
No final de março de 2004, Santa Catarina era atingida pela primeira vez por um furacão. Ventos de quase 200 km/h abalaram o extremo sul do estado. Por isso, o ciclone tropical ganhou informalmente o nome de “Catarina”, e também passou a ser o primeiro registro oficial de um ciclone tropical no Atlântico Sul.
O agrônomo Ronaldo Coutinho foi o primeiro a falar nas rádios da região sobre o Furacão Catarina. Ele lembra que um dos principais problemas que enfrentou na época foi porque muitos colegas desdenharam da informação e, com isso, não divulgaram o fato da forma correta. “O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o Inpe, foi um dos que não deram a devida atenção para o que estava se formando no Atlântico Sul”, revela Coutinho.
Com isso, segundo o agrônomo, muitos problemas e mortes poderiam ter sido evitadas. “Quem usou a palavra furacão foram os institutos Metsul, Climaterra e Climer. Os demais não usaram a palavra para não gerar ‘pânico’. A mídia também pecou muito por isso”, desabafa Coutinho.
Impacto
Inúmeras casas destruídas, milhares de tetos destelhados, safras inteiras de agricultura desperdiçadas, inundações, medo e pânico. Esses foram os resultados da passagem do Furacão Catarina pelo sul catarinense. Estima-se que prejuízo total foi de, aproximadamente, R$ 850 milhões.
Pelo menos duas mil pessoas ficaram desabrigadas após a tempestade. Ocorreram três óbitos e outras 75 pessoas ficaram feridas. Próximo ao rio Mampituba, uma casa foi destruída cerca de 50 metros rio acima e acabou parando, literalmente, em outro estado: ela havia sido inicialmente construída no município de Torres, no Rio Grande do Sul, mas acabou em Passo de Torres, em Santa Catarina.
Chances de ocorrer outro fenômeno
Sobre a possibilidade da formação de um novo furacão em Santa Catarina, Coutinho destaca: “Sim, vai acontecer outro. Quando acontece um, não tem como não acontecer outro. Mas, não temos como saber nem quando e nem o lugar, por enquanto”. Ele afirma que contou com a ajuda dos Estados Unidos que fizeram vários modelos do Atlântico Sul, com imagens via satélite, para auxiliar o Estado.
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