
Criciúma
Eles são carinhosos, cheios de personalidade, fiéis companheiros e responsáveis por momentos descontraídos e repletos de diversão. Apesar de trazerem alegria para os lares, muitos animais são abandonados, maltratados e deixados em situações de risco, principalmente nesta época do ano, quando os donos se deslocam para o litoral em busca de descanso. Essa condição é reflexo, inclusive, do alto número de atropelamentos e mortes de cães e gatos registrados nas rodovias da região.

Na tarde de ontem, uma ação entre a Polícia Civil e a Fundação do Meio Ambiente de Criciúma (Famcri), percorreu vários bairros do município com o intuito de fiscalizar e responsabilizar autores de crimes de maus-tratos praticados contra os animais. De acordo com o delegado Ari José Soto Riva, através de uma denúncia foram encontrados cães abandonados, mal alimentados e agredidos em seis locais distintos. Os cachorros foram recolhidos e os autores deverão responder pelo crime.
Essa situação não é tão incomum como muitas pessoas devem imaginar. A prática de crimes envolvendo maus-tratos contra os animais tem crescido cada vez mais, principalmente no ano último ano, em virtude da pandemia. Apesar disso, em 2020, o país teve um avanço significativo no que tange a punição para os criminosos. Antes, a pena para o crime era de três meses a um ano de reclusão, agora, conforme consta no artigo 32 da Lei de Crimes Ambientais 9.605/9, são de dois a cinco anos de prisão.
Assistência aos animais
Hoje Criciúma conta com um local especializado que busca a erradicação dos maus-tratos aos animais no município e oferece alguns serviços gratuitos à população. “Nós não pegamos animais de rua. Não fazemos esse recolhimento. Os animais vêm por meio dos protetores e Organizações Não governamentais (ONGs) para a castração. Aqui a gente faz o cadastro para castração para famílias de baixa renda e temos também a parte de atendimento veterinário de baixo complexo, ou seja, nada que envolva cirurgias, ultrassom e raio-x. São procedimentos mais simples”, explica o coordenador do Núcleo de Bem-Estar Animal de Criciúma, Elias Santos Pereira.

Antes todo o serviço oferecido pelo NBEA era realizado no Centro de Zoonoses. Mas, em 2018, o espaço que hoje corresponde ao Núcleo de Bem-Estar Animal, foi inaugurado e desde então, tem contribuído para o controle populacional de cães e gatos por intermédio do registro eletrônico (microchipagem) e castração. Ainda conforme Pereira, estima-se que há em Criciúma aproximadamente 60 mil animais, desses, cerca de seis mil passaram pelo procedimento de castração oferecido pelo órgão.
“Antigamente nós tínhamos no máximo 500, 700 castrações anuais. Hoje em dia nós temos 3.000 mil por ano. Essa quantidade está suprindo a necessidade. No primeiro ano, foram três mil nos primeiros seis meses, foi rápido até demais. Hoje já está mais controlado, temos menos animais nas ruas. A gente fez castração durante o ano todo passado e ainda temos vagas, mas já estamos correndo atrás de uma nova licitação para renovar a quantidade ou, quem sabe, até mais”, acrescenta o coordenador.
Abandono ainda é alto
O abandono de animais ainda é um problema recorrente na região, principalmente, nos centros urbanos e rodovias. Os cães e gatos abandonados, além de sofrerem com fome, exposição às intempéries e riscos de atropelamentos, são tomados por traumas que interferem no próprio comportamento e bem-estar. “As pessoas pegam os cachorrinhos filhotinhos e bonitinhos enquanto são pequenos e esquecem que precisam de cuidados, que se eles sujarem o dono vai ter que limpar, se eles ficarem doentes tem que levar ao veterinário e gastar financeiramente”, enfatiza Pereira.
Até o próprio Núcleo já foi usado indevidamente pela população como um local para descarte de animais. “Antigamente, aqui em frente, encontrávamos 12 filhotes abandonados, hoje em dia, não temos mais isso. Mas ainda assim, há abandono e não é pouco. Essa é toda uma questão que vem sendo trabalhada, mas ao nosso ver diminuiu, mas isso não quer dizer que temos menos cachorros de rua, temos muito ainda”, ressalta o coordenador do NBEA.
Embora não seja essa a função do Núcleo, alguns dos animais encontrados são encaminhados ao espaço, que disponibiliza a parte de castração e vacinação até serem doados. É o caso dos seis cãezinhos que estão no NBEA em busca de um lar cheio de amor e carinho. Quem tiver interesse em adotar um deles, pode conhecê-los pessoalmente e realizar uma entrevista com os responsáveis do setor. Será necessário trazer um documento de identificação (RG ou CPF) e também um comprovante de residência atualizado. Assim como também deverá preencher e assinar um Termo de Responsabilidade.
O Núcleo de Bem-Estar Animal fica localizado na Rua Miguel Patrício de Souza, no Bosque do Repouso, em Criciúma. O horário de atendimento é das 8h às 17h e o telefone para contato é (48) 3445-8729.
CONHEÇA OS CÃEZINHOS EM BUSCA DE UM LAR:
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