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quarta-feira, abril 24, 2024

Eclipse Solar: relembre do dia que virou noite no sul catarinense

Maíra Rabassa
Portal TN Sul
Criciúma/Içara

Era uma manhã de novembro “comum” de primavera e, de repente, o dia virou noite e os passarinhos voltam para seus ninhos. Um momento único que marcou a memória de uma geração do sul catarinense. No último dia 03, o eclipse solar de 1994, fez aniversário. Há 27 anos a natureza mostrou para a região a sua grandeza e poder. 

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O casal de Içara, Edina Borges e Jorge Félix,  lembram do momento em que o sol deixou seu brilho ser encoberto pela lua em um dos fenômenos mais incríveis de serem testemunhados. “Estávamos com nossa família e vizinhos. E quando vimos tudo escureceu, como a noite, aplaudimos e nos abraçamos”, recorda emocionada a professora aposentada, Edina, de 67 anos. 

Cientistas que estiveram na região para estudar o sol durante o eclipse na região em 1994/Reprodução Álbum da Família Milanez

Eles lembram que na época algumas pessoas acreditavam que aquele momento seria o “fim do mundo”. “Alguns vizinhos se esconderam dentro de suas casas, pois achavam que o mundo iria acabar. Uma pena, pois perderam uma grande chance de ver a natureza em seu total esplendor”, comenta Félix, de 70 anos. 

“Óculos” artesanais foram usados para poder olhar para o sol 

A vendedora Daniela Milanez, de 43 anos, de Criciúma, recorda dos apetrechos que usou para poder ver o evento astronômico sem prejudicar a retina. “A gente fez uns óculos com Raio-X para conseguir observar o fenômeno sem machucar os olhos. Foi um dos momentos mais lindos da minha vida. Eu estava com minha família. Foi lindo”, conta Daniela.

Na foto está Daniela, os irmãos Mariana e Savio, o pai Savio, o primo Cristian Firme e mais dois pedreiros que faziam as obras na casa da família na época. A imagem foi registrada no Balneário Rincão/Reprodução Álbum de Família

Escute o áudio de Daniela falando sobre o dia:

A advogada criciumense, Bruna Borsatto, de 32 anos, também usou dos equipamentos artesanais para curtir o sol com segurança ao lado da família. “Eu estava com meus avós em Urussanga naquele dia. Eu era muito pequena. Mas, foi um daqueles dias que marcam para sempre nossas vidas”, diz a advogada. 

Edina conta que o equipamento usado para ver o astro rei naquele novembro de 1994 foi um vidro de máscara de soldador adaptado a um pedaço de papelão. “Guardei os óculos como uma lembrança muito bonita que marcou a história de nossa família. Quem estava naquele dia em nossa casa assinou o papel do ‘óculos’, pessoas que não estão mais entre nós e que tiveram a oportunidade de assistir esse momento único”, recorda a professora aposentada.

Família de Içara guardou relíquia usada para ver o sol durante o fenômeno. Material foi um vidro de soldador com a base de papelão

Relembre sobre o fenômeno

– O próximo só acontecerá no ano 2046. A Lua ocultou o disco solar durante quatro minutos, dentro da faixa de 250 quilômetros de largura onde o fenômeno teve máxima visibilidade.

– O eclipse começou a leste do oceano Pacífico, passou pelo sul do Peru, norte do Chile, partes da Argentina, Paraguai, atravessou o sul do Brasil e acabou ao sul do oceano Atlântico, próximo do continente africano.

– A primeira cidade brasileira dentro da faixa de totalidade – em que o eclipse foi total – foi Foz do Iguaçu (PR). De lá, a Lua encobre completamente o Sol às 9h46. Em Criciúma, no Estado de Santa Catarina, foi o último ponto no Brasil de onde foi possível ver o Sol completamente eclipsado, o dia virou noite às 9h59.

– Estiveram na região astrônomos franceses, belgas, americanos, russos, georgianos e lituanos. Foram cerca de 50 estudiosos entre brasileiros e estrangeiros que estiveram coletando dados para 16 pesquisas relacionadas com a coroa solar, a parte mais externa do astro, que só se mostra em eclipses solares completos.

– Um dos objetivos era descobrir quais são os mecanismos físicos capazes de criar esse aquecimento e eventualmente desvendar o comportamento de campos magnéticos e transferência de energia no plasma (espécie de gás que forma a coroa solar).

Fonte: Folha de São Paulo

Eclipse lunar ocorreu na última sexta-feira, dia 19

Pessoas de algumas partes do mundo tiveram o privilégio de presenciar, na madrugada da última sexta-feira (19), um eclipse lunar total de 3 horas e 28 minutos de duração, o mais longo em quase 600 anos. O fenômeno ocorre quando a Lua é oculta totalmente pela sombra da Terra, o que faz com que o astro desapareça do céu por um determinado período. Mais informações clique aqui.

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