administrativo de uma rede de supermercados. “Essa oficina já existe há mais de 20 anos, mas não com o mesmo nome. O ex-marido da Juliana era o proprietário. Quando eles se separaram, fomos obrigadas a assumir por necessidade, não tivemos opção”, explica Jucilane.

As duas não tinham qualquer noção deste tipo de trabalho. Foram necessários alguns meses de prática ao lado de técnicos até conseguirem engrenar. “A adaptação foi rápida. Uma ironia do destino que deu certo”, comenta a irmã mais nova. As reações das pessoas quando percebem o que elas fazem é de espanto. “A maioria do pessoal pensa que nós só trabalhamos no escritório, mas colocamos a mão na massa. A gente prepara, isola, pule”, destaca.

Desconfiança superada pela qualidade

A oficina já conta com outros funcionários para ajudá-las. Um pintor e um chapeador foram contratados para serem os encarregados nestas duas funções específicas. O negócio cresceu. Hoje, possui uma vasta lista de clientes, que são atraídos pela qualidade do trabalho desenvolvido pelas irmãs.

“Nós não divulgamos, os clientes que nos procuram vêm pelo boca a boca. Quem nos conhece, nos indica. No início o pessoal vinha com um certo preconceito. Chegavam aqui e perguntavam: cadê os homens? Mulheres mexendo no carro, será que vai ficar bom? Mas agora eles nos procuram porque sabem que aqui o capricho é diferente”, afirma Juliana.

Cuidados especiais

Apesar de trabalharem em uma oficina, elas não perdem os cuidados típicos femininos. “É comum perguntarem para a gente como conseguimos manter as unhas bonitas, mesmo com nós sujas por conta do serviço. Ainda bem que podemos usar luvas”, brinca Jucilane.
Apesar da alta procura, por enquanto, as criciumenses ainda não têm planos de expandir a oficina. “Prezamos muito pela qualidade. Esse mercado tem pouca mão de obra qualificada na cidade. Se ampliarmos, pode acontecer de a nossa qualidade diminuir”, afirma Jucilane.

Realização profissional

Mesmo sendo uma profissão inimaginável para ambas até quatro anos atrás, hoje elas se sentem mais identificadas do que nunca com aquilo o que fazem. “Eu não troco por nada”, ressalta Juliana. “No começo eu estava com um pé atrás por causa da sujeira, mas hoje já faz parte da rotina”, frisa Jucilane.

Como um recado para mulheres, elas avisam: “Não desistam. Jamais. Vão em frente, porque nós podemos tudo”, conclui Juliana.

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